Páginas

13/06/2019

Copa do Mundo 2019: Austrália x Brasil

- Confrontos: 3 partidas com 2 vitórias do Brasil e uma da Austrália (na Copa passada eliminou o Brasil nas oitavas). 

- Curiosidade: Marta fez seu décimo sexto gol e se iguala Klose da Alemanha como os maiores artilheiros de todas as Copas do Mundo. 

- Esquemas: Austrália: 4-2-3-1 sem a bola e 3-4-3 com a bola ///  Brasil: 4-1-4-1 sem a bola e 4-4-2 com a bola 

- Primeiro tempo: Eu não consegui assistir ao primeiro jogo do Brasil e achava que elas jogavam no 4-4-2 que o Vadão tinha escalado. Ao começar o jogo, o posicionamento do Brasil sem a bola é um 4-1-4-1 com a Formiga entre as linhas de 4 e a Cristiane como centroavante. Marta joga na última linha de 4 pelo meio e não pela ponta justamente para ter uma flutuação e melhorar a criação de jogadas. A proposta do jogo é muito clara: Austrália com posse de bola e propondo o jogo e o Brasil se fecha e joga no contra ataque fazendo o 4-4-2 com a bola, adiantando a Marta ao lado da Cristiane e recompondo a Formiga na segunda linha de 4. O 3-4-3 da Austrália é num formato que as duas ponteiras ficam bem abertas para rodar a bola pelos lados.   Em 15 minutos de jogo, a Austrália tem 66% de posse de bola com 76% de aproveitamento de passes e 2 finalizações fora do gol. O Brasil tem 35% de posse de bola com 78% de aproveitamento de passes e apenas 1 finalização no gol. 1x0 Brasil: Gol de pênalti após a recuperação no campo de defesa, troca de passes com velocidade até o pênalti ser feito. Essa é a proposta de jogo do Brasil: velocidade e verticalidade. As propostas de jogo não mudam após o gol: Austrália faz a posse e a marcação alta porém erra muitos passes privilegiando a proposta de jogo do Brasil. Em 30 minutos de primeiro tempo, são 53% de posse de bola (76% de aproveitamento de passe) e 2 finalizações fora do gol da Austrália. As brasileiras têm 47% de posse de bola (75% de aproveitamento) e 2 finalizações com duas no gol e 1 gol. O número quase igual de aproveitamento de passes indica a quantidade de erros de passes da Austrália. 2x0 Brasil: Golaço. Sem mais. Caneta da Tamires, passe em profundidade para Debinha e assistência para Cristiane (4 gols em dois jogos). Golaço porque um dibre quebrou a marcação da Austrália e a velocidade no ataque resultou em espaços conquistados até a bola entrar. 2x1 Austrália: Cruzamento, casquinha no primeiro pau e infiltração da Foord no segundo pau. O primeiro tempo termina com a posse de bola igual: 50% x 50% com a Austrália com um aproveitamento melhor de passes (76% x 74%). Mostra que após o segundo gol do Brasil, abdicou-se do jogo de transição que era bem executado e isso deu mais força ao jogo da Austrália. Em finalizações foram 6 para a Austrália com 3 no gol e 3 finalizações do Brasil com 3 no gol e dois gols. 



- Segundo tempo: Brasil volta sem Marta e Formiga mas mantendo o mesmo posicionamento sem bola e a mesma estratégia de jogo. Austrália também volta com a mesma proposta de jogo. 2x2: Numa finalização/cruzamento e erro da defesa do Brasil. Recuar o time me parecia não ser uma boa estratégia para segurar o resultado. Voltar a pressão na marcação e a tentativas de desarmes para conseguir contra ataques (igual o primeiro tempo) seria a melhor estratégia. Em 15 minutos do segundo tempo, a Austrália tem 51% de posse de bola (78% de aproveitamento), 8 finalizações, 4 no gol e dois gols. O Brasil tem 49% de posse de bola (75% de aproveitamento), 8 finalizações, 4 no gol e dois gols. O jogo é ótimo com os dois times tendo quase as mesmas estatísticas porém com duas formas de jogo diferentes. 3x2: outro gol de cruzamento em direção ao gol e desvio (agora contra). Infelizmente parece que a bola alta não é o forte da seleção brasileira (3 gols de bola aérea). Após o gol, a Austrália recua de forma compactada, porém o Brasil perde a intensidade do jogo. em 30 minutos do segundo tempo: Austrália tem 52% de posse de bola (79% de aproveitamento de passes), 9 finalizações com 5 no gol e 3 gols. O Brasil tem 48% de posse de bola (74% de aproveitamento de passes) com 9 finalizações, 4 no gol e 2 gols. Brasil perde por abdicar do seu estilo de jogo pós 2x0. Perde por não ter a intensidade necessária para segurar o resultado e depois empatar ou virar o resultado. Termina com menos posse (52% x 48%) e com mais finalização do que a Austrália (9 x 12). Brasil sentiu mais falta da Formiga do que da Marta. A defesa piorou no segundo tempo. 

Melhor da partida: Logarzo e Debinha. 

10/06/2019

Copa do Mundo 2019: Dia 4

Não consegui escrever sobre os jogos de sábado e domingo. Gostaria muito de ter assistido e analisado a estréia do Brasil mas isso não foi possível. Tivemos dois jogos nesse quarto dia de Copa e eis as análises:

ARGENTINA x JAPÃO

- Confrontos: Dois jogos e duas vitórias do Japão (atual vice campeã). 

-Curiosidade: Primeiro ponto conquistado pela Argentina em Copas do Mundo. 

- Esquemas: Argentina: 4-5-1 sem a bola e 4-3-2-1 com a bola (adiantando as duas ponteiras na linha da frente) ///Japão: 4-4-2 com (dando amplitude as duas ponteiras) e sem a bola

- Primeiro tempo: Em 20 minutos de primeiro tempo, o Japão propõe o jogo, troca passes, busca opções pelos lados, pelos meios e não há pressa em concluir as jogadas. Já Argentina vem com um esquema forte de marcação com uma linha de 4 defensiva e uma de 5 no meio campo com uma atacante acionada em jogadas de bolas longas e pivô. São 58% de posse de bola para o Japão com uma finalização no gol e 42% de posse de bola para Argentina e nenhuma finalização. Reclamar que o jogo é ruim por ter duas finalizações erradas em 34 minutos de jogo é fazer vista grossa para as propostas de jogo de ambas as equipes. Quase que usando um ferrolho invertido, a Argentina tranca o Japão que só roda a bola e pouco converte a posse de bola (que é de 61%) em finalizações. O primeiro tempo termina da mesma forma: sem espaços para criar (no caso do Japão) e sem um jogo de transição forte (no caso da Argentina) o 0x0 é o único resultado possível. 



- Segundo tempo: A melhor forma de furar uma retranca é tentar abrir a defesa com amplitude e profundidade. É o que o Japão começou a fazer no segundo tempo. Jogavam num 4-4-2 com a bola mas agora jogam num 4-2-4 bem e muito bem aberto. Isso fez com que o seu ataque e sua posse de bola empurrasse a defesa da Argentina para trás e consequentemente mais espaços para criar (em 15 minutos criaram o mesmo número de finalizações de todo o primeiro tempo: agora são 4 com 1 no gol e 63% de posse de bola com 88% de aproveitamento dos passes). Já a Argentina, continua recuada, sem a opção do jogo de transição e só rebatendo bolas (ainda não finalizou nenhuma bola no gol e possui 37% de posse de bola e apenas 67% de aproveitamento dos passes). Após 65 minutos de jogo, finalmente a Argentina finalizou a primeira vez (mesmo que tenha sido um chute bloqueado).As Sul-Americanas aumentam sua posse de bola (38% a 62%), passam a tentar ficar mais com a bola e tentar criar mais finalizações (agora são 2 com uma no gol contra 5 do Japão com 1 no gol). Por fim, a retranca funciona e o jogo termina em 0x0. Japão não conseguiu achar espaços e no final a Argentina melhora a posse e sua criação. Ela teve 39% de posse de bola com um aproveitamento de 65% dos passes, 5 finalizações com duas no gol e 77 rebatidas. O Japão teve 61% de posse com 87% de aproveitamento de passes, 8 finalizações com 3 chutes a gol. 

