Paulista Feminino 2021: Ferroviária x Corinthians

 Eu estava com muita saudade de cobrir uma partida de futebol feminino. Coincidiu de ser Ferroviária x Corinthians que já fizeram finais de paulista e final de campeonato brasileiro depois da reformulação do futebol feminino no Brasil. 

O confronto era histórico e de ideas opostas de jogo bem executadas e treinadas. A Ferroviária veio no 4-4-2 sem a bola e ora um 4-2-3-1 ou 4-2-4 com a bola numa marcação alta e no perde pressiona. O Corinthians jogou no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-4 com a bola e linhas bem compactadas com jogadas em amplitude. 

O primeiro tempo foi insano. Nos primeiros 15 minutos, a Ferroviária marcava alto, tirava a saída de bola do Corinthians e fazia a perda da bola ser altamente eficaz em gerar finalizações. Porém, a goleira do Corinthians salvou três finalizações que poderia mudar o jogo. Quando a saída corinthiana era completada, o time visitante aproveitava a linha alta da defesa das mandantes, espetava uma jogadora em cada defensora e explorava a superioridade numérica dos lados em velocidade. Essa jogada rendeu 2 gols ao Corinthians em 10 minutos complicando a estratégia da Ferroviária. Depois dos 0x2, o jogo se manteve nessa porém sem a mesma intensidade e ímpeto. 

No segundo tempo, mesmo com muitas alterações (são sete substituições no Paulista), as plataformas de jogo se mantiveram. O que não se manteve foi a intensidade e o volume de jogo de ambos os times. Pra finalizar a partida, o Corinthians marca mais um numa cobrança de escanteio e encerra o jogo com 0x3. 

Um ótimo jogo tático e cheio de ideias. 

Brasileiro Série C 2021: Botafogo - SP x Paraná Clube

 Na décima primeira rodada da Série C pelo grupo B, Botafogo de Ribeirão Preto enfrentou o Paraná Clube. O time visitante ocupava um dos lugares da zona de rebaixamento e precisava desesperadamente por uma vitória. Já os times da casa, precisavam da vitória para se firmar no G4 ou próximo dele. 

Os dois times vieram parecido para o jogo com suas plataformas. 4-2-3-1 com a bola e 4-4-2 sem a bola ora um 4-2-3-1. Não importando o lugar na classificação, ambos os times jogaram da mesma forma. A vantagem foi o volume de jogo, ações e intensidade que o Botafogo apresentou nos primeiros 20 minutos. Várias finalizações criadas, bola na furquilha e etc. Só não veio o gol e assim o Paraná equilibra as ações sem fazer o goleiro da casa sofrer. 

O segundo tempo, começa da mesma forma só que sem a volúpia dos mandantes e sendo um jogo mais brigado fisicamente. O técnico do Botafogo ousa e tira um zagueiro, recua um volante para a última linha e põe um atacante a mais. Não surte muito efeito pois o jogo continua travado. A expectativa era de que um empate sem gols viria, ou um gol de bola parada ou ao acaso aconteceria até porque o árbitro parava bastante o jogo. 

As 28 minutos numa falta, o Botafogo abre o placar numa finalização direta para o gol que desvia na barreira e engana o goleiro. Após isso, O técnico do Botafogo recompõe sua defesa e se fecha. Já o Paraná, sem nenhuma tática ofensiva não consegue atacar e o jogo termina em 1x0 para o time da casa. 

Paulista Sub 20 2021: Olímpia x Tanabi

 A Estreia do Campeonato Paulista sub-20 de 2021 ainda na pandemia nos forneceu alguns clássicos na primeira rodada. Um deles foi entre Olímpia x Tanabi. Duas cidades da região de São José do Rio Preto vieram para esse ano com dois times simples porém, muito aguerridos no comportamento no jogo. 

A prévia do jogo nos fazia crer que o empate seria o resultado mais provável. Ambos dos times vieram com as mesmas plataformas de jogo. Um 4-2-3-1 bem clássico, utilizado pela maioria dos times, tanto na fase defensiva quanto na ofensiva. Os comportamentos e ações no jogo eram bem equilibradas, poucas finalizações, muita disputa física e muita marcação. 

