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26/04/2022

Brasileiro Série C 2022: Mirassol x Paysandu

De fato o Brasileiro Série C é o campeonato de futebol de maior nível técnico que eu possa acompanhar. Isso não é novidade alguma. As partidas são impregnadas por conceitos táticos e ações futebolísticas que escapam apenas da raça e do talento. 

O jogo da noite de segunda feira foi entre Mirassol e Paysandu (A primeira vez que cubro um time do norte do país). Seu técnico é muito conhecido por mim pois treinou ambas as equipes de Ribeirão Preto (Marcio Fernandez). Além do mais, a organização do campeonato e forma como árbitros comandam o jogo é muito diferente de campeonatos estaduais. 

Confesso que onde estava posicionada minha cabine de imprensa no estádio Maião prejudicou as minhas observações do jogo. Entretanto, foi possível perceber que o Mirassol veio na plataforma de jogo do 4-1-4-1 variando para o 4-2-3-1 sem a bola e o 4-3-3 com a bola (essa foi minha interpretação apesar de obter informações de que o posicionamento era apenas o 4-1-4-1). De fato, em certos momentos era esse o posicionamento mas na maioria das vezes se fazia dois volantes em linha e um meia a frente de uma linha de três com dois pontas e um centroavante. O Paysandu veio no clássico 4-2-3-1 muito compactado jogando numa pressão média-alta. 

O primeiro tempo eu poderia dizer que foi equilibrado, embora, nos primeiros vinte minutos um amplo domínio do Papão da Curuzu foi evidente com pressão na saída de bola, uma marcação por encaixes apenas com seus pontas marcando os alas do Mirassol, velocidade nas ações ofensivas e ótimas chances desperdiçadas. Acredito que tenha sido o time visitante que melhor jogou, propondo seu jogo, que eu tenha visto essa temporada. Com a posse de bola, o Mirassol não desenvolvia seus ataques porque errava muitos passes que poderiam quebras as linhas e era evidente que o time estava espaçado entre os setores ocasionando bolas longas e jogadas de pivô apenas. Aos 46 minutos de partida, numa transição ofensiva muito veloz e uma finalização dentro da pequena área, fez o Paysandu abrir o placar. 

No segundo tempo, mantendo a mesma plataforma de jogo porém, mudando peças, o Mirassol melhora. Já o Paysandu não recuava e não fornecia a bola para o time mandante (que seria de praxe no futebol brasileiro). Mesmo assim, o Mirassol consegue empurrar o Paysandu para o seu campo e aproximando mais os setores e trocando os seus laterais titulares pelos reservas, fez o Mirassol melhorar na sua criatividade e assim passar a finalizar mais em gol ou perto dele. O jogo continuava a ser bem jogado taticamente por ambas as equipes embora a finalidade dos objetivos tenha mudado. Com isso, mesmo com todo o poderio de ataque funcionando, o Mirassol chegou ao empate após uma falta batida na segunda trave para o cabeceio em diagonal do lateral que entrou no intervalo. 

Com o empate, o Mirassol se lança ao ataque e o Paysandu se fecha mais do que deveria. A virada veio mas a arbitragem não viu que após muitas rebatidas na pequena área, a bola entrou mais que muitos centímetros e que foi gol. Assinalou apenas tiro de meta e a confusão e xingamentos no estádio começaram. 

Não pude ficar para ver o pós jogo pois a viagem de volta era longa. Final de resultado: 1x1. 

24/04/2022

Paulista Segunda Divisão 2022: Catanduva x Penapolense

Acredito que seja a competição mais raiz que existe no Estado de São Paulo. A quarta divisão começou. 42 times para apenas duas vagas. Uma coisa insana e raiz. Os estádios são bem precários, os gramados ruins e muito pouco público. O que não falta é a superação dos times e dos jogadores.

A partida de estreia foi entre Catanduva X Penapolense. Um duelo da região noroeste do Estado. Dez da manhã, muito sol e calor. O Catanduva jogou no 4-4-2 sem a bola e ora no 4-2-3-1 ora no 3-4-3 com a saída de três com dois zagueiros e um volante. A Penapolense veio da mesma forma e aqui quero dizer que fico bem feliz em ver essa variação de jogo nas fases. A chance de êxito dos times que optam por jogar diferente são maiores do que os times que optam pela forma mais pragmática.

