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31/07/2022

Copa Paulista e Brasileiro Série C

Esse final de semana foi de partidas importantes para ambos os times de futebol masculino da cidade de Ribeirão Preto. Comercial e Botafogo encararam jogos que decidiriam seus futuros no segundo semestre. O primeiro pela Copa Paulista e o segundo pela Série C do Brasileiro. 

No sábado, o Comercial reviveu a final da terceira divisão paulista ao encarar o Noroeste de Bauru. Ambos os times precisavam muito da vitória para continuar sonhando com a classificação à próxima fase do torneio. Por conta disso, a expectativa era de uma partida intensa e cheia de enfrentamentos físicos. O time de mandante veio mudado: abdicou do seu habitual 4-3-3 com a bola e passou a jogar no 4-4-2 losango com dois atacantes e laterais ajudando mais pela construção por dentro do que pelos lados. Sem a bola manteve seu 4-3-3. Já o Noroeste, time bem diferente da A3, veio no 4-2-3-1 com a bola e 4-4-2 sem a bola. 

O primeiro tempo foi muito movimentado. Com mais ações ofensivas e intensidade, o Comercial terminou com 2 a 1 no placar abrindo dois a zero com dois gols bem parecidos. Jogadas na profundidade e cruzamento para que o camisa nove cabeceasse duas vezes para fazer os gols. Porém, em um pênalti, o Noroeste descontou. 

Para o segundo tempo, o Comercial foi o mesmo em suas plataformas mas o Noroeste mudou sua forma de marcar: agora veio no 4-2-3-1 e igualou as chances criadas. Com os sistemas defensivos de ambos os times tendo muitas falhas como dificuldade de recompor linhas, não encaixes e muitos espaços oferecidos,  a partida virou um ataque versus ataque. Assim, o Noroeste empata em mais um pênalti aos 80 minutos; o Comercial faz o 3x2 aos 86 em bola parada e numa falta aos 90 minutos, o Noroeste empata. 

Pela igualdade de forças, o empate foi a melhor coisa. 

No domingo, uma partida de seis pontos. Botafogo e Volta Redonda se enfrentam há tempos na Série C. Na manhã quente duelaram para se fortalecerem no G8 do nacional. Precisando mais da vitória o Botafogo veio numa "metamorfose tática". Em minha leitura jogou no 3-4-3 com a bola, realizando a saída de 3 com um volante entre os zagueiros e marcou ora no 5-2-3 em bloco baixo e no 4-3-3 em bloco alto. O Volta Redonda veio no 4-2-3-1 com a bola ora era um 3-4-3 também usando uma saída de 3 e marcava no 4-1-4-1. 

O primeiro tempo foi de amplo domínio dos mandantes. Apesar da posse de bola, o Botafogo oferecia perigo nas transições rápidas. Da mesma forma jogava o Voltaço porém, era mais recuado e reativo. A "metamorfose tática" fazia com que os jogadores do Botafogo jogasse como se fosse uma sanfona e isso confundiu bastante o time carioca. O Botafogo abriu o placar aos 26 minutos de pênalti, após jogada em transição rápida. 

No segundo tempo, o Botafogo manteve sua ideia e plataformas assim como o Volta Redonda. Nada de muita coisa relevante se deu no segundo tempo além da manutenção do domínio de jogo pelo Botafogo. A vantagem no placar aumentou após ótima jogada em velocidade pelo lado esquerdo, passe para trás pegando toda a defesa no contra pé e finalização cruzada. Após isso, o Botafogo recua, tenta manter a energia e esperar o fim do jogo. Porém, aos 91 minutos, em triangulação pela esquerda, o Volta Redonda desconta e põe pressão no final do jogo sem alterar o placar. 

O resultado de 2x1 confirma o Botafogo no G8. 

17/07/2022

Paulista Quarta Divisão: Inter de Bebedouro x Taquaritinga

A segunda fase da quarta divisão nos revela partidas mais tensas, equilibradas e com marcações fortes para assegurar resultados. Mesmo num clássico regional, a tensão é grande e como é gostoso um estádio com duas torcidas. 

Internacional de Bebedouro e Taquaritinga são times separados por apenas 60km de distância e que já algum tempo possuem embates na Bezinha. Fizeram o jogo de ida do primeiro turno da segunda fase em que ambos precisavam muito de uma vitória. 

A Inter veio no 4-2-3-1 clássico com e sem a bola nas tentativas ofensivas mais por bolas longas e cruzamentos e defesa em linha baixa e com forte marcação por encaixe. O Taquaritinga por sua vez, veio no 4-4-2 sem a bola com linha baixa e ora marcando pressão e no 4-3-3 com a ideia de uma transição rápida usando dois pontas e um centroavante fixo. 

