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13/11/2020

Superliga Masculina de Vôlei 2020/2021: Vôlei Ribeirão x Caramuru Vôlei

Na noite da quinta feira dia 12/11, Vôlei Ribeirão e Caramuru Vôlei de Ponta Grossa fizeram um confronto bem equilibrado pela terceira rodada da Superliga Masculina. Ambos os times precisando da primeira vitória, forneceram ao jogo bastante competitividade, equilibrio e tensão. Vendo o placar final em 1x3 sets para o Caramuru, não se percebe o quão foi igual o jogo e assim, lhe trago as parciais: 21x25/25x23/23x25/23x25. 

No primeiro set, a expectativa era de muitos pontos cedidos por erros de ambos os times. Mas o que viu foi ao contrário. Os ataques funcionaram bem sendo o Caramuru anotando 15 pontos de ataque dos seus 25 no set e o Vôlei Ribeirão anotando 14 pontos de ataque dos seus 21 pontos. O que fez a diferença no placar foram os erros cedidos pelo time da casa: 7x3. 

No segundo set, o equilibrio se viu até o último ponto dando ligeira vantagem para o time mandante e assim, seu primeiro set conquistado na Superliga. A grande diferença foi nos pontos de ataque, já que dos 25 pontos, o Vôlei Ribeirão anotou 19 de ataque contra 15 do Caramuru conseguindo fazer o controle dos pontos de erros cedidos (apenas 5 para cada lado). 

No terceiro set, a pontuação de ataque foi de 14x14 para ambos; 7 pontos de erros cedidos por Vôlei Ribeirão e 6 pelo Caramuru; e o que fez a diferença, os pontos de bloqueio: 2x4 e os aces: 0x2.

No quarto set, a impressão era de equilibrio e assim, tie break. Porém, nos últimos pontos, Caramuru faz a virada e leva o jogo por 3x1. Detalhe nesse set, foi a discrepância nos fundamentos, mesmo tendo o placar em 23x25: 7x 17 pontos de ataque; 3x2 pontos de bloqueio; 0x1 em aces e 13x5 em pontos cedidos. 

O confronto merecia o quinto set. Ganhou quem mais atacou no total: 54 pontos de ataque para Vôlei Ribeirão e 60 pontos de ataque para Caramuru. 

10/11/2020

Paulista Quarta Divisão: São Carlense x Inter de Bebedouro

Outro campeonato em que as ideias de futebol e seus conceitos são pré julgadas por supostamente "não ter ideias ou estratégias de jogo". O que venho demonstrando aqui é exatamente ao contrário. Existem as plataformas de jogo, as estratégias, os conceitos e as ideias. A questão que reflete ser a quarta divisão é na aplicação e na execução dessas ideias. 

O jogo do texto é um exemplo disso. Grêmio São Carlense x Inter de Bebedouro fizeram um jogo digníssimo em suas propostas e o empate em 1x1 refletiu esse embate igualitário. O São Carlense veio no seu habitual 4-4-2 sem a bola e no 4-2-3-1 com a bola. Já a Inter de Bebedouro nos surpreendeu: saiu do seu ultrapassado 4-2-3-1 com e sem a bola e jogou num 4-1-4-1 sem a bola e no 4-3-3 com a bola (isso mesmo: um 4-1-4-1 na quarta divisão paulista).

No primeiro tempo, a expectativa era de uma vitória dos mandantes pelo nível de expectativa e a diferença na tabela. Porém, o que se viu foi uma ampla vantagem e domínio da Inter de Bebedouro. Impecável na marcação, fazendo bloco médio e utilizando do jogo físico para se sobressair. No ataque, utilizava de bolas longas para o pivô e ou para os dois pontas correrem na verticalidade em confronto 1 contra 1. Logo aos 4 minutos de jogo, gol da Inter numa jogada lateral e finalização cruzada no ângulo. Mesmo com o 1x0, a iniciativa e a posse de bola era toda da São Carlense com poucas chances criadas, mas as criadas foram de bastante perigo. 