O primeiro tempo foi intenso e equilibrado. Mesmo com o forte calor, ambos os times jogavam de forma firme mas com lealdade sem violência. Fazendo as saídas de 3 e transformando os laterais em alas, o equilíbrio nas ações ofensivas era perceptível. Embora a arbitragem tenha parado o jogo demais. Aos 35 minutos, após a recuperação de bola no campo ofensivo, uma jogada pelo lado direito fez o Catanduva abrir o placar. Porém, aos 39 minutos, depois de uma transição rápida, o ponta da Penapolense ficou cara a cara com o goleiro que cometeu o pênalti. 

Com o empate, era difícil esperar uma mudança de comportamento de ambos. O Catanduva, contudo, veio com força no começo do segundo tempo. Vários ataques e finalizações utilizando bem a profundidade e a amplitude após usar só a plataforma do 3-4-3 com a bola. Porém, o 2x1 dos mandantes veio numa cobrança de falta perfeita aos 60 minutos. Após a vantagem, o jogo passa a ser mais pegado e truculento do que jogado. Mesmo assim, o Catanduva não deixava de ter o controle da partida com exceção de outro pênalti, cometido agora pelo zagueiro, aos 91 minutos de partida. A chance do empate era nítida se não fosse a grande defesa do goleiro do Catanduva para garantir a vitória na estreia.

A bezinha só está começando.


23/04/2022

Paulista A3: Segunda fase - Comercial x Suzano

Mais um jogo no feriado que era propício para uma tarde de presença no estádio. Mais uma vez, as condições não atraem mais público. A não venda de cervejas e o horário (15h) para uma cidade que é muito quente como Ribeirão, espanta pessoas e geram um público de 1700 pessoas num dos melhores momentos do seu time desde 2018. 

Comercial x Suzano jogaram pela última rodada da segunda fase valendo vaga para a semifinal da A3. Valendo vaga apenas para o Suzano porque o Comercial já tinha garantido a sua vaga na rodada anterior. Para o Comercial, o jogo era de descanso para os principais jogadores e fazer alguns testes e para o Suzano era a sobrevivência. Apenas a vitória interessava. 

O Comercial veio no seu habitual 4-3-3 com a bola e no 4-4-2 sem ela. Já o Suzano veio ora no 4-1-4-1 ou 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 ou 4-2-3-1 com ela (sua plataforma de jogo era o 4-2-3-1). 

Apesar de uma possível tensão, a partida não gerou nada de espetacular. Muito pelo contrário. Muitas faltas, poucas ações ofensivas de ambos os lados (mesmo o Suzano lutando pela sobrevivência) e posse de bola quase nulas. No primeiro tempo, as principais chances de ambos (quando haviam) era de bolas paradas ou rebotes. Nada muito rebuscado ao jogo que poderia trazer análise. 

No segundo tempo, precisando do resultado (já que o Votuporanguense abriu o placar contra o São José) o Suzano mudou seu jogo para o 4-2-3-1 com e sem a bola e tentava pressionar empurrando o Comercial para trás. Sua posse de bola aumentou, porém nada de chances efetivas. A consequência disso era os espaços para a transição que o Suzano fornecia ao Comercial. A situação piorou para os visitantes quando seu camisa 10 recebeu o vermelho. Com um a menos, os espaços se abriram para o Comercial e muitos contra ataques em superioridade numérica foram feitos. Porém, o gol só saiu no último minuto, enterrando de vez a chance do Suzano. 

As semifinais serão entre Comercial x Votuporanguense; EC São Bernardo x Noroeste. 

21/04/2022

Paulista A3 2022: Segunda Fase - Votuporanguense x Comercial

A penúltima rodada da segunda fase da A3 marcou uma partida que poderia definir duas coisas: 1) A sobrevivência e uma não dependência de nenhum resultado na ultima rodada para o Votuporanguense e 2) A classificação antecipada à semifinal do Comercial. 

