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27/02/2022

Paulista A2 - rodada de carnaval: Monte Azul x Portuguesa Santista; Linense x Primavera

 Sábado de Carnaval de manhã deveria ser considerada a manhã nacional da ressaca. Para mim não foi. Além da manhã, foi um dia intenso de trabalho. 574,8km rodados. Duas cidades e mesmo campeonato e brigas diferentes pela tabela. A primeira parada foi em Monte Azul (a cidade acolhedora). Briga pela permanência na A2. Segunda cidade: Lins e briga pela parte de cima da tabela. 

Em Monte Azul, a expectativa era para um jogo tenso e totalmente travado. A realidade correspondeu apenas o segundo adjetivo. Foi um jogo sonolento porém, nem tanto pelas ideias de jogo impostas por ambos os times, mas sim, pela não execução daquilo que deve ter sido pedido pelos treinadores. O Monte Azul veio no 4-2-3-1 com a bola (tendo seu camisa 10 como o motor principal do time na flutuação e na criação de jogadas) e no 4-4-2 sem a bola. Já a Portuguesa Santista veio no 4-2-3-1 sem a bola e no 3-6-1 com saída de 3 por dois zagueiros e um volante e utilizando seus dois laterais com uma amplitude grande. 

O primeiro tempo foi bem travado. Com essas duas plataformas de jogo, a ideia de um jogo aberto contra um jogo fechado ruiu logo cedo mais pela atuação da arbitragem do que por qualquer estratégia de anulação. Quatro cartões amarelos em menos de 20 minutos é para encerrar qualquer tentativa de recuperação da posse de bola. Com poucas finalizações a gol, o primeiro tempo termina com um equilíbrio bem visível. 

No segundo tempo e ambos os times precisando da vitória para distanciar da zona de rebaixamento, apenas a Portuguesa Santista mudou sua plataforma de jogo com a bola. Adotou o clássico 4-2-3-1. Nisso, tentou espelhar o time do Monte Azul, porém não surtiu efeito. O time mandante controla o jogo e suas ações ofensivas. Bola na trave e finalizações de fora da área testaram o goleiro visitante. O jogo poderia ser ótimo se não fosse um lance duvidoso no final da partida que resultou numa confusão que envolveu inclusive a polícia. Ali terminou a partida sem antes do apito final. Uma pena. 

A segunda partida do dia me dava a expectativa de possuir uma maior qualidade de jogo. Linense x Primavera correspondeu aos meus pensamentos embora o calor da estrada tenha me derrubado. O time do elefante veio no 4-2-3-1 com a bola no seu estilo clássico e com uma saída de 3 e no 4-4-2 sem a bola. Já o Primavera sem o segundo atacante Rafael Marques, veio na partida exclusivamente numa plataforma de jogo especial para essa partida: Um 3-4-3 com a bola e no 5-4-1 sem a bola (mesma plataforma de jogo de Abel Ferreira). Num ímpeto mais intenso e físico na partida, o Linense controla absurdamente o primeiro tempo. Com cruzamentos e bolas altas, levava mais perigo do que o Primavera que preocupado com suas ações defensivas, com sua linha de 5, pouco finalizava. Aos 25 minutos, num cruzamento e totalmente livre, o camisa 9 do Linense abre o placar. Esperando uma afirmação na partida, o Linense, após o gol, baixa sua intensidade e recua esperando o final do primeiro tempo. 

No segundo tempo, o Primavera muda completamente sua plataforma de jogo. Na minha análise, o time de Indaiatuba perdia muito sua combatividade no meio campo e precisava urgentemente fazer o seu jogo naquele setor. Por isso, o time mudou para um 4-1-4-1 sem a bola e no 4-3-3 com ela. Nessa atitude, o Primavera volta forte, confiante e trabalhando a posse. Chegou ao empate aos 60 minutos de jogo com Alecgol, após um cruzamento e uma cabeçada técnica difícil de se ver na A2. Após o empate, os dois times tentaram buscar a vitória em vão. Pouca ofensividade de ambos levou ao empate em 1x1. 

A volta para a casa foi mais cansativa mas comprei um alfajor de 70% de cacau. 

20/02/2022

Paulista A2 2022: Monte Azul x Taubaté

As partidas de domingo as 10 da manhã eu não reclamo do horário. Odiar acordar cedo me põe uma condição de extrema atenção para viajar na estrada e ter uma concentração superior para analisar o jogo trabalhado. 