- Melhor da partida: Estefania Banini. 

CANADÁ x CAMARÕES

- Confrontos: Será o primeiro entre as duas seleções.

- Esquemas: Canadá: 4-4-2 sem a bola e 4-3-3 com a bola /// Camarões: 5-4-1 sem a bola e 4-3-3 com a bola. 

- Primeiro tempo: As propostas de jogo são iguais ao do primeiro jogo: Camarões joga na defesa e o Canadá propondo o jogo com a posse de bola, verticalidade e realizando a marcação alta e o perde pressiona. Diferentemente do Japão, o Canadá consegue converter sua posse de bola em chances criadas e finalizações enquanto Camarões trabalha melhor os contra ataques e o jogo de transição do que a Argentina. Em 20 minutos, Canadá tem 69% de posse de bola, 71% de aproveitamento de passes, 4 finalizações 1 no gol. Camarões tem 31% de posse de bola, 66% de aproveitamento de passes, 3 finalizações e 1 no gol. Apesar do jogo coletivo do Canadá ser melhor, a imposição física e a velocidade das Camaronesas equiparam o jogo no final do primeiro tempo. A verticalidade de Camarões é impressionante (4 finalizações com apenas 31% de posse de bola). 1x0 Canadá: cobrança de escanteio após um período de pressão no ataque das canadenses e gol (jogada ensaiada). 8 finalizações para o Canadá com 2 no gol e 1 gol (69% de posse de bola). 



- Segundo tempo: As duas seleções voltam com a mesma formação. Até porque as propostas de jogo foram bem executadas com a exceção do gol sofrido por Camarões. O jogo é o mesmo: Canadá com a posse e o jogo coletivo muito forte e Camarões recuado e jogando na velocidade do contra ataque quando tem a bola. Em 15 minutos de segundo tempo, o Canadá tem 10 finalizações com 3 no gol e 68% de posse de bola e Camarões ainda possui 4 finalizações com 32% de posse de bola. As formas de jogo não mudam muito apesar das substituições. Camarões tenta ficar mais com a bola e jogar na sua velocidade. Porém, sem efeitos maiores muito por conta do controle do jogo feito pelas canadenses. Camarões sobe o % de sua posse (36%) mas finalizou uma vez mais apenas (5). Já o Canadá aumentou sua criação apesar da posse ter caído (foram 12 mas ainda com apenas 3 no alvo). A partida termina com Canadá finalizando mais que o triplo do que Camarões (16x5). 

- Melhor da partida: Buchanan

07/06/2019

Copa do Mundo Feminina 2019: França x Coréia do Sul

Escrevi no blog o ano passado toda a Copa do Mundo da Rússia. Esse ano, o propósito será o mesmo em relação à Copa do Mundo feminina na França. Obviamente, não poderei acompanhar todos os jogos mas os que eu puder estarei escrevendo aqui

Jogo 1: França x Coréia do Sul

- Confrontos: 2 jogos e duas vitórias da França. 

- Esquemas: França: 4-2-3-1 ///  Coréia do Sul: 4-2-4 

- Primeiro tempo: A França joga num 4-2-3-1 com e sem a bola utilizando muito bem os lados do campo para a criação de jogadas. Já a Coréia do Sul joga num 4-2-4 com a bola e num 4-4-2 sem a bola com as duas linhas bem próximas. Aos 9 minutos, 1x0 França com um desarme no campo ofensivo, contra ataque e cruzamento para a finalização de Le Sommer. Marcação alta, intensidade e velocidade nas ações ofensivas marcam os primeiros 10 minutos de jogo da França (4 finalizações, 1 no gol e com 67% de posse de bola). A Coréia do Sul é totalmente anulada pela imposição e controle do jogo da França, não tendo nenhuma finalização certa ou errada em 20 minutos. Sua opção pelo 4-4-2 em detrimento do 4-1-4-1 provavelmente se dá pelo estudo feito de como jogaria a França. Em 30 minutos de jogo, a França tem 57% de posse de bola, 10 finalizações com 4 no gol e 1 gol. Já as Coreanas possuem 43% de posse de bola e nenhuma finalização ao gol. O repertório de ataque da França impressiona. Bolas pelo meio, pelos lados, toques rápidos, em profundidade, jogadas ensaiadas e também realizando o perde pressiona. 2x0 e 3x0 da França foram por escanteios e cabeçadas de Renard (estatura de 1,87).  O primeiro tempo termina com 59% de posse de bola com 86% de passes certos, 17 finalizações, 6 no gol e 3 gols. A Coréia termina com 41% de posse de bola, 69% de passes certos e nenhuma finalização criada. 



- Segundo tempo: As duas seleções voltam com as mesmas formações tendo a impressão de uma mudança no comportamento de jogo da Coréia (tentando ficar mais com a bola e sendo mais agressiva). Porém, o jogo não muda muito: A França faz a mesma imposição mas com uma intensidade e velocidade menor do que no primeiro tempo (apenas 1 finalização em 15 minutos mesmo aumentando a posse de bola: 60%).  A primeira finalização (para fora) da Coréia acontece com 70 minutos de jogo após um erro de passe da defesa da França. Em 30 minutos de segundo tempo, a França mantém alto seu número de posse de bola (62%) com 86% de passes certos, 19 finalizações, 7 no gol e 3 gols. Já a Coréia tem 38% de posse de bola,  72% de passes certos e 2 finalizações erradas apenas (com dois erros da defesa francesa). 4x0 França: troca de passe pelo meio, e finalização de fora da área (na vigésima primeira finalização francesa). Seleção francesa se mostrou muito mais forte que a coreana apresentando um vasto repertório no ataque e um controle defensivo bem coeso. Foram 60 % de posse de bola para a França com 87% de passes certos, 21 finalizações, 8 no gol e 4 gols. A Coréia teve no final 40% de posse de bola, 72% de passes certos, 3 finalizações com 1 no gol. 

Destaques da partida: Renard (dois gols) e Thieny (duas assistências). 

24/04/2019

Liga de Basquete Feminino: Sesi Araraquara x São Bernardo

Venho sempre dizendo e vou continuar falando sobre como me encanta a forma de jogar dos esportes femininos. No basquete não é diferente. A forma como os times rodam a bola, procuram os espaços, fazem o jogo de garrafão, utilizam das bolas de dois e três pontos sem tentar cavar as faltas fazem toda a diferença em relação ao basquete masculino, que nos dias atuais, os arremessos de três pontos quase viraram obrigação (veja o exemplo do small ball do Golden State).

Sesi Araraquara e São Bernardo jogaram no sábado de aleluia. Aleluia mesmo pois, depois de ter assistido um jogo de futebol entre Matonense x São Carlense, esse jogo salvou meu sábado de trabalho. No primeiro tempo do jogo, os dois times eram equilibrados: no primeiro quarto o domínio foi do Sesi Araraquara e no segundo quarto o São Bernardo igualou. Duas defesas fortes e consequentemente as tentativas de arremessos forçados fizeram os times ir para o intervalo com 33 x 32 para o Sesi.



No segundo tempo, o desempenho melhor do Sesi apareceu. Com um jogo de transição, ataque forte e muitos turnovers do São Bernardo fizeram com que o time de Araraquara disparasse logo no terceiro quarto (53x45). No último quarto, a vantagem foi maior. Realizando troca rápida de bolas, mantendo a defesa forte e se utilizando de bolas de três, o Sesi Araraquara garantiu a vitória tendo um aproveitamento na LBF de 4 vitórias em 6 jogos. Já o São Bernardo, possui apenas duas vitórias em 7 jogos. 

Melhores da partida: Pelo Sesi Araraquara destaco duas jogadoras: Débora (armadora) com 17 pontos, 9 rebotes e 6 assistências (MVP do jogo) e Aline anotando um duplo-duplo com 17 pontos e 10 rebotes. Pelo lado do São Bernardo tivemos a Larissa com 21 pontos (cestinha do jogo) e tendo 81% de aproveitamento.