Quis que o jogo fosse resolvido em um pênalti para o Tanabi logo no primeiro tempo. Mesmo assim, no segundo tempo, o jogo se pareceu da mesma forma com a diferença de que houve outro pênalti para o Tanabi, no final do jogo, porém o goleiro do Olímpia defendeu. 

Um resultado que não era o esperado mas que requer mais jogos para uma observação maior de ambos os times. 

Últimas partidas da primeira fase da Liga de Basquete Feminino

Na corrida para os playoffs, várias partidas em vários dias seguidos agitaram as últimas rodadas da primeira fase da LBF. Dentre elas, acompanhei quatro partidas. Duas do Sesi Araraquara e duas do BAX Catanduva. 

O estilo de jogo das duas equipes paulistas são diferentes. Enquanto o Sesi se utiliza de uma posse de bola mais duradoura, trabalhada e centrada em jogadas de penetrações no garrafão. Sem contar as ótimas cestas de três que sempre rondam o time de Araraquara. 

O estilo do Bax Catanduva é um jogo mais baseado na transição, velocidade e intensidade das jogadas não importando o período da partida. A velocidade é a tônica principalmente para gerar situações de superioridade numérica no ataque. Suas armas são as bolas de três e bandejas realizadas sem ter a pressão na bola. 

O Sesi venceu o Vera Cruz com certa facilidade porém perdeu do Ituano no jogo que valia a liderança. Já o Bax perdeu para Vera Cruz e para o próprio Sesi, tendo seu jogo amplamente dominado. 

A partir de sexta feira (dia 16/07) começarão os playoffs e teremos textos por aqui. 

Giro da Rodada 1

Nessa última semana, várias partidas de vários campeonatos diferentes aconteceram de forma simultânea e não havia tempo para que eu escrevesse separadamente um por um. Por isso, pela primeira vez me utilizarei, de certa forma, de um compilado para falar delas.

- Paulista A3 Quartas de final - Marília x Votuporanguense: primeira perna do mata mata da A3. Dois times que se assemelharam na forma de jogar. Ambos com 4-2-3-1 na fase defensiva e ofensiva. Porém, com amplo domínio para o time visitante tendo mais intensidade, controle das ações e finalizações. Resultado final foi de 0x2 e grande vantagem para o jogo de volta. 

- Campeonato Brasileiro Série C - Novorizontino x Figueirense: primeira rodada da Série C, um campeonato de nível técnico apurado. Ambos os times vieram no 4-2-3-1 com e sem a bola. No primeiro tempo, grande domínio do Novorizontino finalizando mais, controlando mais e saindo com 1x0. Já no segundo tempo, mesmo mantendo as plataformas do jogo, o partida mudou de mãos. O Figueirense melhora, faz um jogo mais físico porém, não consegue empatar. 

- Liga Feminina de Baquete - Catanduva x Santo André: Jogo importante na Liga em que dava uma maior sobrevivência para quem vencesse. As donas da casa se mantiveram na frente do placar o jogo todo e dispararam no último quarto. Resultado final: 65x 57 com destaque para os 18 rebotes da pivô de Catanduva, Bianca. 

- Campeonato Brasileiro Série C - Botafogo SP x São José- RS: Em uma noite fria para Ribeirão Preto, mais um jogo de estréia na terceira divisão nacional. Além do mais, mais uma partida em que ambos os times vieram no 4-2-3-1. Quem perde foi o futebol. Partida sem muitas finalizações ou domínio de um time. Porém, no segundo tempo, o meia atacante do Botafogo finaliza de fora da área e faz 1x0. Depois de recuar, o time visitante ficou esperando o final da partida sem levar muitos sustos. 

E foi isso. 

Campeonato Brasileiro Feminino A1 2021: Ferroviária x Grêmio

Jogando fora de casa como mandante, no memorioso estádio do XV de Jaú, as guerreiras grenás foram superadas pelo Grêmio.

O jogo das gremistas estava claro: Marcação cerrada e ofensividade. Assim, com apenas 4 minutos de jogo, o time gaúcho já mostrou sua proposta, quando quase abriu o marcador, se não fosse pela belíssima defesa da muralha afeana "Luciana".

A equipe de Araraquara parecia nervosa em campo, contando com alguns desfalques, como Patrícia Sochor e Nicole, as guerreiras tiveram dificuldades de chegar até a meta gaúcha. Sem dúvidas, um primeiro tempo truncado, morno, com chances claras para os dois times.