Gosto muito da cidade de Monte Azul. Pequena, pacata e com uma imagem de ser acolhedora. Por motivos profissionais, foi o time que escolhi para dar mais ênfase nessa fase de estaduais. Ser bem recebido nos faz trabalhar melhor. Monte Azul veio de uma troca de comando e consequentemente uma troca de ideias de futebol. Taubaté vinha para um jogo de seis pontos, já que ambos brigam pelo mesmo lugar da tabela (décimo primeiro lugar). 

Monte Azul com sua nova comissão veio no clássico 4-2-3-1 com e sem a bola, sem muitos estilos, sem muitas jogadas a serem analisadas no primeiro tempo (bolas longas e jogadas de lado). Já o Taubaté, para me fazer feliz, veio no 4-3-3 sem a bola (marcando por zona e não por encaixes em bloco médio) e num 3-4-3 com a bola (fazendo uma saída de 3 com dois zagueiros e um lateral e o lateral esquerdo virando um ala). 

O primeiro tempo foi de intenso domínio da partida pelo Taubaté. Mesmo com um gol aos 36 segundos de jogo, o Taubaté não recuou. Utilizou sua marcação média, fazia sua saída de 3 e jogava tanto com a posse de bola, tanto com a transição. Gerava e ocupava espaços e levava os maiores perigos do primeiro tempo. Com a linha de 4 sempre plantada a frente da grande área e utilizando os meias para fechar uma linha de 5 na zona onde a bola de encontrava, o Monte Azul não percebeu que gerar uma amplitude era necessária. Ao invés disso, tentava o jogo de um contra um nos lados do campo para gerar algum tipo de cruzamento. Havia um certo controle e imposição do Taubaté porém, na única falha da defesa, aos 42 minutos do primeiro tempo, ao invés de um confronto 1x1 no lado do campo, houve uma triangulação que resultou na finalização do camisa 10 quase dentro da grande área e assim o empate em 1x1. 

O jogo prometia para o segundo tempo mesmo com o calor e o árbitro parando muito o jogo. Ambos os times voltaram com as mesmas propostas. A única mudança foi o 4-4-2 sem a bola do Monte Azul. Creio que a comissão observou os espaços dados e ocupados pelo Taubaté. Ao utilizar as duas linhas de 4, o Monte Azul se compactou (estava muito espaçado no primeiro tempo) e com isso teve mais posse e fez Taubaté recuar. As ações ofensivas quase que cessaram. Jogadas de perigo eram apenas por cruzamentos e mesmo melhorando seu posicionamento defensivo, o Monte Azul quase toma o gol em duas ocasiões em que se goleiro salvou em defesas a queima roupa. 

O jogo empatado foi ruim para ambos. Mas fiquei feliz de ver as correções de ideias e as plataformas de jogo apresentadas. 

Superliga Feminina de Vôlei 2022: Sesi Bauru x Osasco

Uma viagem extenuante até Bauru. 3 horas de viagem para cobrir o jogo que começava as 21:30. Horário da TV parece que não pode ser criticado ou questionado. Mas tudo bem. Pensei que o jogo fosse demorar até meia noite e meia ou uma da manhã. Tive sorte. Embora o jogo tenha sido bem disputado, o 3 sets a zero para as donas da casa me fez chegar mais cedo. 

Sesi Bauru x Osasco são daqueles duelos que você enxerga parte da seleção brasileira ali. Sabe-se antes do jogo que não seria qualquer bola que cairia no chão ou qualquer ataque que viraria um ponto. A mente e a estratégia foram postas e até uma certa confusão entre os bancos (que vem sendo prática recorrente nas Superligas). 

Embora o placar tenha sido de 3x0 sets pars Bauru (25x22, 25x20, 25x22), percebeu-se um equilíbrio na partida. A pontuação de ataque se deu próxima (foram 46 x 40 para Bauru) porém, o que ressaltou a diferença foram os pontos cedidos por erros do Osasco em relação a Bauru. O time da casa recebeu 24 pontos de erros enquanto Osasco recebeu apenas 11 de Bauru. 

Apesar de não ter visto Osasco ter assumido o placar em nenhum momento da partida, não posso desconsiderar que foi um grande jogo, equilibrado em alguns aspectos e bonito de se ver.  

15/02/2022

Paulista A2: Lemense x Primavera

Quando eu estava na faculdade, o caminho de casa até lá sempre passava por Leme. Era lá que inclusive o ônibus da companhia fazia sua parada de 20 minutos e nós voltávamos para os assentos com aquele cheiro de fritura e coca cola. Não sabia que a cidade poderia um dia ter um time nas principais divisões do Estado de São Paulo. Esse ano tem. O antigo Atibaia FC se mudou para Leme e o Lemense saiu do ostracismo para a A2 direto. O que me chamou atenção no estádio da cidade é que mesmo num forte calor, a presença da torcida foi grande para ver a partida entre Lemense x Primavera. 