No segundo tempo, ambos os times voltaram da mesma forma, inclusive com as mesmas propostas. Claro que a mudança foi o ganhar tempo da Inter de Bebedouro. Mesmo assim, duas linhas de quatro estacionadas na frente do gol fizeram com que o time da casa sofresse com espaços e as criações de finalizações. A maior parte delas foram de escanteios e ou bolas parada. De tanto bater nas paredes e abusar de cruzamentos e bolas altas, o São Carlense chegou ao empate aos 82 minutos numa finalização de fora da área. 

O resultado não foi justo pelo o que apresentou a defesa da Inter. Por outro lado, foi justo o empate na questão do ímpeto de ambas as equipes. 

Brasileiro Série D 2020: Mirassol x Cascavel

 A importância da manutenção de um trabalho com objetivos a longo prazo no futebol brasileiro deveria ser mais colocada em pauta em nossas discussões. Outras questões ligadas a esse tema também podem ser incluídas, como por exemplo, a manutenção ou não de somente uma ideia de jogo, a variação tática ou o jogar de acordo com o adversário. Acredite em mim, esses pontos ocorrem em outras divisões do futebol brasileiro e a quarta divisão está aqui para demonstrar isso. 

Mirassol x Cascavel fizeram um jogo de manutenção na zona de classificação para a próxima fase. Deveria ser cercado de tensão mas o que nos apresentou foi um jogo repleto de alternâncias e ideias bem executadas de futebol. O Mirassol veio na sua clássica variação tática: 4-4-2 sem a bola e no 2-3-5 com a bola utilizando os laterais como pontas e também podemos notar um 4-3-3. O Cascavel veio no clássico 4-2-3-1 em ambas as fases. 

O primeiro tempo foi repleto de criação de jogadas, marcações em blocos médios e a realização do perde pressiona principalmente por parte do Mirassol. O time da casa criava pelos lados, pelo meio, passe em profundidade, curtos e no facão. Mesmo com tudo isso e com uma marcação intensa mas com algumas falhas do Cascavel, o Mirassol faz 1x0 aos 36 minutos numa triangulação de passes que deixou o lateral livre para finalizar. 

No segundo tempo, mesmo com ambos os times mantendo as formações, os gols apareceram: 2x0 foi num gol de escanteio; o 3x0 foi numa interceptação de passe no campo ofensivo e a ligação para o atacante fazer o gol; o 4x0 foi numa jogada de transição rápida em que pega a ultima linha do Cascavel toda desalinhada para a passagem do lateral e cruzamento na área. Após o 4x0 e sofrendo gols das mais variadas formas, o Cascavel passa a jogar no 4-4-2 sem a bola para tentar evitar uma derrota maior. Acabou conseguindo diminuir a intensidade do Mirassol e chega a descontar aos 29 minutos num gol de cabeça numa bola parada. E por falar em bola parada, foi de onde saiu o quinto gol de Mirassol, numa falta e gol de cabeça. Para finalizar, o 5x2 veio aos 47 minutos numa finalização de dentro da área. 

Importante é ter seu modelo de jogo fixo e também adaptado a forma como seu adversário joga.  

05/11/2020

Semifinal Paulista A3 2020: Comercial x EC São Bernardo

Qualquer mata mata que envolva um acesso é repleto de ideias, conceitos e estratégias de jogo pré definidas. O principal ponto em tais jogos é o quanto os jogadores, enquanto coletivo, conseguem o controle das ações e as melhores tomadas de decisões. Num jogo como Comercial x EC São Bernardo, que foram os melhores times depois da retomada do futebol, isso ficou evidente e claro as emoções e frustrações tomam uma intensidade absurda. 

O Comercial veio no seu 4-3-3 com a bola, as vezes no 3-4-3 quando fazia a saída de 3 e no 4-2-3-1 sem a bola. Já o EC São Bernardo, veio diferente de quando jogou as quartas contra o Batatais: uma linha de 3 zagueiros (sendo um deles, o central, apenas para rebater bolas) num 3-5-2 com a bola (com o camisa 10 ficando a frente de uma linha de 4 no meio) e no 3-4-3 bem compacto sem a bola. 