Com apenas 2 minutos da segunda etapa, a equipe gaúcha abriu o marcador com Rafaela Levis. Em desvantagem Lindsay Camila, prontamente optou por mexer no esquema tático de sua equipe, o resultado foi praticamente imediato, gol da ferrinha aos 18 minutos do segundo tempo, num lindo chute da zagueira Luana.

O jogo ficou empolgante, mas tanto o Grêmio, quanto a Ferroviária, desperdiçaram várias oportunidades claras de gol. Aos 25 minutos da segunda etapa, pênalti para o Grêmio e numa cobrança indefensável Maiara Sousa marcou desempatou a partida e garantiu a vitória das meninas gaúchas.

Paulista A3 2021: Monte Azul x Red Bull

A última rodada do Paulista A2 de 2021 contou com uma partida em que para um time não valia nada e para outro valia a classificação. Monte Azul ja sem chance de classificação e Red Bull (o verdadeiro) se enfrentaram na linda cidade de Monte Azul Paulista. A partida já reservava um duelo de ideias de jogo totalmente opostas porém bem validas. Mais uma vez, este blog não analisa, com um tom de julgamento, ideias e comportamentos de equipes durante o jogo. 

O Monte Azul jogou no seu clássico 4-2-3-1 em ambas as fases. Já o Red Bull mudava sua plataforma de jogo em várias ocasiões. Basicamente sua ideia principal era um 4-3-3 com a bola mas variava para o 4-1-4-1 ou 4-1-2-3 com muita amplitude dos pontas. Sem a bola, ora era um 4-2-3-1, ora em 4-4-2 dependendo da saída de bola do Monte Azul. Se a jogada viria pelos lados era o 4-2-3-1 e se fosse por dentro era um 4-4-2.  

O primeiro tempo foi de total domínio do time visitante. Marcação em blocos médios e altos, jogadas buscando o meia central, troca de passes com rapidez, viradas de jogo para que os laterais fossem homens surpresas ditaram o ritmo do Red Bull (que precisava para se classificar). Enquanto isso, bolas longas e muitos erros de passes do Monte Azul, ajudava o jogo do Red Bull principalmente com a demora da recomposição da última linha defensiva. Foi nesse contexto todo que logo aos 15 minutos de jogo, o Red Bull faz 1x0 após jogada ensaiada de escanteio e falha da defesa do Monte Azul. A partida continua da mesma forma e o Red Bull amplia aos 38 minutos, após uma jogada individual do ponta esquerda que foi costurando a defesa ala Robben e chutou no contrapé do goleiro. 

No segundo tempo, ambos os times voltaram com a mesma plataforma de jogo. Porém, o Monte Azul fez alterações estruturais em jogadores que não renderam, dando outro ritmo ao jogo e tirando qualquer domínio que o Red Bull possa ter. Exploraram jogadas em profundidade para pegar a linha alta do Red Bull em desvantagens e usaram o atacante central como pivô para distribuir as bolas. Com isso, o Monte Azul dominou a partida e diminuiu aos 21 minutos do segundo tempo, com uma jogada na lateral direita com toques de primeira e passe na profundidade para o chute dentro da pequena área. Infelizmente, depois disso, a partida ficou faltosa e dirimiu com o ritmo e qualidade da partida. 

Final 1x2 Red Bull que comemorou a classificação.  

Paulista A2 2021: Sertãozinho x Oeste

 Após a não permissão da federação paulista de futebol de jornalistas cobrirem os jogos das três divisões paulistas, o nosso retorno foi o jogo da penúltima rodada do campeonato, exatamente entre lanterna x líder. Já assegurado na primeira posição, o Oeste foi até Sertãozinho para jogar a partida derradeira do rebaixamento do touro dos canaviais. Sem muito conhecer como jogam os times e seus comportamentos, descreverei abaixo minha análise sobre o jogo sem qualquer juízo de valor sobre a temporada de ambos. 

Qualquer confronto entre líder x lanterna numa fase de pontos corridos, pensaremos em amplo domínio do time "mais forte" sobre o "mais fraco" analisando apenas a campanha. Em campo, tal diferença não foi evidenciada. O jogo foi bem equilibrado, com as mesmas formações e comportamentos táticos. 