Já se tratava de um jogo tenso. Até por isso, a escalação de um árbitro de série A do Brasileiro que fez uma conduta impecável durante a partida. O Votuporanguense é um dos times que mais varia seu estilo de jogo de acordo com cada partida. Isso requer tempo e um entendimento legal dos comportamentos e das ações táticas (algo incomum no Brasil, ainda mais numa terceira divisão estadual). Eles vieram numa plataforma de jogo do 4-2-3-1 usando 4-1-4-1 sem a bola e o 3-5-2 com a bola e uma saída de três. Já o Comercial veio no seu já característico 4-4-2 sem a bola e o 4-3-3 com ela. 

De acordo com as campanhas, de fato o Comercial é um time mais coeso e bem detentor de si enquanto se trata das ações do jogo. No primeiro tempo, com exceção de uma bola no travessão, as ações ofensivas eram escassas. Ambos os times tentavam, á sua moda, algo que pudesse sobressair. Usando saída de três e os laterais como alas, a posse de bola do Votuporanga não criava nenhum perigo pois esbarrava fortemente na marcação média das duas linhas de quatro do Comercial. A ideia do time visitante era pura e simples: jogo físico e velocidade na transição para pegar o Votuporanguense em inferioridade numérica no contra ataque. 

Mesmo o 0x0 após o intervalo, era claro que o controle da partida estava mais nas mãos do Comercial. E assim ficou. Logo aos 51 minutos, num desarme no campo ofensivo e a transição pelo lado direito, o cruzamento foi feito para a finalização a queima roupa para o Comercial fazer zero a um. A partir daí pouca coisa mudou. Mesmo com 40 minutos para tentar algo, o time da região de Rio Preto não só tinha dificuldade em criar situações perigosas bem como apenas utilizava de cruzamentos como arma. Bem verdade que nos últimos minutos, três grandes defesas do goleiro do time visitante e uma bola na trave marcaram o final de jogo bem movimentado. 

Comercial na semi e Votuporanguense precisa de dois resultados para passar. 

18/04/2022

Brasileiro Série D: Ferroviária x URT

Após cobrir uma partida da série C, foi a vez agora da estreia da Série D. Um campeonato difícil em que sua primeira fase é regionalizada. Pela série D fica bem claro a diferença de patamar entre os campeonatos estaduais. De fato, o campeonato paulista possui um gap elevado em suas equipes quando se compara a outros Estados com times do interior. Hoje a noite isso ficou visível com a goleada da Ferroviária de Araraquara. 

A partida de estreia, geralmente, é mais nervosa que as outras. Porém, não foi o que se viu. A Ferroviária mudou sua comissão do Paulista para a série D e com isso sua alteração na forma de jogar. Veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com a bola tendo os seus meias bem flutuadores e um volante a frente da linha de defesa como um cão de guarda. O URT veio no 5-4-1 sem a bola e no 3-4-3 com a bola fazendo a saída de 3 e usando bem os alas. 

O primeiro tempo foi um indicativo do que seria a partida: amplo e total domínio de jogo da Ferroviária. Para se ter uma ideia desse domínio, onze escanteios foram cobrados pelo time da casa apenas no primeiro tempo e nenhuma finalização ao alvo dos times visitantes. A posse de bola, a movimentação e principalmente a flutuação de ambos os meias entre as linhas do URT mataram o time mineiro embora os 45 minutos iniciais tenham terminado em 2x0 (sendo um gol de pênalti controverso).

Já no segundo tempo, a Ferroviária veio da mesma forma porém, a URT mudou seu jogo. Passou a jogar no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-3-1 com ela. Isso se deu para tentar fechar os espaços pelas laterais e tentar, de alguma forma, dominar o meio campo. Contudo, a análise que eu tive é que essa ideia de jogo não havia sido treinada e gerou bastante espaços vazios nas laterais (sem a recomposição devida) e isso abriu a porteira dos gols porque a Ferroviária tinha abdicado um pouco de sua posse. 

Com quatro gols marcados em 13 minutos no começo do segundo tempo, fez o 2x0 virar 6x0 e a partida ficar em temperatura morna esperando apenas o seu final. O que não era surpresa foi a ampliação desse placar para 8x0. 

Um verdadeiro chocolate na Páscoa. 

17/04/2022

Brasileiro Série C: Botafogo SP x Botafogo PB

Feliz Páscoa. 

A melhor páscoa foi ter trabalhado e conseguir fugir de qualquer convenção social em uma pandemia. 