Uma partida que teve os embates de grandes nomes do futebol brasileiro: Hernane Brocador pelo Lemense e Alecgol e Rafael Marques pelo Primavera. O Lemense veio no seu 4-2-3-1 clássico com e sem a bola. Hernane Brocador como centroavante sozinho e o Primavera veio no 4-4-2 sem a bola (com Alecgol e Rafael Marques a frente) e num 4-2-4 para aproveitar a posição de dois centroavantes de oficio. 

O primeiro tempo foi marcado pelo estilo clássico de uma partida de futebol no interior. O time da casa com mais posse de bola e tentando a construção de jogadas de forma mais cadenciada e o time visitante esperando mais, marcando com duas linhas de 4 atrás do meio campo. Essa dinâmica se fortaleceu após o gol do Primavera aos 16 minutos do primeiro tempo num escanteio mesmo o Lemense tendo empatado um minuto depois com Hernane Brocador de pênalti. Fora isso, apenas uma defesa a queima roupa do goleiro do Lemense foi o suficiente para preencher a análise do primeiro tempo. 

No segundo tempo, os dois times voltaram com as mesmas plataformas de jogo. Nenhuma mudança a não ser de comportamentos. O Lemense atacava mais fortemente no começo embora não levasse muito perigo a não ser uma falta aos 11 minutos. De resto, mesmo sofrendo mais ataques, o Primavera resistiu a pressão e quase marca o 1x2 numa finalização travada no momento exato pelo zagueiro do Lemense. 

O empate deu a cara de um jogo com poucas chances para ambos os lados e de um calor que prejudicou a partida. 

14/02/2022

Campeonato Mineiro 2022: Caldense x Pouso Alegre

A minha primeira partida trabalhada no Campeonato Mineiro de 2022 me gerou uma expectativa boa. Pois, haveria um clássico do sul de Minas: Caldense x Pouso Alegre. Por mais que o jogo tenha sido na cidade de Poços de Caldas com um clima ameno, o calor se fez presente, assim como, a névoa e um friozinho legal de se curtir. 

A primeira vez que trabalhei no Ronaldão. De fora, parece ser um estádio maior do que realmente é. Mas nada que atrapalhe seu grande charme: ter a vista das montanhas. A partida contava com times opostos na tabela se enfrentando. A Caldense na busca pelo G4 e o Pouso Alegre na busca por sair do Z4. 

Mesmo lutando por lugares opostos na tabela, a plataforma de jogo de ambas as equipes eram a mesma, sendo com a posse e sem ela: O clássico 4-2-3-1. A Caldense mais astuta as ações ofensivas e o Pouso Alegre mais na espera. O time visitante possuía uma particularidade: nesse jogo, o antigo técnico havia sido demitido e quem assumiu o posto foi o vice-presidente do clube. 

Pois bem, o primeiro tempo foi bem moroso. Foi difícil estabelecer uma análise completa sobre o jogo porque quase não havia ideias a não ser a movimentação dos dois meias de criação da Caldense (o camisa 10 e 8) e os rebates de bola do Pouso Alegre. Um primeiro tempo marcado pela picotagem do árbitro pelas faltas e por zoeiras em relação ao Palmeiras. 

No segundo tempo, enquanto eu pagava uma multa de trânsito pelo internet banking, nada tinha mudado. Nem com as alterações houve qualquer mudança de plataforma de jogo ou de ações. Claramente o zero a zero era cada vez mais real até que um ataque pela direita do gol da Caldense, resultou numa finalização de fora da área do ponta número 18 do Pouso Alegre, livre da pressão e contando com a falha do goleiro para fazer o 0x1. Neste momento, o tom nas arquibancadas do Ronaldão virou: xingamentos, vaias e cobranças viraram o cerne dos gritos. 

Ao redor de onde eu estava, escutava de companheiros da imprensa e alguns torcedores de que era preciso tirar o camisa 10 e 8 da Caldense (que eram os meias que flutuavam para gerar ações ofensivas). Após inúmeras reclamações dessa, eu expressei minha opinião dizendo que talvez o técnico não os trocavam porque não deveria haver substitutos à altura e porque ele perderia a ofensividade tirando esses jogadores mesmo eles não estando numa manhã boa. 

Depois de tanta pressão no alambrado, o técnico da Caldense faz essas alterações aos 84 minutos de jogo. E não é que por milagre dos Deuses do Futebol, a virada veio com um gol aos 85 e outro aos 86, todos feito pelo camisa 7 após dois cruzamentos na segunda trave nas costas do lateral.