Placar final: 77x56.


23/04/2019

Campeonato Brasileiro Feminino A1: Ferroviária x Santos

Guerreiras x Sereias. O nome do clássico. Clássico sim e muito clássico do futebol feminino que é o reduto do futebol bem jogado no Brasil. O melhor de tudo isso: dois confrontos entre duas TREINADORAS no banco de reservas. A Tatiele Silveira e a Emily Lima. Foi na sexta-feira de páscoa e contando com a presença de pessoas não muito agradáveis na arquibancada deferindo "elogios" negativos para a treinadora da Ferroviária.

A Ferroviária jogou na formação de 4-4-2 sem a bola e num 4-2-3-1 com a bola (a princípio era para ser um 4-3-3 porém, este blogueiro só conseguiu visualizar o 4-2-3-1). Seu estilo de jogo era o jogo horizontal e de manutenção da posse de bola:














Já o Santos jogava no 4-1-4-1 sem a bola e num 4-3-3 coma bola, tendo um jogo mais vertical que a Ferroviárias e mais de progressão, utilizando muito o jogo de pivô da atacante Glaucia:














No primeiro tempo, o jogo era movimentado (no sentido de criação de finalizações e de muita mobilidade de ambos os times) e intenso. Os dois times marcavam a saída de bola e depois usavam uma marcação em zona pressionando os receptores da bola e não quem portava a bola. O gol dos Santos foi ao 13 minutos de jogo após a troca de passe no um-dois, passe na profundidade em direção a linha de fundo, toque para trás e gol. Santos era mais vertical com troca de passes rápidos para fornecer confrontos de 1 contra 1. A Ferroviária, depois do gol, passa a jogar com virada de jogo e bolas longas para as pontas tentando os contra ataques e gerando finalizações apenas fora da área. No final do primeiro tempo, a Ferroviária melhora sua marcação e faz o time do Santos recuar tentando buscar espaços que eram minimamente cedidos e por isso a grande quantidade de jogadas em profundidade. 

No segundo tempo, os dois times voltam com as mesmas propostas de jogo continuando com a marcação pressão que gerava desarmes ofensivos e assim, perigos de gol para ambos os times. O Santos recua mais, mantendo sua defesa forte, fecha os espaços (principalmente o lado esquerdo da Ferroviária). Isso dificultou bastante o jogo da Ferroviária que se sentia travada e não conseguia chegar ao gol.

Resultado Final: 1x0 Santos

Melhor da Partida: Glaucia (25) do Santos: jogadora muito técnica, segurava no pivô e tem qualidade para quebrar a marcação e para fazer dibres. 






13/04/2019

Campeonato Brasileiro Feminino A1: Ferroviária x Foz Cataratas

Primeira partida de futebol feminino assistida por mim nesse ano. E que ano para o futebol feminino: aumento no número de times, Copa do mundo feminina na Tv aberta, muito mais análises dos contextos sociais de quem trabalha e análises táticas de jogos. Pena que o público ainda não é tão marcante mesmo tendo entrada franca. 

Como falo sobre os esportes femininos, a visualização das ideias, estratégias e táticas dos jogos são melhores e mais bem executadas do que os esportes masculinos. E para quem curte tal tipo de jogo (jogado disputado e intenso independentemente da velocidade ou da força empregada) como eu, é o melhor deleite possível para o sonho de um futebol bem jogado no Brasil.

Ferroviária e Foz Cataratas jogaram pela quarta rodada do Brasileiro A1. Os dois times precisavam demais da vitória e jogaram dessa forma:
- A Ferroviária tinha um estilo de jogo estabelecido no 4-4-2 aberto com a bola, utilizando bastante a posse de bola e a troca de passes em busca de espaços. Sem a bola, também era um 4-4-2 porém com duas linhas de quatro definidas.



- O Foz Cataratas jogou numa formação de 4-1-4-1 sem a bola compactado, flutuando muito bem suas linhas e esperando o jogo atrás da linha do meio campo. Com a bola, vieram num 4-3-3 triângulo, usando o contra ataque como sua melhor arma. 













O primeiro tempo foi bem intenso e ações que geravam reações do time adversário e vice e versa. Ferroviária tendo muita posse de bola, postado no meio de campo para frente, propondo o jogo, criando jogadas pelos lados do campo para gerar amplitude e espaços nas boas linhas de defesa do Foz, rodava a bola pelo meio de campo, passes na diagonal e em profundidade e tudo isso gerando finalizações (ou seja, possuindo todo repertório de ações ofensivas de um time que joga com a posse de bola deve ter. Já o Foz, jogava seu 4-1-4-1 numa faixa de no máximo 25 ou 30 metros, flutuava muito bem suas jogadoras por onde a bola percorria sem desfazer do seu esquema de jogo e no ataque usava a transição para contra ataques rápidos. E num desses contra ataques, aos 19 minutos, mesmo estando todo esse tempo na defesa, o Foz teve um pênalti defendido pela goleira Luciana da Ferroviária. Depois do pênalti, todo o resto do primeiro tempo se deu assim: Ferroviária atacando e o Foz Cataratas se defendendo. Não houve, e eu digo novamente: NÃO HOUVE nenhum jogo da série A2 e A3 do Paulista masculino (assistidos por mim) em que os times se comportavam tão bem e executavam tão bem as ações do jogo como a Ferroviária e o Foz. 

No segundo tempo, com toda a intensidade vista no primeiro tempo, era de praxe que o jogo fosse cair. O Foz volta com uma alteração no ataque porém com a mesma formação e idem com a Ferroviária. Porém, uma alteração nas ações defensivas do Foz mexeu com o jogo: ao invés de defender atrás da linha de meio campo, o Foz passa a marcar a saída de bola da Ferroviária fazendo pressão alta. Com isso, logo aos 2 minutos saiu o gol do Foz numa saída pressionada e jogada individual da atacante. O empate veio cedo, aos 7 minutos, numa série de rebatidas na área após uma cobrança de escanteio da Ferroviária. Após os gols, os dois times cansam porém, mantém as estratégias de jogo traçadas: A Ferroviária com posse de bola e triangulações pelos lados mas sem conseguir criar finalizações e o Foz voltando para a marcação recuada do meio para trás. Aos 35 minutos do segundo tempo, veio o gol da vitória do time da casa com um pênalti. 

Resultado final: 2x1 Ferroviária

Melhor da partida: Goleira Luciana da Ferroviária: além de defender um pênalti, saia jogando com os pés numa segurança só e uma defesa milagrosa no final do jogo garantindo a vitória. 

Existe futebol bem jogado no Brasil e ele está no futebol feminino. Apreciem e valorizem por favor. 


08/04/2019

Paulista A3: Quartas de finais: Comercial x Desportivo Brasil

Eu tinha esquecido o quanto é mais complicado e tenso trabalhar em jogos de playoffs. A tensão é crítica, não apenas no jogo mas também fora dele: no aparato policial, na emoção da torcida, na animosidade e todos os sentimentos extremos que um ambiente esportivo pode proporcionar. 

Comercial x Desportivo Brasil já se enfrentaram (e eu já escrevi aqui) na primeira fase. Foi empate e de lá para cá houve mudanças. No Comercial, mais uma troca de técnico (a terceira em 3 meses) porém com a mesma forma de jogar desde o começo. Já o Desportivo Brasil mudou sua forma de jogar sem a bola. Com isso o Comercial jogou no 4-2-3-1 com e sem a bola, explorando muitas bolas longas pela velocidades dos seus pontas:


Já o Desportivo Brasil mantinha sua variação tática da primeira fase: com a bola era 3-4-3 e sem a bola era um 4-2-3-1 abdicando do 4-1-4-1. Usava linhas bem compactadas e definidas tirando os espaços do Comercial e usou bem sua variação tática quando perdia ou recuperava a bola: 














No primeiro tempo, por ser a primeira perna das quartas de finais, o jogo era muito faltoso e tenso complicando assim a qualidade do jogo com o Desportivo Brasil fazendo muitas faltas. O Comercial era mais agressivo com a bola, buscava verticalidades pelos lados porém, sem nenhuma organização. Já o Desportivo Brasil jogava compactado e jogando no contra ataque. O repertório de ataque de ambos era apenas bolas altas ou bolas paradas tendo pouca criação e troca de passes longas para chegar às finalizações. Nos últimos 10 minutos do primeiro tempo, o Comercial empurrou a defesa do Desportivo para perto do seu gol, criava e finalizava porém, sem nenhum chute ao alvo. 

