O campeonato Paulista A3 é um pouco mais diferente dos estilos de jogos que eu relatei sobre a A2 no texto anterior. A A3 é mais física, bruta, corporal, menos plástica e mais rústica no sentido das ações no jogo (quase que um kick and rush inglês). Obviamente que todo o contexto social de uma terceira divisão estadual pesa na escolha das estratégias e plataformas. A terceira divisão visa mais a sobrevivência dos atletas que muito deles trabalham por contratos de 3, 4 meses e às vezes sem receber o que foi acordado. Tudo isso se reflete no campo, além da qualidade de alguns gramados.
Olímpia x Barreto fizeram já um clássico na primeira rodada. Separadas por 50km de distância uma da outra, as duas equipes fizeram um duelo bem, mas bem, estilo A3. O Olímpia veio a campo na formação mais clássica desse campeonato: um 4-2-3-1 sem e com a bola, sem qualquer ação na saída de bola e basicamente jogadas por chutão exceto pelas ações do seu camisa 10. Já o Barretos me decepcionou um pouco na sua estratégia: optaram por um 4-2-3-1 sem e com a bola também, travando todo o jogo já que as estratégias foram quase a mesma de ambos.
A tempestade piorou a qualidade do gramado e assim as ações e comportamentos dos times. Logo aos cinco minutos de jogo, O Barretos abre o placar numa jogada em velocidade e um golaço pelo lado esquerdo com assistência do atacante pivô. Após o gol, o Barretos adotou uma estratégia bem típica da A3, recuar e deixar a bola com o outro time. A qualidade do jogo que já não tinha pela quantidade de erros em fundamentos, só era mantida por causa do camisa 10 do Olímpia. Centralizado na linha dos meias, ele flutuava para os dois lados, abria espaço para receber a bola livre, aproximava dos zagueiros para dar a saída de bola e procurava as melhores opções. Infelizmente, o time do Olímpia não se movimentava de acordo e nem fazia o jogo de associação com ele, optando apenas por jogadas laterais, chutões e confrontos 1x1.
No segundo tempo, ambos os times vieram com a mesma formação. A Alteração foi no posicionamento dos dois volantes do Olímpia: Mais fixados e mais pertos dos zagueiros quando o time portava a bola. Essa mudança não foi passível de análise porque aos nove minutos do segundo tempo, o volante número 8 do Barretos impediu o que o atacante do Olímpia ficasse cara a cara com o goleiro após um erro na saída de bola dos visitantes. Expulsão para o Barretos e pior: na falta veio o gol do Olímpia após a bola desviar na barreira.
Após o gol do empate, o Barretos formou um 4-4-1 sem a bola e um 4-2-3 com a bola. Esse "com a bola" não existiu quase, porque o Olímpia dominou o jogo, empurrou o Barretos para o seu gol mas infelizmente não converteu sua pressão e posse em finalizações e trabalho para o goleiro do Barretos.
Resultado final: 1x1. Não vale a pena comentar o que rolou fora de campo. Mais amor e menos ódio.
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