O Estádio explodiu, cantos de alívio pela vitória e pela entrada no G4. 

Uma bela experiência em Poços de Caldas fechando com um almoço no Restaurante do Osório. 

10/02/2022

Paulistas A2 e A3: Monte Azul x XV de Piracicaba /// Comercial x Marília

 O dia me reservou ser longo e cansativo. Problemas para entrar no estádio comprometeram as analises de ambos as partidas. Peço Desculpas. Mesmo assim, consegui observar algumas coisas e descrevo para vocês abaixo.

O primeiro jogo do dia foi no Paulista A2 entre Monte Azul x XV de Piracicaba. O famoso jogo de seis pontos já que ambos pertence à mesma parte da tabela. A partida não nos reservava grandes expectativas pelo calor que foi feito na hora do jogo. O Monte Azul veio no seu já tradicional 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com a bola. O XV de Piracicaba veio da mesma forma: um 4-4-2 sem a bola e um 4-3-3 com ela. O primeiro tempo nos mostrou uma intensidade de jogo do Monte Azul que não se viu nos jogos anteriores. Pressão na saída de bola, troca de passes rápidos, agilidade nas ações e empurrar o XV para o seu campo. Essa intensidade não gerou tantas finalizações quanto poderia dar e por isso, o XV conseguiu se libertar da trama que o Monte Azul armou. Com muitos amarelos no primeiro tempo, o jogo ficou mais faltoso do que jogado. No segundo tempo, a qualidade do jogo caiu. Ambas as equipes voltaram da mesma forma sem mudar muito o destino do jogo: resultado final 0x0. 

O segundo jogo do dia foi pela A3. Outra partida de seis pontos pela ponta da tabela da terceira divisão. Um jogo melhor jogado que o primeiro, mesmo a A2 tendo mais qualidade. O Comercial veio no 4-4-2 ora no 4-2-3-1 sem a bola e no 4-3-3 com ela; O Marília veio de 4-2-3-1 com e sem a bola. Sempre digo que as variações nas plataformas de jogo são sempre um ponto a favor do time que os usa. O primeiro tempo foi todo do time da casa, sem uma posse de bola muito assertiva, o Comercial tentava ser veloz e vertical nas suas ações ofensivas. Já o Marília, resolveu esperar, marcar atrás do meio campo e espetar uma bola apenas. Não conseguiu. Com mais finalizações, o Comercial fez o primeiro gol numa bola parada e gol contra do MAC. Ambos os times voltaram da mesma forma para o segundo tempo. Apenas com substituições de jogadores da mesma posição. A partida se deu da mesma forma que o primeiro tempo. Mesmo perdendo, o MAC não foi para cima e ainda viu o Comercial ampliar para 2x0. Após isso, o Comercial começa a marcar num 4-4-2 em linhas baixas. No fim do jogo, o MAC desconta numa bola parada e só. Um jogo muito atrapalhado pela arbitragem que marcava muitas faltas. 

Um dia cansativo, porém produtivo. 

Superliga Feminina de Vôlei: Praia Clube x Minas Tênis Clube

É de grande satisfação quando vou cobrir uma partida da Superliga Feminina. Os melhores jogos, as melhores viradas, as melhores jogadas e as melhores batalhas. Claro que falando de Praia Clube x Minas é ser redundante enquanto as benesses desse esporte. Preparado para três horas de jogo, devemos estar. Porém, tudo bem sendo que ambos os times são mais de 50% da seleção brasileira. 

Sem muita expectativa de um três sets a zero, obviamente o jogo teve seus cinco sets com seus altos e baixos. Desde o começo, não me pareceu que o Minas estava confortável no jogo. Perdeu o primeiro set por 25 a 20 mas logo voltou ao jogo com um sonoro 17 a 25 empatando o jogo. Ao esperar algum set com 32x30, me surpreendi com tamanha diferença no placar para o Minas no terceiro set: 15 a 25 para o time da capital. 

Seria necessário uma resposta dura pelo Praia Clube. Paulo Coco colocou a ponteira Carol para jogar (antes ela estava na reserva) e nisso deu a intensidade e vibração que não só fez empatar o quarto set em 25 a 21, mas também, levantar a torcida. No tie break, uma certa competitividade do Praia Clube fez prevalecer e fechou o jogo em 15 a 10.

Um jogo com alternâncias extremas na ponta do placar, porém, sem muita novidade da qualidade de jogo de ambas as equipes. 

