A torcida contra não deu certo: Alemanha viva; o possível e quase eminente encontro entre Brasil x Alemanha nas oitavas; Bélgica: o melhor time da Copa; México mostra como jogar de acordo com seu adversário.
JOGO 27: BÉLGICA 5 x 2 TUNÍSIA
- Curiosidades: 3 partidas, 1 vitória da Bélgica, 1 vitória da Tunísia e um empate = Copa de 2002 em 1 x 1; Primeira vez na história das Copas que alcança-se 27 jogos seguidos sem um 0 x 0; Maior vitória da Bélgica em Copas.
- Esquemas: Bélgica: 5-3-2 / Tunísia: 4-2-3-1
- Jogo: Bélgica e Tunísia jogam da mesma forma que na primeira rodada. A Bélgica num 5-3-2 sem a bola e num 3-4-3 muito móvel com a bola. A Tunísia vem num 4-2-3-1 com a bola e sem a bola ora num 4-4-2 ora num 4-1-4-1. Em 5 minutos de jogo, Bélgica é intensa: 2 finalizações, as duas no gol e 1 gol com 68% de posse de bola e na pressão da saída de bola da Tunísia (é o seu principal jogo: a intensidade). Em 15 minutos, 2 x 0 pelo jogo de transição, as duas linhas de 4 da Tunísia espaçadas e não alinhadas e pela mobilidade dos seus jogadores: Hazard não tem posição, Menuer (lateral) jogando por dentro e o Lukaku sempre na procura por espaços, ora pelos lados, ora pelo meio. Com menos posse de bola (49%) tinha 6 finalizações, 5 no gol e dois gols. A Tunísia tinha mais posse de bola (51%) mas não criava, não era agressiva - o gol veio de bola parada tendo a sua primeira finalização. Aos 35 minutos, posse de bola igual (50%) a Tunísia aumenta a sua pressão na saída de bola da Bélgica, mais agressiva que no primeiro jogo e concluía mais: 5 finalizações - 2 no gol e 1 gol. Já a Bélgica, tinha 10 finalizações - 7 no gol e 3 gols (o último gol foi na pressão na saída de bola da Tunísia). No segundo tempo, nos primeiros 10 minutos, a pressão e a intensidade da Tunísia geraram espaços para a Bélgica contra atacar: 4 x 1. Bélgica mais mortal: 12 finalizações, 8 no gol e 4 gols. Em 20 minutos de segundo tempo, A Tunísia dobra o número de finalizações: 10 com 4 no gol 1 gol tendo mais posse de bola (51%), construindo jogadas, trocando mais passes e tornado o jogo muito mais objetivo para os dois lados (todo e qualquer ataque sempre resultava em finalização). A Bélgica tira o pé e se torna num jogo reativo e no perde-pressiona mas ocupando mais os espaços no meio campo do que no primeiro tempo. Ao todo, para a Bélgica foram 23 finalizações, 12 no gol e 5 gols com 53% de posse de bola e 471 passes trocados (80% de aproveitamento). Para a Tunísia, com 48% de posse de bola com 448 passes trocados (82%) e 15 finalizações, 6 no gol e 2 gols. Juntando, foram 38 finalizações o jogo todo. Bélgica é o melhor time da Copa. Tem repertório de jogo, muita qualidade e alto aproveitamento nas finalizações. Seu ponto fraco, é com a linha de 5 postada, não ha pressão da marcação em quem está com a bola. E se esse ataque é gerado pelos lados, a linha de 3 do 5-3-2 deixa a frente da grande área totalmente exposta.
- Destaques: Hazard (pela FIFA), Lukaku e Witsel (marcou muito).
JOGO 28 - CORÉIA DO SUL 1 x 2 MÉXICO
- Curiosidades: Foram 10 partidas: 5 vitórias do México; 4 vitórias da Coréia do Sul e 1 empate. Uma das vitórias do México foi na Copa de 1998: 3 x 1.