O time da casa veio no clássico 4-2-3-1 com e sem a bola e o Oeste veio da mesma forma. Os comportamentos táticos variaram durante o jogo. No primeiro tempo, o Oeste buscava mais a posse de bola e trocas de passe (mais de manutenção do que de progressão) e uma marcação em bloco médio. O Sertãozinho, que precisava do resultado, era bolas longas, jogadas pelos lados e apenas cruzamentos na área. Logo no início do primeiro tempo, aos 3 minutos, uma bola mal afastada da defesa do Sertãozinho, originou uma interceptação no campo ofensivo e um cruzamento para o atacante do Oeste fazer o facão e cabecear para fazer 1x0. O abatimento era o esperado do time da casa. Porém, o Oeste recuou, não atacava e não oferecia uma certa marcação pressão. Errando muitos passes, o Sertãozinho só conseguiu empatar num penalti originado numa disputa aérea pela bola. 

No segundo tempo, ambas as equipes voltaram da mesma forma. Porém, quem tinha a bola agora e atacava mais era o Sertãozinho. Sabendo disso, o Oeste recua mais e só joga no contra ataque. Conseguiu oferecer mais riscos ao goleiro do Sertãozinho, colocando uma bola no travessão e fazendo o goleiro trabalhar. De tantos contra ataques desperdiçados, o Oeste conseguiu o 2x1 no último minuto numa jogada nas costas do lateral em transição ofensiva rápida. 

O fim do jogo decretou o rebaixamento do Sertãozinho para a A3. Entretanto, o estilo de jogo não diferiu muito do que é praticado pelo líder do campeonato. A questão teria sido a eficácia dos ataques pois os comportamentos e as ações foram as mesmas. 

Liga de Basquete Feminino: Jogo 9 e Jogo 23

 Após um período sem partidas esportivas no Estado de São Paulo, a LBF voltou com os times paulistas jogando em casa. As partidas analisadas foram entre Sesi Araraquara x Bax Catanduva e Bax Catanduva x Ituano. 

A primeira partida no reinício foi bem equilibrada e intensa. Intensidade explicada pelo longo tempo de treinos e descansos como se fosse uma pré temporada. Velocidade, passes rápidos, jogo de transição e mais bolas de três pontos convertidas que a média do campeonato. Nos quatro quartos, só no terceiro o time de Catanduva fez mais pontos que o time da casa, o Sesi Araraquara. Mesmo assim, havia equilibrio nas parciais e o que fez o jogo ficar emocionante no final. As parciais foram de 18x17; 15x11; 11x14; 16x15. Destaque para Juliana Souza do Sesi Araraquara que anotou um duplo-duplo com 18 pontos e 11 assistências. Resultado final 60x57 para o Sesi Araraquara.

Na segunda partida entre Bax Catanduva e Ituano, por mais que houvesse uma luta intensa do time da casa para equilibrar o jogo, o time de Itu foi superior a todo momento exceto pelo primeiro quarto em que a parcial foi de 24x23 para o time mandante. Nos outros quartos, com um aproveitamento absurdo nas bolas de três (tendo seu jogo com a bola trabalhada, rodando e sempre achando um espaço atrás da linha de três) o time mandante abriu vantagem no placar. Com incríveis quinze bola de três contra apenas quatro do mandante, o Ituano deslanchou e fechou o jogo com 13 pontos de diferença. Destaque para Patty do Ituano com 27 pontos e Nicolle do Catanduva com 21 pontos. Resultado final 79x92. 

Nesse final de semana, estarei em mais dois jogos e em breve mais um texto. 

Campeonato Mineiro de Futebol 2021: Rodada 9

 No texto dessa semana irei analisar duas partidas do Campeonato Mineiro de 2021. A primeira partida será o confronto entre Uberlândia e Athletic e a segunda partida será Patrocinense x Pouso Alegre. Foram confrontos bem equilibrados e bem disputados pelo campeonato estar em fase final e a busca pela vaga na próxima fase e para escapar do rebaixamento deram o tom de ambas as partidas. 