07/02/2022

Paulista A2: Linense x Monte Azul

A quarta rodada do Paulista A2 já pode nos remeter à algumas conclusões. Dentre elas, quais times poderão ter chances ou disputarão por outras coisas. O caso de Linense x Monte Azul na cidade de Lins, nos remeteu que a briga do Monte Azul no Paulista A2 pode ser o rebaixamento. Nada que não seja normal nas divisões inferiores dos estaduais pelo País. 

A primeira vez que cobri um jogo do Linense não me fez surpreender com a plataforma de jogo usado: 4-2-3-1 com a bola e num 4-4-2 sem a bola (quase num 4-2-3-1 dependendo do deslocamento do ponta direita). Já o Monte Azul, veio com algumas alterações de jogadores, porém, sem mudar sua plataforma: 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com a bola (tentando focar na posse de bola).

O primeiro tempo, foi de mais posse de bola do Monte Azul e um jogo de imposição física do Linense. O camisa 10 dos mandantes buscava os espaços vazios do campo: centralizado porém caia pela direita como opção de passe. Numa dessas flutuações, gerou-se um cruzamento e com a falha de comunicação do goleiro e dos zagueiros do Monte Azul, deixaram  a bola sobrando para o ponta do Linense fazer 1x0 aos 14 minutos de jogo. Não houve qualquer mudança na forma de jogo, a não ser o recuo do Linense mesmo após ficar com um jogador a mais após a expulsão do zagueiro do Monte Azul. 

O intervalo requeria algumas mudanças. Pressionados por resultados ruins, o Monte Azul voltou num 3-1-2-3 com e sem a bola tendo um jogador expulso. Precisavam de algo que forçasse ataques. O Linense recuou, Monte Azul jogou bem nessa função até acertar uma bola na trave. Só nos últimos 10 minutos finais que o Linense aproveitava os espaços dessa última linha de 3 do Monte Azul e espetou três pontas para jogar na profundidade. Deu certo, num pênalti aos 82 e num cruzamento rasteiro aos 91, o Linense fechou o placar em 3x0. 

O que me fez crer que falta ao Monte Azul não é o modelo de jogo ou a plataforma usada. Mas sim, processos de criação de passes e um jogo mais associativo com a posse de bola. 

Ainda há tempo para mudar. 

04/02/2022

Paulista A2: Monte Azul x Lemense

A terceira rodada do Paulista A2 me reservou uma tarde de calor em Monte Azul no estádio Otácilia Patricio Arroyo com a presença do Caramelo. Não foi um dia tão legal para a minha pessoa e isso me afetou um pouco na análise da partida. Entretanto, ela não teve uma qualidade de jogo tão boa quanto outras partidas já cobertas esse ano. A vitória do Lemense será descrita a seguir. 


Monte Azul veio na sua mesma plataforma de jogo das partidas anteriores: um 4-3-3 com a bola e um 4-4-2 sem a bola. O Lemense veio no 4-2-3-1 sem a bola (que as vezes me parecia um 4-4-2 ou 4-2-4 pois o ponta esquerdo guardava sempre as investidas do lateral do Monte Azul) e no 4-3-3 com a bola tendo Celsinho como o meio central. 

De fato, a qualidade do jogo foi ruim. Talvez seja calor ou porque o jogo foi quase espelhado. Muitos confrontos físicos marcaram o primeiro tempo e poucas finalizações a não ser duas bolas no travessão do time visitante. Estratégias eram mais defensivas e de guardar posição. Nas ações ofensivas, a posse de bola de maneira mais vertical preponderava com poucos perigos à gol. No final do primeiro tempo, um briga entre os jogadores de ambos os times resultou na expulsão de um jogador para cada lado. 

Nesse momento, mudanças eram necessárias para o segundo tempo. Porém, o posicionamento das equipes eram um 4-2-3 com e sem a bola. Assim, se havia confrontos físicos no 1x1 no primeiro tempo, imagina jogando definitivamente espelhados? Confesso que não usar o 4-4-1 quando se tem um a menos na linha, me fez crer as ações seriam mais ofensivas. Mas não foram. 

Num ataque que não resultou em finalização do Monte Azul, gerou um contra ataque na direita em que o cruzamento rasteiro pôs o atacante reserva do Lemense cara a cara com o Goleiro do time mandante para marcar o 0x1. Depois disso, apenas as ações ofensivas do número 7 do Monte Azul geravam certo perigo. Porém, sem um atacante de ofício e com uma defesa de estatura alta do Lemense, todos os cruzamentos eram rebatidos. 

No final, ficou um gosto de que a partida poderia ser mais do que foi.