- Esquemas: Coréia do Sul: 4-1-4-1 / México: 4-1-4-1
- Jogo: O México vem com uma formação diferente do primeiro jogo até porque teve que propor o jogo hoje. Então, sem a bola joga num 4-2-3-1 e com a bola num 4-1-4-1 (seu principal esquema) ou num 3-4-3 (lembrando que o México não tem esquema definido, joga de acordo com o adversário). A Coréia do Sul muda a sua marcação: em partes é usado um 4-4-2 (o mais utilizado) ou um 4-5-1 para dar menos espaços para o México na construção das jogadas. Com a bola é um 4-1-4-1. Em 25 minutos, México teve 71% de posse de bola e 3 finalizações, com 2 no gol e 1 gol (de pênalti ocasionado num contra ataque). E a Coréia tinha 29% de posse de bola com 4 finalizações com uma no gol (mesmo tendo pouco a bola, toda vez que chegava ao gol tentava finalizar). Ao todo, no primeiro tempo o México teve 65% de posse de bola com 245 passes trocados (88%) e 5 finalizações com 3 no gol e 1 gol. Já a Coréia teve 34% de posse com 89 passes trocados (66%) e 8 finalizações com 2 no gol. No segundo tempo, as duas seleções mantiveram suas propostas, porém com o México dando mais a bola para a Coréia para o mesmo explorar o jogo de contra ataque (já que a construção de jogadas não deu certo). Por isso, eles inverteram Lozano com Layún para melhorar a velocidade e utilizar lançamentos: Foram 11 finalizações e 1 gol; com 19 lançamentos com 13 certos. Já a Coréia tinha mais posse de bola do que no primeiro tempo (40%) com 14 finalizações e 5 no gol. Com a bola mais com a Coréia, o segundo gol do México veio na pressão na bola da Coréia e mais um contra ataque. Depois do 2x0, Rafa Marques entra e o México passou a usar uma linha de 5 na defesa. Chamou mais a Coréia e tomou o 2x1. No final, 58% de posse de bola para o México com 13 finalizações com 6 certos e 2 gols e a Coréia com 42% de posse e 17 finalizações com 6 no gol e 1 gol. México tem problemas para propor o jogo. Sua letalidade é o jogo reativo (o contra ataque) e a velocidade.
- Destaques: Vela, Lozano, Chichiarito (FIFA).
JOGO 29 - ALEMANHA 2 x 1 SUÉCIA
- Curiosidades: Foram 36 partidas: 15 vitórias da Alemanha, 13 vitórias da Suécia e 8 empates. Em Copas: um jogo em 1934 (2 x 1 Alemanha); 1958 (3 x 1 Suécia); 1974 (4 x 2 Alemanha); 2006 (2 x 0 Alemanha).
- Esquemas: Alemanha: 4-2-3-1 / Suécia: 4-4-2
- Jogo: A Alemanha joga no seu 4-2-3-1 sem a bola e num 2-3-5 com a bola (Sim! do mesmo jeito que o Brasil jogou nos minutos finais contra a Costa Rica, a Alemanha usa como modelo de jogo). A Suécia joga num 4-4-2 aberto com a bola e um 4-4-2 bem compactado. Já era sabido ser um jogo de ataque contra defesa. Em 20 minutos do primeiro tempo, são 84% de posse de bola para a Alemanha com 184 passes trocados (91% de aproveitamento), 3 finalizações e nenhuma no gol. A Suécia, com 16% de posse de bola, tinha 2 finalizações com uma no gol (sem contar o pênalti roubado) e com 17 passes trocados. Já com 30 minutos de jogo, os mesmos problemas contra o jogo do México apareceram para a Alemanha: os espaços que os laterais da Alemanha deixam na defesa sobrecarregando os dois zagueiros quando a bola é roubada e arma-se o contra ataque. Dai veio o gol da Suécia com passe errado de Kross (sim, dele mesmo, o jogador que mais acerta passes no mundo). No final do primeiro tempo, a Alemanha tinha 73% de posse de bola com 308 passes (89% de aproveitamento) e com 5 finalizações com uma no gol. A Suécia tinha 27% de posse de bola com 78 passes trocados apenas com 4 finalizações com 3 no gol e um gol. No segundo tempo, gol cedo pelos lados do campo. Mario Gomes centralizado e Werner puxado para a esquerda, mas mesmo assim, os times não mudaram as propostas. O que mudou foi o cansaço físico da Suécia, sua descompactação das suas linhas de 4 e abertura dos lados para a Alemanha. Em 20 minutos do segundo tempo, 73% de posse de bola para a Alemanha com 476 passes trocados, com 10 finalizações 3 no gol e 1 gol. A Suécia, 27% de posse de bola com 117 passes trocados e as mesmas 4 finalizações com 3 no gol e 1 gol. No último minuto e com o coração, Kross (o mesmo que errou) fez o gol improvável e ressurgidor para a Alemanha. O jogo finaliza com 71 % de posse de bola para a Alemanha e 633 passes trocados com 91% de aproveitamento, 16 finalizações com 5 no gol e dois gols, 44 cruzamentos com 9 certos. A Suécia com um jogador a mais, 29% de posse de bola, 213 passes trocados (77%) e 8 finalizações com 6 no gol e 1 gol. Futebol é mágico e a Copa do Mundo é o caldeirão onde a magia acontece. Ahhhh Alemanha, o tanto que te xinguei hoje e te sequei não está escrito. Ainda joga mal: só troca de passes sem a precisão nas finalizações e grandes espaços deixados para os contra ataques. Pouco repertório nas finalizações e nenhuma imprevisibilidade nas ações: eles sentem a falta de Sané.
- Destaque: o VAR (pelo pênalti); o goleiro Olsen e ele: Kross.
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