Esse texto se dará sobre a estreia em casa do Botafogo de Ribeirão Preto contra seu xará da Paraíba. A partida as 11 horas da manhã só não foi mais penosa porque não havia aquele calor característico da cidade porém, o sol era muito forte. O horário pode ser bom para umas coisas mas para o alto rendimento da partida já é um fator limitante. 

Com poucas pessoas presentes, o Botafogo (mandante) veio no 5-4-1 sem a bola bem compacto quando não marcava pressão e no 5-2-3 quando marcava com as linhas altas; Com a bola era um 3-4-3 com saída de 3 com um volante. Já o time da Paraíba veio numa plataforma de jogo do 4-2-3-1 sem a bola (ora alternava para o 4-4-2 e para o 4-3-3 porque a marcação era por encaixes e então seus meias acompanhavam os alas do time mandante); e no 4-3-3 com a bola. 

O primeiro tempo foi puro suco de futebol brasileiro: o time mandante com posse e atacando e o time visitante recuado e na transição. Novamente digo que meu sentimento é de reflexão sobre esse tipo de comportamento pois na minha perspectiva, isso não agrega em nada uma evolução ou debate meramente produtivo quando se trata de uma fase em pontos corridos. Bem compactado, o time paulista teve total e amplo controle do jogo com a posse de bola e seus alas/laterais avançados. Muitas finalizações foram geradas nessa pressão, inclusive fazendo o time visitante usar das bolas longas e passes bastantes verticais para uma retomada rápida da bola. Aos 18 minutos de jogo, numa falta e cabeçada, o time de Ribeirão Preto abre o placar. Mantendo o ritmo e controle, o placar foi ampliado só no final do primeiro tempo após rápida transição e uma finalização com o gol aberto. 

No segundo tempo, a expectativa era um controle mais cadenciado do jogo por parte dos mandantes. Porém, mesmo mantendo sua plataforma de estratégia, o Botafogo da Paraíba faz uma marcação mais intensa e usa suas ações ofensivas mais veloz, ou seja, tentou-se chegar ao gol com mais velocidade. Deu certo, pois essa mudança de comportamento fez o time da casa recuar e passar a errar em gestos técnicos fornecendo perigo ao time nordestino. O resultado, porém, só foi a diminuição do placar para 2x1 após uma bola parada. 

O final do jogo que era para ser de controle, passou a ser de pressão pelo empate que não veio. 

Resultado final: Botafogo SP 2x1 Botafogo PB.

Paulista A3 - Segunda fase: Comercial x São José

Muito diferente do começo da segunda fase, a virada de turno já nos esclarece qual a luta de quem nessa fase do torneio. o Comercial de Ribeirão Preto foi jogar nesse jogo de sábado para garantir a classificação e o São José para tentar sonhar com alguma esperança no returno. 

A expectativa era de um jogo apertado e duro. A arbitragem era de série A do Brasileiro com o Flávio de Oliveira e a minha preparação para a partida foi as das melhores pois muitos aspectos poderiam acontecer. Estádio cheio, feriado, sol mas sem calor e um clima agradável entre torcidas. Comercial x São José fizeram o duelo dessa tarde. 

O Comercial veio no seu habitual 4-3-3 com a bola utilizando sempre os lados com triangulações e espetando sempre um pivô para dar profundida as bolas longas; e o 4-4-2 sem a bola, embora nesse jogo, as duas linhas de quatro não eram bem visíveis. Já o São José veio diferente da partida que analisei em Votuporanga na primeira rodada. Eles vieram no 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 usando uma saída de 3 com um volante e espetando os laterais quase que como alas. 

A partida no geral teve aquele sentido de um futebol jogado como se fosse uma "pelada": muito ataque de ambos e defesas desorganizadas. Cada posse de bola, gerava um ataque perigoso, quase que uma trocação fatal. No primeiro tempo, o Comercial vinha com mais perigo do que os visitantes. Porém, as finalizações de ambos era geradas apenas por cruzamentos e por chutes de fora da área. Pouca criação foi vista para que os arremates fossem feitos dentro da área por triangulações ou ocupações de espaços. 