Uberlândia x Athletic de São João Del Rei foi um grande jogo. A minha expectativa era de ver El Louco Abreu, porém já partiu do time visitante. Falo aqui inúmeras vezes, os times que usam diferentes plataformas de jogo são mais propícios a terem uma vida longa em campeonatos de divisões inferiores. O Uberlândia jogou no clássico 4-2-3-1 com e sem a bola. Já o Athletic, veio no 4-1-4-1 sem a bola e no 4-2-3-1 com a bola. O jogo era equilibrado, bem disputado sem muita violência (a não ser nas arquibancadas onde as duas diretorias brigavam a ponto da polícia ter que separar). O Athletic abriu o placar logo aos vinte minutos em gol de bola parada, porém o confronto era bem aberto mas com o Athletic dominando mais o meio de campo do que o time da casa. Entretanto, o gol do empate vem aos trinte e sete minutos mesmo com o time visitante dominando mais a partida. 

No intervalo, era claro que o jogo se daria no confronto do meio campo. Digo isso porque não era jogo de bolas longas e sim na eterna disputa de desarmes, armação e transição. Pois bem, o Uberlândia veio com uma alteração que mudou o panorama do jogo. Tirou um meia direito e colocou mais um meia central e ali passou a dominar o jogo e as ações a ponto de marcar o gol da virada aos 49 minutos de jogo. Mantendo as duas plataformas de jogo, O Uberlândia perdeu várias chances de fazer o terceiro e a sensação era de que se não matasse o jogo ali, logo iria sofrer. Aos 77 minutos de jogo, o Athletic empata em bola parada e vira aos 88 minutos numa jogada de transição e assim terminou a partida com um 2x3. Bela partida. 

Patrocinense x Pouso Alegre foi a outra partida a ser analisada por aqui. Ambos os times vieram no 4-2-3-1 com e sem a bola. O Pouso Alegre fazia a saída de 3 com um volante porém, não havia aproximação de outros setores para que tivesse uma saída por baixo. A única opção era a bola longa que aliás, ditou o jogo inteiro nas ações ofensivas. A qualidade do jogo foi baixa, principalmente pela atuação da arbitragem que parava o jogo demais. Pela igualdade das plataformas e pela igualdade no estilo de jogo, não era surpresa nenhuma que a partida terminasse empatada com os gols feitos de bola parada: numa falta para o Pouso Alegre e num pênalti para a Patrocinense. 

O primeiro jogo foi bem melhor que o segundo. Talvez pela agressividade e por plataformas táticas diferentes. 

Campeonato Mineiro 2021: Uberlândia x Patrocinense

Reclamar da qualidade do jogo e da execução dos conceitos de futebol em campeonatos em que times de interior disputam se tornou um hábito no jornalismo esportivo brasileiro. Hábito esse que costumeiramente se assemelha ao hábito de tomar água. O difícil é a tentativa de tentar entender a ideia de jogo e a proposta de times que não estão nas lentes diárias dos grandes aparatos midiáticos. 

Uberlândia e Patrocinense fizeram uma partida bem equilibrada pelo campeonato mineiro de 2021. Primeira partida que cubro do campeonato mineiro e me trouxe a reflexão do quanto a ideia de jogo desses times não são cogitadas em se debater. 

Os dois times vieram em duas plataformas de jogo: o Uberlândia veio no 4-2-3-1 com a bola e no 4-4-2 sem a bola. Já a Patrocinense vinha numa espécie de 3-4-2-1 fazendo a saída de três com um volante e dois zagueiros com a bola e no 4-4-2 sem a bola. Os erros de execução de fundamentos marcaram o primeiro tempo, assim como, o equilíbrio nas ações em que a Patrocinense tentava ficar mais com a bola. Entretanto, o Uberlândia era mais perigoso, mais letal a ponto de ter dois pênaltis sendo que só o primeiro foi convertido. 

No segundo tempo, as propostas de jogo mudaram mas não as plataformas. Em busca de manter o resultado, o Uberlândia recua e passa a usar o jogo de transição rápida. A Patrocinense, com a posse de bola, foi bem efetiva com alguns bons ataques que pararam na excelente performance do goleiro do time da casa. Aliás, ambos os goleiros porque nos últimos 15 minutos, espaços e contra ataques foram cedidos ao time da casa, porém sem serem convertidos em gol. 

Infelizmente, com a atuação ruim do árbitro, a partida só terminou em 1x0 para o Uberlândia. Poderia ser muito mais se não fosse os goleiros. 