A estratégia do São Bernardo era clara, abdicar da bola e espetar um contra ataque rápido, fazendo-se valer de uma marcação média-alta (mais para média). Já o Comercial, com posse de bola, tentaria ter o controle de jogo utilizando-se de um perde pressiona e uma marcação alta. No primeiro tempo, todas essas estratégias eram bem claras mas sem muito ímpetos para não correr riscos. Porém, aos 12 minutos de jogo, o time da casa faz o 1x0 numa jogada pela lateral e cruzamento e a antecipação do atacante encima do zagueiro. O jogo é para ser mais intenso após o gol, mas não foi isso o observado. A falta de criação de ambos com as fortes marcações eram predominantes. Até que aos 26 minutos, numa jogada vertical, o goleiro do Comercial sai errado e comete pênalti: 1x1. Se o jogo ja era mais defensivo com 1x0, o 1x1 manteve o mesmo padrão até o fim do primeiro tempo. 

No segundo tempo, ambos os times voltaram com as mesmas plataformas de jogo e com as mesmas estratégias. A única mudança de comportamento foi uma maior agressividade do São Bernardo na saída de bola do Comercial e no perde-pressiona já no campo ofensivo. E deu certo. Deu muito certo. o 2x1 para os visitantes veio aos 2 minutos num escanteio. Quem marcou foi o zagueiro escalado para ser o centro da linha de 3. Aos 5 minutos de jogo, numa pressão e ocupação do campo ofensivo, uma finalização de fora da área sacramentou o 3x1 e o que foi o jogo. Após isso, nada mudou. O Comercial não chegou a mudar sua plataforma para tentar se adaptar a linha de 3 zagueiros. Quase nenhuma chance criada e nenhum susto ao São Bernardo que manteve sua intensidade na marcação até o apito final. 

Armar e escalar o time conforme o adversário é raríssimo na terceira divisão paulista. 

Superliga Masculina de vôlei 2020/2021: Vôlei Ribeirão x Minas Tênis Clube

Qualquer começo de temporada é bem desafiador nos aspectos físicos, técnicos, comportamentais e psicológicos para todos os times. Porém, aqueles que possuem investimentos menores e expectativas pequenas sofrem mais. 

A pandemia afeta mais o lado mais fraco dessa balança e cabe aos treinamentos e aos jogos para tentar equilibrar essa desigualdade. 

O Vôlei Ribeirão vem para sua terceira temporada da divisão principal da Superliga e suas pretensões são sempre a última vaga dos playoffs e o não rebaixamento. Sua estréia foi contra um time de tradição forte no vôlei e nos esportes em geral, o Minas Tênis Clube com jogadores que inclusive possuem medalhas olímpicas. 

O jogo teve duração de 1 hora e 15 minutos e foi definido por 3x0 do Minas. As parciais foram 16x25; 21x25; 15x25. O primeiro set já tinha nos mostrado como seria a tônica do jogo. O 16 a 25 evidenciou a quantidade de erros cedidos pelos dois times, principalmente erros de saque. Foram 9 erros do Minas e 11 do Vôlei Ribeirão. 7 pontos de ataque do Minas contra 5 pontos de ataque do Ribeirão e o que fez a diferença foram os aces do Minas que somaram 6 enquanto o Vôlei Ribeirão não teve nenhum. 

O segundo set se mostrou mais equilibrado nos fundamentos. Mesmo assim, ainda muitos erros cedidos pelo time da casa. Foram 8, assim como o Minas também teve. O que fez a diferença no 21 a 25 foi os números de pontos de ataque 10 a 14 pontos para o Minas. 

Já o terceiro set (15x25) concretizou a superioridade do Minas batendo o Vôlei Ribeirão em todos os fundamentos: em aces (0x2), em ataques (8x10), em bloqueios (1x3) e nos erros cedidos (6x10). 

Os erros de saque foram determinantes para a vitória do time mineiro na abertura da Superliga Masculina.