No segundo tempo, pouca coisa foi observada de diferente. O único comportamento que estranhei foi a cera que o time visitante fez quando percebeu que a partida encaminhava para o 0x0. O empate era ruim para ambos e para mim não fazia sentido querer o empate. Após a expulsão do zagueiro do São José aos 77 minutos, o Comercial manteve sua proposta de jogo, mas avançou seus laterais para que atacassem mais. Deu efeito, porém o goleiro do São José salvava cada bola. Os Joseenses passaram a jogar no 5-3-1 para evitar a ofensividade dos lados e com a bola jogavam no 4-2-3. 

No final, o empate de 0x0 foi concretizado. Ruim para todos, pior para o São José que para se classificar as semi, precisa ganhar as duas últimas partidas. 

13/04/2022

Brasileiro Série C 2022 - Primeira Rodada: Mirassol SP x Ferroviário CE

 Estreia da terceira divisão nacional com um novo formato. Nos anos anteriores, eram dois grupos de dez times regionalizados e depois dois grupos de quatro para decidir os quatro times que iriam ascender a série B e começar a ter uma renda por causa do PPV. O novo formato se dá entre os vinte times unidos jogando em um turno pontos corridos. É mais justo, mais cansativo e mais desafiador. A estreia dessa temporada foi entre Mirassol x Ferroviário de Fortaleza. 

Estava muito quente no noroeste do Estado de São Paulo. Sem previsão de chuva, a partida aconteceu em meio à um céu estrelado. A Série C para mim é muito intrigante pelos desafios que ela fornece. Porém, antigas culturas futebolísticas brasileiras se mantém em pé. A que mais me incomoda é a cultura de que se está jogando como visitante, defender é o caminho. Ruim pensar assim porque além de não estabelecer uma proposta de jogo clara, faz a partida ser ruim, parada e quebrando seu dinamismo. Foi essa a proposta do Ferroviário. 

O Mirassol veio num ofensivo 4-1-4-1 com e sem a bola, flutuando muito seu primeiro volante e utilizando demais os pontas em amplitude pois sabiam da retranca adversária. O Ferroviário veio no 4-4-2 bem compacto sem a bola e o 4-2-3-1 com a bola utilizando apenas a tentativa da transição ofensiva veloz como arma de ataque. 

No primeiro tempo, logo nos primeiros minutos nos demos conta de como seria o jogo. Ataque contra e defesa e anti-jogo. Aos 10 minutos do primeiro, contudo, numa falta cobrada, o Ferroviário abriu o placar após a finalização e após isso, se a retranca era perceptível, agora tinha ficado ainda mais evidente. O Mirassol tentava manter seu ritmo apesar do 0x1. Bolas em profundidade para os pontas bem abertos e zagueiros postos na linha de meio campo dava o tom da pressão ofensiva. Porém, poucas finalizações eram feitas até o gol de empate vir de pênalti aos 27 minutos. As inúmeras "lesões" do time visitante quebrava o dinamismo do Mirassol, porém, mesmo assim o ataque contra defesa se mantinha. 

Para o segundo tempo, ambos os times voltaram com a mesma formação apenas trocando peças por peças. Tendo as mesmas plataformas, o estilo da partida era o mesmo: ataque contra defesa. Mais assertivo nas criações e nas finalizações, o Mirassol só foi virar a partida aos 65 minutos de jogo. Após isso, o Mirassol diminuiu o ritmo porém sem entregar a posse de bola. A facilidade no controle da partida se torna mais clara após a expulsão direta do zagueiro do Ferroviário. Com um a menos, o time cearense, ao invés de utilizar o 4-4-1, utiliza o 4-2-3 numa fase de pressão alta e um 4-4-1 quando as linhas abaixavam. Tudo isso era para tentar o empate que foi em vão. 

Resultado Final: 2x1 Mirassol.  

07/04/2022

Paulista A3: Comercial x Votuporanguense

Fez muito calor hoje em Ribeirão Preto. Aquele calor que poucas cidades podem se dar ao luxo de dizer que está quente. Ainda bem que a partida se iniciou as 20h de Brasília. 

Comercial x Votuporanguense fizeram um duelo pela liderança da segunda fase da terceira divisão. Seria meu segundo jogo cobrindo o time de Votuporanga e o primeiro do time de Ribeirão nessa fase. O clima era de um jogo bem equilibrado e tenso  pela necessidade de distanciar na liderança do grupo. 