No segundo tempo, ambos voltam com as mesmas propostas. Comercial, precisando da vitória para reverter a vantagem do empate do Desportivo, veio mais vertical e com menos posse de bola tentando o contra ataque. Aliás, os dois times buscavam o contra ataque com o Desportivo Brasil tendo mais posse de bola. Na metade do segundo tempo, mesmo com as substituições, a afobação e a preocupação pelo 0x0 começa a afetar o jogo mais do que podia. Muitos erros de passes minavam o jogo do Comercial até que o gol sai aos 80 minutos de jogo. Uma bola mal afastada do goleiro e chute de fora da área do volante Leonay. Após o gol, Comercial recua e só rebate a bola mesmo tendo um jogador a mais até o final do jogo.

Resultado final: Comercial 1x0 Desportivo Brasil.

Melhor da partida: Leonay (Comercial), além do gol, flutuava bem na marcação.

02/04/2019

Liga de Basquete Feminino: Sesi Araraquara x Pró Esporte Sorocaba

Já venho pensando há tempos e também escrevendo sobre como os esportes coletivos femininos se mostram mais interessantes para acompanhar, entender e analisar as dinâmicas do jogo e suas estratégias de desempenho. Não é demagogia o motivo que penso isso, mas sim, pela clareza de movimentos e pelo não uso da força como a maior ferramente para o alto rendimento. 

Além do mais, a crítica da forma com a qual o futebol está sendo jogado no Brasil (com baixa qualidade e pouco "pensar o jogo") também passa para o basquete, talvez, a nível mundial. Não é de hoje que leio críticas em relação a forma de jogar basquete atualmente em que se privilegia criar situações para arremessos de bolas de três do que a criação de infiltrações no garrafão e jogadas para a criação de espaços e, consequentemente, a conversão de bolas de dois pontos mais facilmente (inclusive esse debate é feito na NBA). 



O primeiro jogo assistido da LBF 2019 foi entre Sesi Araraquara x Pró Esporte Sorocaba. Os times não eram pareios, infelizmente. O Sesi Araraquara possui um melhor time tanto que venceu por 84x36. Sobre o jogo, claro que houve muitas tentativas de bolas de três pontos (foram 10 bolas em 27 tentativas para o Sesi Araraquara e 3 bolas em 9 tentativas para o Pró Esporte Sorocaba) porém, a movimentação de ataque e defesa e a variação nas formas de marcações (individual e por zona) de ambos os times eram perfeitamente visualizadas numa forma entendível. 

Nas bolas de dois pontos, o Sesi Araraquara converteu 21 de 38 tentativas (com 34 pontos no garrafão) e o Pró Esporte Sorocaba converteu 11 de 39 tentativas (com 14 pontos no garrafão). 

O destaque foi Aline pelo Sesi Araraquara (duplo-duplo com 14 pontos e 13 rebotes).

26/03/2019

Amistoso: Brasil x República Tcheca

Não consegui assistir o jogo Brasil x Panamá. Notei, li e assisti inúmeras críticas à seleção e principalmente ao Tite, talvez o mais atacado. Atacavam sua forma de falar (inútil tal discussão). Por isso, decidi assistir o jogo de hoje e comentar as análises que percebi para que houvesse uma perspectiva diferente daquela apresentada. 

O Brasil começou na sua forma famosa de jogar com o Tite com uma leve alteração: Sem a bola era o habitual 4-1-4-1 e com a bola era um 4-3-3 num formato de triângulo invertido com Casemiro a frente da linha de 4 defensiva e Paquetá e Alan mais a frente (e não jogava no 4-1-4-1 com a bola):














Já a República Tcheca jogou no 4-2-3-1 com e sem a bola muito compactado e com mobilidade:


Primeiro Tempo: Como forma de pensar o futebol, o Brasil de Tite jogava com a bola, propunha o jogo horizontalmente no campo defensivo e no meio e verticalmente no campo de ataque (usando as infiltrações e diagonais como as principais ações ofensivas) e quando perdia a bola, realizava o perde-pressiona para tentar recuperar o mais rápido possível. Já a Rep. Tcheca jogava bem compactada, porém não recuava (os 10 jogadores de linha se moviam conforme a localização da bola nos pés do Brasil). Aos 23 minutos, o Brasil tinha 68% de posse de bola, 2 finalizações erradas, 147 passes trocados e 6 desarmes. A Rep. Tcheca tinha 32% de posse de bola, 1 finalização certa, 66 passes trocados e 4 desarmes feitos. Após esse tempo, o problema de se manter fiel ao esquema de jogo já utilizado em Eliminatórias e na Copa do Mundo, começa a aparecer: a previsibilidade das ações e as reações do adversário. E foi isso que ocorreu no jogo: A Rep. Tcheca melhora e muda o jogo quando quando começa a marcar a saída de bola do Brasil, porém não no seu início, mas sim, nos jogadores de meio de campo que receberiam esse primeiro passe (sempre havia dois ou mais jogadores tchecos cercando o receptor do passe para que gerasse um tentativa de desarme rápido e criação de um contra ataque). Só um adendo: o sistema defensivo do Brasil continua exposto pela não recomposição dos seus meias (mesmo tendo o Alan) sobrecarregando o Casemiro que tinha que cometer faltas. Aos 30 minutos, Tite inverte Coutinho e Paquetá com Richarlison e Alan, porém, os Tchecos continuavam pressionando a saída de bola do Brasil, interceptando passes, desarmando e controlando muito o meio de campo inclusive gerando contra ataques e por consequência finalizações. O gol dos Tchecos, aos 37 minutos, foi resultado de toda essa blitz: Desarme, ligação de contra ataque e finalização de fora da área. Nesse momento, a Rep. Tcheca tinha 5 finalizações (3 certas) contra 3 finalizações do Brasil (com 1 certa). No final do primeiro tempo, o Brasil teve 64% de posse de bola, 4 finalizações com apenas 1 certa, 249 passes, 9 desarmes com 8 certos, 1 interceptação certa e a bola lhe foi roubada 23 vezes. A Rep. Tcheca teve 36% de posse de bola, 6 finalizações com 3 certas e 1 gol, 124 passes, 12 desarmes sendo 11 certos, 5 interceptações com 4 certas e lhe foi causada 12 perdas de posse de bola. Nota a diferença entre os desarmes, interceptações e perdas de posse de bola. A mudança da forma de marcar da Rep. Tcheca e a previsibilidade do esquema tático do Brasil (e é aqui que talvez Tite deva ser criticado) fizeram a tônica do primeiro tempo e o desempenho ruim do Brasil. 