Superliga Masculina de Vôlei 2020/2021: Academia de Vôlei Uberlândia x Sada Cruzeiro

A estrutura física de trabalho quando ela é boa, dá gosto de trabalhar. O Ginásio do Sabiazinho em Uberlândia é um desses locais em que cobrir jogos é facilitada pela estrutura que o ginásio oferece. A partida foi entre Vôlei Uberlândia contra o líder da competição, o Sada Cruzeiro. Embora, o jogo tenha se resolvido em 1x3 sets (24x26; 22x25; 25x16; 23x25) para o time visitante, a partida não foi tão fácil quanto se imaginou. 

O primeiro set, com 24x26 foi bem disputado em todos os fundamentos. Porém, o fundamento que fez diferença para o time visitante foi o número de erro cedidos pelo time da casa: 4x9. Já no segundo set, mesmo com uma diferença maior, o resultado e as estatísticas se mostram bem equilibradas, tendo novamente o número de erros cedidos como diferencial (2x4) mas também o número de pontos de bloqueio (0x2). 

No terceiro set, Uberlândia jogou e jogou bonito fazendo pontos (10x8 em ataques), mas principalmente forçando erros do time visitante (4x8). No quarto set, parecia que ia para o tie break, porém o 23x25 confirmou a vitória dos líderes apenas tendo diferença no número de aces e no número de bloqueios (2x3). 

Jogo grande do time de Uberlândia, pena que perdeu para os detalhes.  

Superliga Feminina de Vôlei 2020/2021: Sesi Vôlei Bauru nas rodadas 15 e 19

Em uma semana eu pude cobrir duas partidas de vôlei em que somadas havia cinco medalhas de ouros olímpicas no banco de reservas. No primeiro jogo, Zé Roberto. No segundo jogo, Bernardinho. A reverência é presente porém, a competitividade e gana de ganhar dos times treinados por pessoas tão vencedoras também se faz presente. 

No primeiro jogo entre Sesi Bauru e São Paulo Barueri, o equilíbrio tomou parte e longa duração também. 2x3 sets para as visitantes com parciais de 25x17; 18x25; 23x25; 25x23 e 13x15. Perceba que a maior diferença entre pontuação foi no primeiro e no segundo set. No primeiro set, Bauru dominou o ataque e forçou erros das visitantes. Aspecto que foi visto também no segundo set porém, para o lado contrario da quadra. No terceiro e quarto set, o equilíbrio nas ações tomou conta do jogo. No terceiro set, que fez 1x2 para o São Paulo Barueri, o ataque com 16 pontos e os pontos de bloqueios fizeram a diferença. No quarto set, o empate do time da casa, o diferencial foi o ataque com 16x11 em pontos e os erros de saques cedidos pelas visitantes. Claro que no tie break, o jogo se manteve na balança e foi decido em pontos de ataque: 5x10 para as visitantes. 

No segundo jogo, entre Sesi Bauru x Flamengo Sesc, o famoso jogo entre indústria e comércio, parecia ser um confronto mais equilibrado do que o primeiro jogo. Porém, não foi o que vimos. com muita tensão em quadra, com brigas e cartões distribuídos, o jogo terminou em 3x1 para o Sesi Bauru com parciais 28x30; 25x18;25x14; 25x20. O primeiro set, cansativo, foi decidido basicamente no número de pontos de bloqueio: 2x6 já que os pontos de ataque foram iguais: 15x15. Entretanto, no segundo e principalmente no terceiro set, a queda de rendimento do Flamengo Sesc deu a tônica. Com incríveis 6 pontos de erro de saque cedidos no segundo set e outros 6 no terceiro set, além de Sesi converter 16 pontos de ataque, fizeram com que o jogo fosse decidido rápido. No quarto set, novamente o ataque do Sesi Bauru foi excelente marcando 16 pontos e cedendo apenas 2 erros para terminar a partida em 3x1. 

Grandes jogos, grandes personagens.  

Superliga Masculina: Vôlei Ribeirão x América Vôlei

Como é importante ter a primeira vitória no torneio. Por mais que ela tenha sido tardia, a vitória coroa uma evolução que o time de Ribeirão Preto vem apresentado desde a parada do final do ano. Vôlei Ribeirão fez um jogo mais mental do que técnico para vencer por 3x1 (parciais de 27x25, 25x22, 21x25, 27x25). 