Ao receber a escalação do time mandante, foi possível reparar que a plataforma de jogo do Comercial é um 4-3-3 (um dos quais eu mais adoro). Seus três meias eram volantes de origem e precisaram ser encaixados como meias armadores pela falta de jogador nessa posição. Sem a bola, o Comercial veio no 4-4-2 (plataforma usada pelo São José após tomar o segundo gol do Votuporanguense afim de evitar as investidas dos laterais que viram alas na amplitude). Já o Votuporanguense, jogou como a partida de domingo: 4-2-3-1 sem a bola e ora um 3-2-5 com a bola ora um 4-2-3-1 fazendo uma saída de 3. 

O primeiro tempo foi ótimo. Diferente de domingo, o Votuporanguense veio numa proposta mais defensiva por ser visitante. A variação com os laterais como ala ditava esse cuidado em se defender. O Comercial, com mais posse, tentava ser intenso e mais vertical possível marcando em linha alta todo o primeiro tempo. Ambos os gols dessa etapa serem de escanteio, me deu a reflexão do equilíbrio da partida: 0x1 aos 13 minutos e o 1x1 aos 36. 

No segundo tempo, mesmo mantendo as formas de jogo, a partida deu uma certa desequilibrada para o Comercial. Tendo a torcida empurrando e a incrível cultura de recuar quando se joga fora de casa, facilitou para o Comercial usar jogadas pelos lados com triangulações e chegar a virada aos 61 minutos e decretar a vitória aos 94. 

Indo a 6 pontos, o Bafo consegue ter uma calmaria para pensar seu próximos passos. Já o Votuporanguense, precisará de uma vitória fora de casa para manter alguma vantagem. 

05/04/2022

Paulista A3 - Segunda Fase: Votuporanguense x São José

 Depois de um tempo sem cobrir partidas da terceira divisão paulista, voltei para a segunda fase. Esse ano, a segunda fase é diferente pois não há mata-mata e sim dois grupos de quatro. O calor era grande em Votuporanga logo as dez da manhã de domingo. A viagem foi matinal porque tive que sair as 05 da manhã de casa. 

A atmosfera do jogo era sensacional. Duas torcidas, duas baterias e as provocações saudáveis entre elas. Fiquei nas cabines de imprensa ao lado da diretoria visitante e pouco vi alguma ameaça ou desentendimento por parte dos Votuporanguenses. 

Como não conhecia os times, tive que supor qual eram as estratégias de ambos para essa primeira rodada de segunda fase. O Votuporanguense veio de sua proposta de jogo e não mudava conforme o adversário. Já o São José, alterou sua forma de jogo de acordo com a partida. O time da casa veio no 4-2-3-1 com e sem a bola, avançando bem os laterais quase que como pontas. O time visitante veio no 4-1-4-1 sem a bola para bloquear as investidas dos laterais (ora fazendo uma linha de 5 ora uma linha de 6 porque as marcações eram por encaixes) e no 4-3-3 com a bola tentando jogadas de pivô e fazendo a saída de 3. 

O primeiro tempo foi de amplo domínio do Votuporanguense. Muita ofensividade e intensidade pelos lados. Mesmo com a proposta mais defensiva, não deu muito certo para o São José. Com o massacre que estavam sofrendo, o placar foi aberto numa jogada que não era tão frequente: uma transição ofensiva pelos lados e cruzamento para a cabeçada do seu meia central. 

No segundo tempo, a expectativa era de uma mudança de postura do São José. Não teve. Ambos os times voltaram com as mesmas formações e com os mesmos ímpetos: Votuporanguense mais ofensivo e com posse do que o São José que não possuía nenhuma ação ofensiva. O golaço que fez o 2x0 aos 56 minutos de jogo decretou o fim do jogo ali. Houve mudanças a partir disso: o time da casa passou a marcar em linhas baixas e no 4-4-2 e os visitantes se transformaram no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-4 com a bola meio que pressão em não tomar mais gols e tentar fazer algum gol. 

Não deu muito certo. O forte calor do meio dia fez com que os times pararem com a intensidade e terminar a partida em 2x0.