Segundo Tempo: o Brasil mudou, não apenas sua formação tática e com substituições, mas sim, sua intensidade e seu comportamento. Ao tirar Paquetá e colocar Evérton, o Brasil passa do 4-3-3 para o 4-2-3-1 com a bola: Tite recuou Alan para ser o segundo volante e ajudar Casemiro na defesa e muito também na saída de bola e colocou Coutinho como o jogador central da linha de 3 do meio de campo e deixando Firmino como atacante. O objetivo disso tudo era ter uma qualidade melhor na saída de jogo e rapidez além de melhorar o sistema defensivo, justamente por não sobrecarregar Casemiro (já amarelado). Deu certo e muito certo. O gol de empate foi mais um erro do lateral tcheco do que propriamente resultado dessas mudanças. Porém, era visível a melhora do time brasileiro: Na intensidade, no perde pressiona, na troca de passe. A Rep. Tcheca, mantendo seu esquema tático, abdica de marcar a saída de bola do Brasil. Aos 17 minutos, a entrada de David Neres para saída de Richarlison melhorou ainda mais a verticalidade no campo de ataque e a oportunidade de fazer o combate de 1 contra 1 nos lados do campo junto com o Evérton. Aos 22 minutos, o Brasil tinha 61% de posse de bola, 6 finalizações com 3 certas e 1 gol, 215 passes, 14 desarmes com 12 certos e tinha 36 perdas de posse de bola. A Rep. Tcheca tinha 39% de posse de bola, 7 finalizações com 3 certas e 1 gol, 177 passes, 18 desarmes certos e 6 interceptações com 5 certos e 19 perdas de bolas. Ao abdicar de pressionar a saída de bola, os tchecos realizavam os encaixes individuais (como o Cuca gosta de fazer). Ao tirar Casemiro e colocar Arthur e tirar Coutinho e colocar Gabriel Jesus, o Brasil manteve sua intensidade e forma de jogo: recuou Firmino para a linha de 3 meias (no centro) tendo, às vezes, uma alternância de posicionamento do 4-4-2 e 4-2-3-1. A troca de passe ficou muito melhor, aumentando a posse de bola no meio campo e no ataque, melhora a qualidade da saída e a construção das jogadas ficam mais leves por conta da entrada do Arthur (o Xavi brasileiro) como segundo volante. Tudo isso gerou finalizações (8 finalizações brasileiras contra 7 dos tchecos) e 2x1 aos 38 minutos: Desarme de Danilo, passe em profundidade para David Neres e assistência para Gabriel Jesus. Depois disso, sai Firmino e entra Fabinho: adianta Arthur para o centro da linha de 3 meias e coloca o Fabinho como segundo volante ao lado de Alan. 3x1 aos 44 e com um golaço: Alan começa a jogada, passa para David Neres que toca de calcanhar para o próprio Alan (elemento surpresa) e assistência para Gabriel Jesus. Toques rápidos e envolvente. 

O Brasil termina o jogo com 62% de posse de bola, 11 finalizações com 7 certas e 3 gols; 474 passes, 25 desarmes com 22 certos e 50 perdas de posse de bola. A Rep. Tcheca teve 38% de posse de bola, 7 finalizações com 3 certas e 1 gol, 273 passes, 33 lançamentos com 6 certos e 32 perdas de posse de bola:

Alguns fatos: 
- Arthur precisa ser titular. Não temos esse tipo de jogador há tempos no nosso futebol e é absurdo deixá-lo no banco. 
- Talvez Tite pudesse repensar seu posicionamento tático: jogar com apenas um volante é muito arriscado no futebol que se joga hoje, assim como, manter apenas um atacante: a melhora absurda do ataque quando se posicionou Gabriel Jesus e Firmino lado a lado, além das opções de ataques que possui.
- Tite pensa o futebol com posse de bola e é isso que teremos: um futebol ala Guardiola, às vezes, misturado com Klopp pelas características dos jogadores que ele convoca: Primeiro tempo foi estilo Guardiola e o segundo tempo foi a estilo Klopp. 
- Começa a fritura de Tite pelo desempenho ruim nos amistosos. Eu penso o seguinte, melhor ter um desempenho ruim nos amistosos do que em uma competição oficial. O que o Tite quer propor para a seleção demanda tempo e paciência. Demiti-lo antes da Copa de 2022 é acabar com quaisquer chances de ganha-lá. E quem reforça tal situação de demissão caso não ganhe a Copa América não entende de futebol ou se entende, tem a total displicência por tentativas de se jogar bem. Prefiro ver a seleção perder a Copa de 2022 com um trabalho de 6 anos do que perder com um trabalho de 3 anos.        




18/03/2019

Paulista A3 - 2019: Batatais x Barretos

Diferentemente do sábado, tivemos um belo jogo no domingo. Vale lembrar que no sábado o jogo era da segunda divisão paulista e no domingo era da terceira divisão. A cultura do futebol brasileiro é muito complexa por nos fornecer essa ambiguidade e inversão de valores e também por nos fazer pensar como a troca de técnicos pode ser muito bem proveitosa para um time que há poucas semanas estava morto. 

Batatais e Barretos fizeram um confronto regional bem interessante. O Batatais jogou no 4-1-4-1 com e sem a bola, privilegiando jogadas pelos lados e cruzamentos: 


Já o Barretos, apesar da troca de técnicos, continuou com com seu esquema do 4-2-3-1 com e sem a bola, porém com um esquema de jogo bem definido abdicando das bolas longas e velocidades dos pontas:


O Batatais estava melhor no início do jogo: aplicação tática, mobilidade da linha de 4 do meio campo, laterais apoiando e velocidade no ataque que quase resultou em um gol antes dos 10 minutos. O Barretos vinha calmo, se controlando até fazer o primeiro gol aos 13 minutos de jogo, após o escanteio e a escorada de cabeça. Após o gol, o Batatais sente o gol e a pressão (não do Barretos mas sim da torcida e da obtenção do resultado) pois não conseguia realizar nenhum ataque e sua aplicação tática foi totalmente perdida. Já o Barretos, surpreendeu aquele que vos escreve com sua forma de jogo após marcar o primeiro gol: ficava mais com a bola e não recuou, empurrava a defesa do Batatais para o gol e fechava os espaços sem deixar quaisquer chances para o ataque do Batatais. Depois da parada técnica, o Barretos inova e surpreende ao começa a jogar, sem a bola, no 5-3-2 (recuando um volante para a linha de 5). 

No segundo tempo, há a manutenção das mesmas formações de ambos os times. Barretos continuava comandando o jogo, aumentando sua posse de bola, trabalhando a bola e criando finalizações. O segundo gol veio aos 18 minutos numa jogada de infiltração. Após tomar o segundo gol, o Batatais substitui um lateral e põe um meia, recuando um volante para a lateral tentando melhorar e recompor o meio campo. Não deu certo pela consistência e repertório de jogo do Barretos. Partida muito interessante e linda de se ver quando se trata de terceira divisão. 

Resultado final: 2x0 Barretos. 

Melhor da partida: 10 (João) - comandava o meio campo; 8 (Alan) ótima proteção; 4 (Matheus) - além de fazer gol, não deixou uma bola aérea chegar. 

Paulista A2 - 2019: Sertãozinho x Votuporanguense

Há muitas coisas que precisam ser melhoradas no futebol brasileiro. Mais fora do que dentro de campo. Porém, uma das coisas que, no gramado, poderia mudar é a falta de dinâmica do jogo, a falta de sequência e as paralisações desnecessárias que são costumas no nosso futebol. É tantos fatores que param o jogo, um deles também é a arbitragem, que o que se tenta por em prática não funciona. 

Ultimas rodadas da série A2 privilegia o resultado pela proximidade de pontuações entre times que brigam para não cair e times que brigam para classificar. Sertãozinho x Votuporanguense foi um daqueles jogos que o resultado devia vir de qualquer modo e à qualquer custo. Os donos da casa jogaram no seu tradicional 4-2-3-1 com e sem a bola, utilizando a saída de 3 (um volante entre os dois zagueiros para liberar os laterais):


Já o Votuporanguense jogou no 4-2-3-1 com a bola (bem definido, sem muita mobilidade) e num 4-4-2 sem a bola não compactado: 


O primeiro tempo começa como geralmente são as partidas das séries inferiores porém com alguma diferença: a busca rápida pelo primeiro gol e assim recuar na marcação, esquecer a bola e querer que o tempo passe rápido. Votuporanguense estava melhor até os vinte minutos de jogo: empurrava a defesa do Sertãozinho para dentro da área, tinha intensidade e verticalidade no ataque mas apenas utilizava cruzamentos como tentativas de finalizações. Seria o maior pecado se não fosse o pênalti perdido (defendido pelo goleiro João Guilherme) aos 9 minutos de jogo. No primeiro ataque do Sertãozinho, aos 23 minutos, veio o gol (sem nenhuma criação ofensiva): gol numa cobrança de escanteio. Após o gol, Sertãozinho melhora: jogava na amplitude para abrir as duas linhas de 4 do Votuporanguense mas apenas cruzava. E foi disso que saiu o segundo gol após inúmeras rebatidas dentro da área e gol no rebote. 

