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07/02/2018

O porquê de assistir os Jogos Olímpicos de Inverno – PyeongChang 2018?

Apesar do fanatismo em acompanhar e estudar os esportes, gostar das mais diversificadas modalidades esportivas que as edições olímpicas nos oferecem e ter uma forma de entretenimento televisivo, fugindo das inúmeras notícias ruins e tragédias dos meios de comunicação brasileiros (não é uma questão de fugir da realidade, mas sim, ter um escapismo), há outros motivos pelos quais se torna atrativo uma edição de Jogos Olímpicos de inverno num país com um calor tão intenso como o Brasil.

Repetidas vezes escrevo e argumento que o esporte é uma manifestação cultural, um processo civilizatório e por algumas vezes um instrumento de intervenção sócio-político no mundo. Por causa disso, é passível, por meio da forma como são praticados determinados esportes, entender ou ter uma mínima ideia de como são os modos de vidas de países que enfrentam invernos rigorosos. Sim, é possível desde que se busque como foram inventados, as circunstâncias e o contexto histórico de esportes praticados na neve, como por exemplo, o porquê de tantas modalidades que usam patins, esquis, práticas combinadas com esquis e tiros ao alvo e protótipos que são utilizados para o transporte como o bobsleigh, luge e skeleton. A resposta, e aqui digo que é algo bem hipotético de minha parte, pode pegar o caminho dos argumentos de como eram feitas as caças, os meios de transportes e principalmente a forma de sobrevivências em situações de frio intenso.

Outro motivo para ficar atento aos Jogos Olímpicos de inverno é o principal pilar da criação do Comitê Olímpico Internacional, dos Jogos Olímpicos e do Movimento Olímpico ainda no século XIX: a paz. E é claro que o assunto aqui é a Coréia do Norte. Deixando a política e ideologia a parte, criar uma delegação das Coreias (unindo os dois países ainda em guerra desde 1950, porém vivendo um armistício desde 1953) foi de suma importância para que a resolução do conflito de uma possível guerra nuclear seja iniciada por uma forma de diálogo e não pelo embate militar. Desta forma, a utilização do esporte e de um evento olímpico como uma intervenção sócio-política para uma questão tão delicada e ainda como será o desempenho da delegação das duas Coreias são uma das grandes molas propulsoras para marcar essa edição olímpica na história. Vale ressaltar que nos Jogos Olímpicos de Verão em 2000, Coréia do Norte e do Sul desfilaram juntas na cerimônia de abertura embora competiram com suas próprias bandeiras nacionais.



Outros principais motivos são: 1) poder ver atletas brasileiros por uma questão ufanista (é claro). Aliás, a participação do Brasil nos Jogos de inverno se deve a uma questão de abrangência de modalidades esportivas na neve, questões comerciais e uma política de integração do Comitê Olímpico Internacional. 2) A delegação dos Atletas Olímpicos Russos (OAR) e sua participação, aceitação e desdobramentos futuros sobre doping e a forma de punir (se apenas atletas ou também comitês, federações, treinadores e etc. devem ser colocados nesse bojo). 3) Poder acompanhar uma edição de Jogos Olímpicos no qual os EUA não dominam de forma estonteante o quadro de medalhas. A título de conhecimento, a Noruega detém o maior número de medalhas conquistadas nos Jogos de inverno.  

Portanto, para quem gosta de esporte será um deleite. Para aqueles que curtem uma atmosfera exterior pulsando o ambiente esportivo será um prato cheio mesmo que os esportes praticados não sejam da nossa realidade.