No começo do primeiro tempo, a Inter foi melhor. Tinha uma intensidade forte e maior controle de bola. A princípio, o jogo poderia ser entre manutenção da posse de bola (Inter) versus progressão da posse (Taquaritinga). Entretanto, não foi isso que se viu. Uma partida mais marcada do que jogada seria decidida em bolas paradas e ou em erros pontuais já que a posse de bola era quase igual para ambos. O Taquaritinga demorou a perceber qual era o ritmo do jogo e o que tinha que ser feito. Nesse momento, o placar já estava 1x0 para os donos da casa após uma falta cobrada de longa distância. 

Para o segundo tempo, a Inter veio na mesma formação e o Taquaritinga não. Mudou sua forma de defender para o 4-1-4-1 sem a bola e manteve o 4-3-3. Não mudou muita coisa a dinâmica do jogo. A Inter fez de tudo para minar o ritmo de jogo e com isso "cozinhou" a partida até fazer o 2x0 num pênalti aos 86 minutos e depois o 3x0 após um erro da defesa do Taquaritinga. 

O 3x0 não representou o que foi a partida mas foi uma importantíssima vitória para a Inter. 

10/07/2022

Brasileiro Série D: Ferroviária SP x Bahia de Feira de Santana BA

Mais um jogo de seis pontos foi analisado por mim. Na real, era mais uma partida de vida ou morte para ambos os times sobre a classificação a próxima fase da Série D. A situação era mais desesperadora para a Ferroviária que precisava urgentemente de uma vitória para ter chances de classificação. 

O ambiente era tenso e de leve confiança. A Ferroviária deveria se impor e fez: veio no 4-2-3-1 sem a bola com estilo clássico e no 3-2-5 com a bola bem ofensivo: usando da amplitude, trocas de passes e triangulações pelos lados. Já o Bahia de Feira, que precisava apenas de um empate, veio no 4-3-3 com bola e no 4-4-2 sem a bola bem compacto. 

O primeiro tempo foi ataque versus defesa. A compactação das duas linhas de quatro do Bahia fazia a Ferroviária ter uma posse de bola e um jogo efetivo que pudesse gerar finalizações. A defesa prevaleceu até os 30 minutos quando o Bahia de Feira tentou ter mais posse, mais ofensividade e por isso gerou mais espaços para os ataques da Ferroviária. O engraçado é perceber que o estilo de jogo da equipe não geravam tantos perigos quanto a transição rápida ao ataque. Infelizmente, a tensão do jogo e a pressão pelo resultado começou a complicar a qualidade dele e o zero a zero se fazia presente. 

No segundo tempo, ambas as equipes voltaram da mesma forma. A mudança foi comportamental: a Ferroviária mais intensa e um pouco mais vertical e o Bahia de Feira veio mais compactado e marcado por encaixes. Apesar da mesmice do primeiro tempo, o clima da partida virou. Se tornou mais físico e mais mental. Aos 61 minutos, após a conquista do rebote de um chutão, em dois toques e numa transição veloz, o Bahia de Feira abre o placar, dá um banho de gelo em todos e muda a rota da partida. Com o 0x1 e precisando de dois gols, a Ferroviária coloca dois atacantes e passa a jogar no 3-5-2 com a possibilidade de mais bolas cruzadas. Infelizmente, a ideia deu errado pois os atos de cruzar bolas acabou com qualquer construção de jogo dos mandantes que vinhas de uma manutenção da posse de bola e triangulações. Com o jogo reativo, aos 75 minutos de jogo, o Bahia aumenta o placar para 0x2 e sacramenta um clima hostil e de tensão no estádio. Inclusive tendo um jogador da Ferroviária sendo expulso. 

Após a expulsão, a Ferroviária passa a jogar no 4-3-2 com e sem a bola e mesmo assim não consegue mais nada. O Bahia de Feira consegue a classificação e a Ferroviária está eliminada. 

04/07/2022

Brasileiro Série C: Mirassol x Atlético Cearense

Toda e qualquer partida entre o líder e o lanterna de uma competição requer cuidados e a expectativa de um jogo desigual é válida. Mirassol, o líder, duelou com o Atlético Cearense, o lanterna. Logo de início, a partida nos apresentou uma bela característica entre ataque versus defesa. 

O Mirassol veio na sua plataforma de jogo habitual: o 4-1-4-1 sem a bola bem compacto e a mesma formação com a bola, utilizando bem a amplitude com os laterais formando quase sempre um 3-2-5. Já o time cearense veio no 4-2-3-1 sem e com a bola num estilo clássico: bolas longas e jogo de transição. 

Nos primeiros minutos do primeiro tempo, nada de anormal nos fez crer que o time cearense pudesse surpreender os mandantes. Com seu perde e pressiona, sua amplitude no ataque e pouca resistência pela defesa do Atlético, o Mirassol abriu o placar aos 14 minutos de jogo com uma jogada que marcaria a partida: troca de passes pelos lados e cruzamentos para os elementos surpresas marcarem o gol livremente. Antes disso, aos 6 minutos, o Mirassol havia perdido um pênalti. Depois do primeiro gol, o Atlético passou a tentar fechar a amplitude dos mandantes fazendo um dos pontas acompanhar o lateral com um encaixe até o fim. Isso foi em vão pois, aos 24, 31 e 39 minutos, o Mirassol abriu 4x0 ainda no primeiro tempo. 