No segundo tempo, os dois times vieram com as mesmas propostas, exceto para a marcação do Sertãozinho que passara para o 4-4-2. O sinal estava dado: não haveria mais jogo e não teve mesmo. Inclusive após a expulsão do meia do Votuporanguense (que mudou a sua marcação para o 4-4-1). O time da casa minava o jogo, muitas faltas, cartões e zero criação e finalizações (a não ser umas duas ou três dos visitantes para as boas defesas do goleiro João Guilherme) e é claro, a ajuda da arbitragem para que o jogo não fosse praticado. 

Resultado final: 2x0 Sertãozinho.

Melhor da partida: Goleiro João Guilherme do Sertãozinho. 


11/03/2019

Paulista A3 - 2019: Comercial x Desportivo Brasil

Depois de suas semanas cobrindo vôlei e basquete, tive uma partida de futebol analisada. O jogo reservava altas expectativas por ser confronto do topo da tabela da terceira divisão e por colocar disposições táticas específicas para enfrentar modelos de jogos bastante ofensivos (já que o Desportivo Brasil tem o melhor ataque da competição).

Por ter ficado um tempo sem acompanhar o campeonato, tive que pegar informações prévias sobre os dois times e como, supostamente, seriam suas formas de jogo. Para tentar parar o poder ofensivo do Desportivo Brasil, o Comercial ia abdicar sua variação tática sem a bola (do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1) para usar o 4-4-2 utilizando dois meias como volantes na primeira linha de 4 e um 4-3-3 (num formato triangular) com a bola para privilegiar o contra ataque:


 


A escolha do contra ataque rápido e o jogo de transição se deu pela força ofensiva do Desportivo Brasil e que tinha a formação de 4-1-4-1 sem a bola e um 3-4-3 com a bola e muita mobilidade utilizando os laterais como alas e atacando com no máximo 8 jogadores de linha (por isso as duas linhas de 4 do Comercial, no meu entendimento):













No primeiro tempo, as expectativas foram superadas. Jogo muito ofensivo, cheios de estratégias e chances criadas (2 ou 3 finalizações para cada time até os 25 minutos). O Desportivo Brasil propunha o jogo, não tinha pressa para trocar passes e chegar perto do gol. Sem a bola fazia o perde pressiona no seu campo de ataque. O Comercial recuava e jogava na transição (muito com passes pelo alto por cima da linha defensiva do Desportivo). Porém, o gol do Comercial veio de uma jogada trabalhada e não de um contra ataque: bola invertida, finalização de fora da área, bola no travessão e rebote para o gol. Após o 1x0, o jogo piora com o recuo ainda mais forte do Comercial (empurrado pelo ataque do time visitante) e pela falta de criatividade do Desportivo Brasil que só empatou em 1x1 aos 41 minutos do segundo tempo de pênalti.

Já no segundo tempo, o que se viu foi outro jogo completamente diferente. Os dois times mantiveram suas formações e mesmo com as substituições do Comercial nada mais aconteceu. Toda a ofensividade vista no primeiro tempo foi quase nula no segundo, muitos erros de passes, predomínios de bolas longas e jogadas individualizadas até a parada técnica. Após esse período, talvez conformado com o empate, o Desportivo Brasil abdica de propor o jogo e fazer o perde pressiona dando a posse de bola para o Comercial (que pareceu não saber propor). Além do mais, muitas faltas e impedimentos minaram qualquer expectativa de uma melhora no desempenho e/ou do placar. 

Resultado final: 1x1

Não pude estabelecer quem foram os melhores de cada time.  

07/03/2019

NBB - 18º Semana: Franca x Corinthians

Primeiro jogo de basquete no ano em que fui ver. Depois de dois títulos na temporada e pela liderança do NBB, o ginásio Pedrocão sempre fica lotado ou quase lotado. Dessa vez com mais entusiasmo por causa da torcida visitante de organizadas do Corinthians que tentava falar mais alto (como é bom ter duas torcidas e sua competição simbólica de apoio aos times. Aqueles que amam torcida única, realmente não vão à praças esportivas).

Taticamente, o basquete não é meu forte, porém percebe-se uma mudança no estilo de jogo, aqui e na NBA, onde há o privilégio explícito de conversão de cestas de 3. O primeiro quarto foi bem pareio (18x15 para o Franca) pois as suas tentativas de bola de 3 não eram convertidas enquanto o Corinthians fazia o jogo de infiltração. No segundo quarto, a igualdade e a forma de jogar se manteve (36x34 para o Franca) com muita competitividade entre os times, muitos erros e jogos de transição com muita velocidade. 

Na volta do intervalo, com muitas faltas feitas pelo Corinthians, tendo lances livres como consequência, e com a conversões de 3 começando a cair, o Franca dispara no placar com o excelente desempenho do ala Jimmy e abre um 57x49. No último quarto, aproveitando o embalo e mais leve por manter o desempenho e a diferença no placar, o Franca abre mais a vantagem e termina com 83x60.

Franca teve 22 bolas de 2 pontos, 9 bolas de 3, 12 lances livres convertidos e 21 assistências. Já o Corinthians teve 16 bolas de 2 pontos, 8 bolas de 3 pontos, 4 lances livres e 11 assistências. 

Os maiores pontuadores foram: Jimmy (Franca): 21 pontos e Parodi (Corinthians) com 16 pontos.  

03/03/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Masculino: Dia 5

Era o último dia de torneio. Completado duas semanas com 21 jogos analisados em 10 dias. Duas semanas fora de casa e ao redor da Arena MTC blocos de carnaval rolando. O dia nos reservava uma disputa de terceiro lugar e a grande final. Novamente, dois confrontos Brasil x Argentina. 

No primeiro jogo, Minas x Obras San Juan. O time brasileiro até que tentou, porém a qualidade do time argentino se sobressaiu: 3x1 (20x25; 25x22; 24x26; 17x25). O Obras de San Juan teve média de 15,25 pontos de ataque (sendo 16 e 18 no segundo e terceiro set respectivamente) 6,75 pontos por erros cedidos pelo Minas, 1,25 pontos de bloqueio e aces. Já o Minas teve em média 10,5 pontos de ataque, 8,75 pontos por erros cedidos pelo Obras (sendo 12 pontos no segundo set) 1,5 pontos de bloqueio e 0,75 pontos por aces. Obras terceiro colocado e bem merecido. 



No segundo jogo, a final do campeonato, Cruzeiro e UPCN fizeram um jogo digno de uma final internacional. Jogo dominado tecnicamente, fisicamente e mentalmente pelo Cruzeiro que arriscou quando tinha que arriscar, controlava quando tinha que controlar e aniquilava quando tinha que aniquilar. Resultado: 3x1 para o Cruzeiro (25x19; 25x18; 21x25; 25x16) com 13,5 pontos de ataque (17 no quarto set) 4,75 de erros cedidos pelo UPCN, 2,75 de pontos de bloqueios e 3 aces em média (com 5 aces no primeiro set). O UPCN teve 9,75 pontos de ataque em média, (15 pontos no terceiro set), 7,25 pontos por erros cedidos pelo Cruzeiro, 2,25 pontos de bloqueio e apenas 1 ace feito em todo o jogo. Além da discrepância nas médias de pontos de ataque, o que fez a diferença para o Cruzeiro foi os pontos de aces: 12x1. 

Parabéns Cruzeiro pelo jogo memorável na final. 

Obrigado BH. 

02/03/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Masculino: Dia 4

Dia 4 ou melhor: dia 4 e meio. Foram 8 horas de vôlei, três jogos, boas disputas, detalhes, emoções, tensões e algumas brigas. A fase final do campeonato começou com uma disputa de quinto/sexto lugar e as duas semifinais em confronto Brasil x Argentina. Hoje os Deuses do Vôlei nos abençoaram com duas grandes partidas.