Pelas parciais, o confronto foi bem equilibrado nas estatísticas dos fundamentos. No primeiro set, nenhum time tinha aberto uma margem vencedora a ponto do confronto ser decidido no número de pontos por erro cedidos (7x9). No segundo set, a margem vencedora do time da casa foi maior pelas vantagens no total de números de pontos de ataque (18x17) e no número de erros cedidos pelo adversário (3x5). Mesmo assim, se via o equilibrio na partida. 

No terceiro set, o América Vôlei corrige sua defesa e embora tenha fornecido mais pontos de erros (6x10), fez mais que o dobro de pontos do time da casa (8x17). Ataque poderoso deu ao placar um 2x1 em sets. No último set, a perspectiva era de um tie break e o equilibrio nos deu a sensação de que a partida seria decidida em um set com mais de 30 pontos cada. Não foi necessário pois, num erro de toque na rede do time vistante deu o match point ao Vôlei Ribeirão e que depois confirmou a vitória. 

Grande vitória e que dá ao time de Ribeirão uma honrosa noite.  

Superliga Feminina: Sesi Vôlei Bauru x EC Pinheiros

 No primeiro jogo de 2021, ainda pela temporada 2020, Sesi Vôlei Bauru e EC Pinheiros fizeram um duelo longo, tenso e com definições nos detalhes. O placar final foi 3x1 (23x25; 25x20; 25x18; 25x23)para o time da casa e eu descrevo como foi.

No primeiro set, Pinheiros logo dispara no placar fazendo seus pontos das mais variadas maneiras. Apesar do placar apertado, o controle esteve sempre com o time visitante tendo mais pontos de ataque (15x16), mesmo número de pontos de bloqueio (1x1) e menos erros cedidos do que o Sesi (8x7). 

Logo se imagina que o jogo iria para um tie break. Porém, não foi isso o que aconteceu. Com substituições de jogadoras importantes, o Sesi se mostrou o porque era o favorito na partida liderando a maioria dos fundamentos: 14x12 em pontos de ataque; 6x7 erros cedidos; 2x0 aces e mesmo número de bloqueios 2x2. 

No terceiro set, o favoritismo se ampliou. Com 2x1 em aces; 4x7 em pontos por erros cedidos; 13x10 em pontos de ataque e com o mesmo número de bloqueio: 3x3. No último set, o confronto se equilibrou novamente. Com mais pontos de ataque (14x11) o EC Pinheiros perde o jogo mesmo assim. A diferença foi no número de erros cedidos pelo adversário (6x8), pontos de bloqueio (4x1) e mesmo número de aces (2x2).

O que define os jogos são os momentos em que alguns fundamentos acontecem, como por exemplo, aces e bloqueios. 

Superliga Feminina de Vôlei: Sesi Bauru x Praia Clube

A primeira partida coberta da Superliga Feminina de Vôlei 2020/2021 foi entre Sesi Vôlei Bauru versus Praia Clube. Disputa pela parte de cima da tabela e dois times extremamente técnicos e com atletas de alto nível. O jogo prometia cinco sets e três horas de duração pelo equilíbrio de ambas as equipes. Entretanto, o time de Uberlândia venceu a partida por 3 sets a zero em parciais de 17x25; 18x25; 19x25. 

No primeiro set, o mais desequilibrado deles, mostrou que a partida seria decidida por quem cederia menos pontos por erros e é isso que se mostrou. Sem nenhum ace no primeiro set, o Sesi Bauru teve mais pontos de ataque do que o Praia porém, o número de pontos cedidos por erros do Sesi foram quase três vezes mais (11x3). E foi nessa estatísticas que o primeiro set se decidiu. 

No segundo set, o equilíbrio veio embora o resultado tenha sido 18x25. As estatísticas de pontos foram bem pareias. Aces: 1x3; Pontos por erros cedidos: 5x7; Pontos de ataque: 10x12 e pontos por bloqueios: 1x3. O que definiu o set foram os momentos em que pontos de bloqueios e aces foram feitos pelo time visitante: no final do set. 

No terceiro set, se esperava uma reação do Sesi Bauru. Porém, o Praia continuou embalado fazendo um 19x25. Embora a pontuação de ataque foi quase a mesma: 12x14 e o time mandante ter tido mais pontos de bloqueio (4x2), o Sesi Vôlei Bauru cedeu 6 pontos por erros enquanto o time do Praia cedeu apenas um ponto. 

O detalhe que decidiu o último jogo de 2020 foi os pontos por erros cedidos.