No segundo tempo, ambos os times voltaram com a mesma formação. A diferença foi uma maior intensidade do Atlético e uma tentativa de ficar mais tempo com a bola. O resultado não deu certo e com isso, fornecendo os espaços, o Mirassol ampliou para 6x0 com gols aos 51 e 62 minutos de jogo com as mesmas características: bola trabalhada e invertida para o lado desmarcado. Ao fim, foi apenas controlar o jogo para a partida terminar. 

Resultado confirma a liderança do Mirassol. 

03/07/2022

Copa Paulista: Sertãozinho x Comercial

A estreia de um torneio geralmente é bem tensa por ser a primeira vez oficial dos times. Quando é um clássico estadual, essa ideia se fortifica e faz o jogo se tornar mais tenso. Sertãozinho e Comercial tem um histórico de confusão, brigas e um jogo mais físico do que jogado. E foi isso que rolou nesse final de tarde do sábado. 

A proposta do Sertãozinho era boa. Eles vinham no 5-4-1 sem a bola bem compactado e no 3-5-2 com a bola, utilizando os laterais como alas. Já o Comercial mudou sua forma de defender: veio marcando no 4-1-4-1 e atacando no 4-3-3. 

O primeiro tempo deu a tônica da partida: muito intensa, física e disputada. Faltas eram constantes e bolas longas eram os principais ataques. Quase nenhuma finalização foi feita no primeiro tempo por ambas as equipes. O jogo brigado tomava muito mais conta do que qualquer ação ou comportamentos táticos. O campo do estádio do Sertãozinho é menor do que os padrões oficiais. Mesmo assim, bolas longas e chutões não me pareciam a melhor forma de jogar. 

O zero a zero do primeiro tempo não mudou a forma de jogar no segundo tempo. Mesmo mantendo, houve uma única alteração na forma de atuar: ocupando mais os espaços das laterais, o Comercial passa a finalizar mais e a jogar mais tranquilo afim de sair com um om resultado. E assim acontece. Com dois gols em nove minutos (um aos 51 e outro aos 60), os visitantes mostraram o lado fraco da marcação do Sertãozinho: a bola aérea. Com um zero a dois no placar, a situação do Sertãozinho piora quando seu meia marcador é expulso: eles passam a marcar no 4-4-1 sem pressão e no 4-2-3 com a pressão e joga no 3-1-4-1 com a bola. A mudança na atuação não mudou o jogo e o Comercial ampliou aos 84. 

O 0x3 foi um resultado esperado, assim como a tensão de um clássico. 


Paulista Segunda Divisão: XV de Jaú x Grêmio Prudente

A primeira partida da segunda fase da quarta divisão paulista marcou o duelo entre duas equipes que tradicionalmente tenta a tempos o acesso a terceira divisão. 

O Estádio Zezinho Magalhães possui suas peculiaridades. Ao mesmo tempo em que é um estádio clássico, a distância das cabines de imprensa para o campo é muito grande. Nos permite, então, uma maior análise macro do jogo, porém, não nos permite ter uma análise micro. 

O Grêmio Prudente veio no 4-2-3-1 com a bola e no 4-4-2 ora 5-4-1 sem a bola. Seu esquema defensivo ditaria o ritmo do jogo. Já o XV de Jaú era o 4-4-2 sem a bola e o 4-2-3-1 com ela usando bolas longas e a profundidade como armas de ataque. 

O primeiro tempo foi diferente do que o usual. A posse de bola do visitante era maior do que o mandante. Mais jogo propositivo, mais intensidade e mais noção do que seria a partida. O time de Presidente Prudente fornecia mais perigos no campo ofensivo pela interceptação e desarmes feitos, o que possibilitava inúmeras finalizações. Já o XV de Jaú só utilizava as bolas longas e muita compactação na defesa. Aos 34 minutos de partida, um pênalti duvidoso abriu o placar para os visitantes e assim comprometendo a qualidade da partida. 

No segundo tempo, a partida virou um ataque versus defesa. O XV de Jaú continuou marcando no 4-4-2 porém agora usava um 3-5-2 com uma saída de três para tentar abrir a defesa dos visitantes com passes e manutenção da posse de bola. O problema foi a não profundidade do time e a pouca eficácia em gerar finalizações. Grêmio Prudente se fecha totalmente se fornecendo apenas do jogo reativo. E é assim que conseguiu seu segundo gol aos 74 minutos: bola roubada e transição veloz até a finalização. 

Muita violência pós jogo e resultado ruim para o time da casa.