A primeira partida do dia foi entre Nacional do Uruguai e Regatas do Peru: 3x0 para o Regatas (17x25; 22x25; 13x25). Disputa de quinto/sexto lugar. O Regatas teve 16 pontos de ataque em média (tendo 18 pontos no terceiro set), 6,3 pontos por erros cedidos pelo Nacional, 1 ponto de bloqueio em média e 1,6 pontos de aces em média. Já o Nacional não teve nenhum ace, 9,3 pontos de ataque em média, 5,3 pontos por erros cedidos pelo Regatas e 2,6 pontos de bloqueios. 

No segundo jogo e a primeira semifinal do dia, o Minas enfrentou o UPCN da Argentina. E num  jogo de boa qualidade, os argentinos venceram por 3x0 (25x27; 18x25; 14x25). O UPCN teve 13 pontos de ataque em média (15 no terceiro set) 7,6 pontos por erros cedidos pelo Minas, 4,3 pontos por bloqueios e apenas 2 aces no jogo. O Minas teve 12 pontos de ataque em média, 4,6 pontos por erros cedidos pelo UPCN, 2 pontos de bloqueio em média e apenas 1 ace no jogo. UPCN na final. 



O terceiro e o melhor jogo até aqui foi entre Sada/Cruzeiro x Obras San Juan da Argentina. Segunda semifinal e segundo jogo entre Brasil x Argentina. O melhor jogo disparado, alta qualidade, decidido em detalhes, tensões, emoções e viradas no placar e infelizmente brigas. O Sada ganhou por 3x2 depois de estar perdendo por 2x0 (24x26; 22x25; 27x25; 25x23; 15x13). Pela proximidade das parciais percebe-se que o jogo foi excelente. O melhor jogo de vôlei assistido e analisado por este blogueiro. O Sada teve 11,9 pontos de ataque em média, 7,2 pontos por erros cedidos pelo Obras, 4,3 pontos de bloqueios (9 no terceiro set) e 1,1 em aces. Já o Obras teve 12,6 pontos de ataque em média (16 no quarto set) 8,1 pontos por erros cedidos pelo Sada/Cruzeiro (dentre eles foram contabilizados 23 erros de saque. Isso mesmo: 23 pontos durante todo o jogo para o Obras, de erros de saque do Sada), 1,5 pontos de bloqueio em média, e 2,4 em aces. Pelos números anotados, é notório que o Obras teve mais médias do que o Sada/Cruzeiro, com a exceção da média de pontos de bloqueio    (20x7 para o Sada). Foi o que definiu o jogo. 

A final será entre Sada/Cruzeiro x UPCN (que já tiveram um confronto na fase de grupos). 

Parabéns Sada e Obras pelo maravilhoso jogo de vôlei apresentado e por ter confortado esse coração com saudades de casa.  

28/02/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Masculino: dia 3

As partidas de hoje foram dos times estrangeiros com a folga na tabela dos times brasileiros. As consequências disso são arquibancadas quase vazias e um ambiente sem alma. Estamos falando de um torneio internacional de vôlei porém, me parece que isso não convém. Os jogos pareciam ser fáceis e de rápida duração mas não foi bem assim. 

No primeiro jogo, Obras de San Juan da Argentina venceu o Nacional do Uruguai por 3x0 sets (25x19; 25x20; 25x22). Embora tenha tido placares próximos, havia uma certa diferença técnica entre os dois times. O Obras San Juan teve 14 pontos de ataque em médias (com 16 pontos no primeiro set), 7,3 pontos por erros cedidos pelo Nacional, 2 pontos de bloqueio em média e 1 ponto de ace em média. Já o Nacional, teve 10,3 pontos de ataque em média, 7,6 pontos por erros cedidos pelo Obras San Juan, 1,6 pontos de bloqueio e 0,6 pontos de aces. 

No segundo jogo, o UPCN da Argentina venceu o Regatas do Peru por 3x1 (25x22; 21x25; 25x15; 25x17). Vale ressaltar que o UPCN jogou, em sua maioria, com jogadores reservas. Por isso a proximidade de alguns placares. O UPCN teve 13,7 pontos de ataque em média (tendo 17 pontos no primeiro set) 7 pontos em média por erros cedidos pelo Regatas (sendo 10 no quarto set) 2,5 pontos de bloqueios e 0,5 pontos de aces. Já o Regatas, que jogou com muita bravura, teve 13,2 pontos de ataque em média (sendo 20 pontos no segundo set) 5,6 pontos em média por erros cedidos pelo UPCN, 1,5 pontos de bloqueio e 1 ponto em média de aces. 

No próximo dia haverá a disputa do quinto e do sexto lugar e das duas semifinais. 

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Masculino: dia 2

No segundo dia de torneio, a diferença entre os times foram mais óbvias. Placares elásticos e times brasileiros utilizando os jogadores reservas para assegurarem a classificação para a semifinal. O que realmente anima os jogos do masculino são as torcidas. No jogo do Minas há uma bandinha que toca Marchinhas entre os pontos e no jogo do Cruzeiro há a torcida organizada que leva sua bateria e não param até o último ponto. 

No primeiro jogo da noite, o Minas venceu o Nacional do Uruguai por 3x0 sets (25x23; 25x12; 25x15). Mesmo o Minas tendo 11 pontos de ataque em média, o que impressionou foram os 9 pontos em média por erros cedidos pelo Nacional. Alem disso, foram 2 pontos em média por aces e 3 por bloqueios. Já o Nacional do Uruguai teve em média 9,3 pontos de ataque (sendo 14 no primeiro set), 5,6 pontos por erros cedidos pelo Minas, 1 ace e apenas 2 bloqueios no jogo. 



No segundo jogo da noite, o Cruzeiro venceu o Regatas de Lima (Peru) também por 3x0 sets (25x13; 25x14; 25x14). O time brasileiro teve 11 pontos em média por erros cedidos pelo Regatas (foram 14 pontos no segundo set), 10,6 pontos de ataques, 2 aces e 1,3 pontos de bloqueios. Foram mais pontos ganhos por erros do que pontos de ataque. O time peruano teve 6,6 pontos em média de ataques, 5,6 pontos por erros cedidos pelo Cruzeiro (maioria deles por erros de saque), 0,3 aces e 1 ponto de bloqueio em média. 

No Campeonato Masculino, os pontos por erros são maiores que o feminino pelo fato de se arriscarem no saque. 

27/02/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Masculino: dia 1

Nessa segunda semana em BH, a saudade de casa aperta bastante. Porém, ela é deixada de lado quando o sul-americano masculino começa. Quem cobre há tempos esses campeonatos, já me tinha dito que no masculino os confrontos são bem pareados e bem disputados pela qualidade dos times estrangeiros convidados (diferentemente do feminino, infelizmente, que só tiveram jogos bem acirrados no último dia). No vôlei masculino, entretanto, o entendimento do jogo é mais difícil pelas pancadas na bola, a velocidade e os enormes erros de saque.

O primeiro jogo, pelo grupo A, foi entre Minas x Obras San Juan da Argentina. Minas vence por 3x1 (21x25; 25x20; 25x22; 25x22). É notório a aproximação das pontuações e o equilíbrio do jogo. Minas teve 12,2 pontos de ataques em média, 9 pontos em média por erros cedidos pelo Obras (sendo 10 pontos no terceiro set), 2 pontos de bloqueio por set e 0,75 aces. Já o time argentino teve 13,7 pontos de ataque em média (16 pontos de ataque no primeiro set), 6 pontos em média por erros cedidos pelo Minas, 1,25 pontos de bloqueio e 1 ace por set em média. Percebe que na média, o Obras teve mais pontos que o Minas porém, a grande diferença está nos pontos cedidos por erros.



O segundo jogo da noite, pelo grupo B, foi entre Cruzeiro x UPCN da Argentina e tivemos o primeiro jogo de cinco sets em ambos os campeonatos. Cruzeiro vence por 3x2 depois de estar perdendo por 2x0. Jogo mais equilibrado do que o primeiro, brigado, tenso e muitos erros de saques. O Cruzeiro teve 11,9 pontos de ataque em média (sendo 16 pontos no quarto set) 6,9 pontos por erros cedidos pelo UPCN (sendo 12 pontos no terceiro set) 2,6 pontos de bloqueio e 1,7 pontos de aces. Já o UPCN teve 9,8 pontos de ataque em média (sendo 14 no segundo set), 9,4 pontos por erros cedido pelo Cruzeiro (sendo 14 e 11 no primeiro e terceiro set respectivamente), 2,4 pontos de bloqueio, 1 ponto em média de aces. 

Veremos os próximos dias se haverá esse equilíbrio. Uma coisa é certa, as finais prometem.  

23/02/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Feminino: dia 5

Último dia do torneio feminino. Fica algumas coisas para se melhorar e coisas para se elogiar. Ter um melhor desenvolvimento e promoção do esporte feminino e a ótima festa feita no último dia poderia ter em todos os dias, não somente quando há transmissão da maior emissora do Brasil e em jogos importantes. Dia de clássicos, argentino e brasileiro. Dia de vôlei praticado em alto nível e bem disputado embora os dois jogos tenham terminado em 3x0 sets. 

No primeiro jogo entre Boca Juniors x San Lorenzo, houve uma disputa ponto a ponto, às vezes uma virada no placar e muita disposição em quadra. No placar, 3x0 sets para o San Lorenzo (21x25; 19x25; 20x25). 14,6 de média em pontos de ataque para o San Lorenzo, 6,3 de pontos cedidos pelo Boca, 2 aces e bloqueios em média. Para o Boca, 12 pontos de média, 6 pontos de erros cedidos pelo San Lorenzo e 1 ponto de ace e bloqueio em média. San Lorenzo terceiro lugar.



No segundo jogo e também a final (era pontos corridos a forma de disputa porém, os dois times tiveram a melhor campanha). Minas x Praia disputaram o terceiro título nessa temporada e a terceira conquista do Minas: 3x0 sets (25x21; 25x16; 26x24). Muito disputado, ponto a ponto e um pequeno melhor desempenho do Minas: 13,3 pontos de média de ataque, 6 pontos de média por erros cedidos pelo Praia, 5,3 de bloqueio e 0,6 em aces. Já o Praia teve 11 pontos de ataque em média, 6 pontos por erros cedidos pelo Minas, 3 pontos em média de bloqueio e 0,3 pontos de aces. Além da diferença entre pontos de ataque, o que fez a diferença foi a pontuação de bloqueios (Minas teve quase o dobro do Praia: 16x9). 

Minas campeão. Bela festa. Parabéns. 

22/02/2019

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Feminino: dia 4

Algo aconteceu de muito bom hoje no campeonato. Duas escolas estaduais apareceram na torcida dos dois jogos. Lotaram uma seção das arquibancadas e animaram os jogos que nos outros dias não eram tão animados. Podia ser uma política pública de esporte permitir que toda escola pública tivesse entrada franca em eventos esportivos. Hoje, se manteve as diferenças entre os times porém, com alguma emoção. 

No primeiro jogo, o Praia Clube de Uberlândia venceu o Club Olympic por 3x0 sets (25x13; 25x5; 25x17). O Praia teve 12,6 de média de pontos de ataques, 3,3 de aces, 3,6 de bloqueios e 5,3 pontos de erros cedidos pelo Club Olympic. Já o time boliviano teve 7,6 pontos de ataque em média, apenas 1 ponto de bloqueio no jogo, 4 pontos de média por erros cedidos pelo Praia. 



No segundo jogo da tarde, o Minas venceu com uma certa emoção o San Lorenzo (que me pareceu o time estrangeiro mais forte) por 3x0 sets (25x22; 25x12; 25x19). O Minas teve em média 12,6 pontos de ataque, 2 aces em média, 1,6 pontos de bloqueio e 8,6 pontos por erros cedidos pelo adversário. No segundo set, o Minas teve mais pontos por erros do San Lorenzo do que por pontos de ataque (12 e 11 respectivamente). Já o San Lorenzo, que fez uma bela partida, teve 9 pontos de ataque em média, 1 ace por set, 1,6 pontos de bloqueio e 6 pontos em média por erros cedidos pelo Praia. 

Amanhã acontecerá a última rodada e com a decisão entre Minas x Praia. 
 

Campeonato Sul-Americano de clubes - Vôlei Feminino: dia 3

Mais um dia na Arena Minas. Dia de experimentar novos restaurantes por perto já que há muitas opções para refeições no bairro onde estou. Almocei um delicioso PF com almôndegas veganas (não sou vegano mas aprecio muito essa culinária). No campeonato, os jogos ainda nos mostram a diferença abissal entre os times brasileiros em relação aos times estrangeiros. 

No primeiro jogo do dia, Boca Juniors x Club Olympic. O primeiro set deu a impressão que poderia ser o primeiro jogo equilibrado do torneio mas não foi. 3x0 sets para o Boca com 25x16; 25x12; 25x18. O time argentino teve 13,6 pontos de ataque em média, 2 pontos de média por aces, 4,3 pontos de média em bloqueios, 5,3 pontos de média por erros cedidos pelo time boliviano. Já o Club Olympic teve apenas 2 aces na partida toda, 1 ponto de bloqueio por set, 6,6 pontos de ataque em média e 8,3 pontos de média por erros cedido pelo Boca. O time boliviano, em média, obteve mais pontos por erros do Boca do que propriamente pela eficiência de seu ataque. 



No segundo jogo: Praia Clube x San Lorenzo. Torcida do San Lorenzo com bandeiras no ginásio e vitória do Praia por 3x0 (25x6; 25x18; 25x10). Sim, foi 25 x 6 no primeiro set para o Praia. O time brasileiro teve média de 13 pontos de ataque no jogo, 3,3 pontos de bloqueio, 2,3 pontos de aces e 6,3 pontos por erros cedidos pelo San Lorenzo (no primeiro set foram 8 pontos cedidos). Já o time argentino, teve em média 6,3 pontos de ataque, apenas 1 ace no jogo, 1 bloqueio por set e 3,6 pontos por erros cedidos pelo Praia. 

As rodadas finais vão chegando e o dia 4 vem ai.  

21/02/2019

Campeonato Sul-Americano de Clubes - Vôlei Feminino: dia 2

Talvez tenha sido minhas partidas de vôlei assistidas in loco mais rápidas que vi. Os dois jogos terminaram com menos de uma hora de duração. A possível causa seria a diferença que escrevi no texto anterior entre os times. O San Lorenzo da Argentina é o melhor time estrangeiro desse campeonato e vai proporcionar jogos épicos contra o Minas e o Praia Clube (os times mais fortes).

O San Lorenzo estreou contra o Club Olympic da Bolívia. 3x0 sets (25x11; 25x14; 25x12). Sua média de pontos de ataques foram 11,6 por set, 4,6 pontos de média de aces (número mais alto já constatado por mim) e média de 6 pontos por set cedidos pelo Club Olympic. Já o próprio time boliviano, não teve nenhum ace marcado no jogo, 7 pontos de média por set, apenas 1 ponto de bloqueio no jogo e 5 pontos de média por set em erros cedidos pelo San Lorenzo. Ou seja, os times inferiores possuem uma média de pontos cedidos pelo adversário quase igual ou bem próximo a média de pontos de ataque. 

O segundo jogo foi entre Minas e Boca Juniors. A disparidade também foi evidente. O Minas vence por 3x0 sets (25x9; 25x14; 25x15) sendo que no primeiro set chegou a estar 13x0 para o Minas. O time sede teve 11,3 de média dos pontos de ataque, 2,3 de média de pontos de aces, 3 pontos de média de bloqueio e 8 pontos de média de erros cedidos pelo Boca. No último set, o Minas teve 10 pontos por erros cedidos pelo Boca e 9 pontos de ataque (teve mais pontos cedidos do que feito). O Boca teve média de 1,3 pontos de ace, apenas 2 pontos de bloqueio no jogo todo, 6 pontos de média de ataque e 4,6 pontos de média de erros cedidos pelo Minas. Além do mais, no último set, o Boca teve mais pontos feitos por erros do Minas (7) do que pontos de ataque (5). 

Vamos para o terceiro dia de competições.