Paulista A3 e A2 2023: Rodada 10 e Rodada 12

Quatro partidas da série A3 e uma da série A2 foram cobertas por mim. Oito times diferentes, porém quase a mesma história. Três vitórias de mandantes e uma de visitante. Claro que a vitória do visitante trouxe mais consequências e momentos de tristezas. 

A primeira partida foi na sexta (dia 24) entre Barretos x Deportivo Brasil. Barretos perto da zona de rebaixamento e Deportivo Brasil no meio da tabela. O Barretos, precisando da vitória veio no 4-2-3-1 sem a bola e numa novidade no 4-1-3-2 com a bola. Já o Desportivo Brasil veio no 4-2-3-1 com e sem a bola a seu estilo clássico. A série A3 é um jogo mais físico do que técnico e nesse estilo de jogo o Desportivo Brasil saiu vencedor por 0x2 marcando seus gols no final das duas etapas. Resultado fez com que o técnico do Barretos fosse demitido. 

A segunda partida foi entre Rio Preto e Red Bull Bragantino II. Uma disputa por G8 e meio de tabela. Os mandantes veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-3-1 coma bola. Já o time de Bragança veio no 4-2-3-1 com e sem a bola. A despeito do jogo, o Rio Preto dominou a partida como nunca vi. O meia central fez um jogo de maestro e mesmo saindo atrás do placar no final do primeiro tempo, virou para 3x1 ao longo do segundo tempo. 

A terceira partida foi da Série A2 entre Novorizontino x Noroeste. Confronto pela parte de cima da tabela. Claro que o estilo de futebol ali é diferente. A intensidade e a qualidade técnica é maior. Com isso, o Novorizontino jogou no 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com ela avançando bem os laterais. O Noroeste veio no 5-3-2 sem a bola e no 3-4-3 com ela se utilizando de muita velocidade na transição como arma. O Noreste se segurava como podia. Se defendia mais porque sabiam que o time mandante ficaria mais com a bola. Porém, controlando muito o meio campo saiu na frente aos 17 minutos de jogo. Após muitos cruzamentos na área, num momento de inversão de jogo, o Novorizontino empata. Para o segundo tempo, ambas as equipes mantém suas formas de jogo e as mesmas estratégias. Contudo, com alterações pontuais, o Novorizontino faz o 2x1 aos 62 minutos. Após isso, o Noroeste muda para o 4-4-2 sem a bola e mantem o seu esquema no 3-4-3 ainda tentando uma transição rápida. Porém, nada dava certo a não ser uma falta aos 91 minutos de jogo em que o jogo ficou empatado em 2x2. 

Voltando para a Série A3, a quarta partida foi a mais tensa porém de resultado bom. Votuporanguense x Suzano jogaram num duelo oposto. Para sair da zona de rebaixamento, os mandantes vieram com seu novo treinador no 4-2-3-1 sem a bola e no 4-3-3 com ela. O Suzano veio no 4-3-3 sem a bola e no 3-4-3 com ela. Com a necessidade do resultado, logo aos 3 minutos os mandantes abrem o placar e assim começam a segurar o resultado logo no começo do jogo. No segundo tempo, os mandantes mudam. Passam a jogar no 5-1-3-1 sem a bola e no 3-3-1-3 com ela. Porém, numa falha de um defensor que teve que ficar fora da partida, o Suzano empata exatamente no buraco deixado por esse jogador. Porém, aos 86 minutos, o Votuporanguense faz o 2x1 e respira no campeonato. 

A quinta e última partida foi um duelo na parte de cima da tabela entre Marília x Grêmio Prudente. Como habitual, o Marília veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-3-1 com ela e o Prudente veio no 4-2-3-1 sem a bola e no 3-2-5 com ela. Mesmo com a expectativa de uma partida 0x0, o jogo foi bom mesmo com gols no segundo tempo e com a mudança de 4-4-2 sem a bola dos visitantes. Um gol de bola parada e dois de transição fizeram com que o Marília vencesse por 3x0 e mantivesse a liderança do campeonato. 

Nona rodada A3 2023

Sábado de carnaval requeria que ambos as partidas fossem animadas. Porém, com o estado avançado das rodadas do campeonato, mais e mais a estratégia do "marcar primeiro e recuar" e do "sair atrás do placar e tentar o gol a qualquer custo" são mais notórios. Foi exatamente o que aconteceu com Matonense e Desportivo Brasil; Barretos x Audax. 

Na primeira partida, a Matonense veio no 4-4-2 quadrado com a bola e no 4-2-3-1 sem ela. O Desportivo Brasil se apresentou com um 4-4-2 sem a bola bem compacto e no 4-3-3 com ela. Com a pressão na saída de bola e uma rápida intensidade da transição ofensiva, o Desportivo Brasil dominou o primeiro tempo marcando um gol de contra ataque logo aos 12. Depois disso, toda e qualquer tentativa de ataque da Matonense era em vão pela forte marcação das duas linhas de 4 dos visitantes. 

Para a volta do segundo tempo, o Desportivo mantem suas plataformas porém, a Matonense muda. Tira um zagueiro e coloca mais um atacante. Recua o volante para a zaga e passa a jogar numa posição do 4-2-4 com a bola. Isso dá resultado. Furando os bloqueios, a Matonense vira o jogo marcando aos 48 e aos 84 minutos do segundo tempo. Contudo, deixando vários espaços, a Matonense se salva com ótimas defesas do seu goleiro cara a cara com os oponentes. 

A segunda partida era tão tensa quanto: Barretos x Audax, o confronto dos técnicos interinos. O time da cidade da festa do Peão precisava urgente de uma vitória para se afastar da zona de rebaixamento. Assim, usando um 4-2-3-1 com e sem a bola, utilizou de sua forte marcação, velocidade no ataque e cruzamentos na área para dominar a partida por completo. Mesmo que o Audax jogasse no 4-2-3-1 com e sem a bola também, não foi páreo para os mandantes. 

Com dois gols logo aos 17 e aos 19 minutos do primeiro tempo, deu tranquilidade ao Barretos e afobação ao Audax. Para o segundo tempo, o Barretos recua e passa a marcar no 4-4-2 e o Audax ataca no 4-3-3. Porém, tudo em vão pois aos 87 minutos da partida, o Barretos marca o 3x0. 

Resultados ótimos para Matonense e Barretos. 

Paulista A3 2023: Marília x Barretos

Mais uma partida com chuva forte. Em particular, há muito tempo que não via tantos relâmpagos caindo ao mesmo tempo perto do estádio em Marília. 

MAC e Barretos duelaram por objetivos opostos. O MAC tentando confirmar sua posição no G8 e o Barretos tentando se livrar do rebaixamento. 

A expectativa para o jogo, sinceramente, era das menores possíveis por já conhecer o estilo de jogo do MAC comandado por Guilherme (ex atacante do Atlético Mineiro). Os mandantes vieram no 4-2-3-1 com e sem a bola a estilo clássico, tanto no ataque quanto na defesa: jogo físico, chutões, jogadas pelos lados, pivô, dois volantes marcadores. Já o Barretos veio no 4-3-3 com a bola e no 4-1-4-1 sem ela. 

Tentando ficar mais com a bola, no primeiro tempo, o Barretos talvez tenha caído no jogo do MAC que era só defesa e transição repetidamente. Logo aos 12 minutos, o MAC aproveita um erro na saída de bola do Barretos e faz o 1x0. Dai em diante, eu já sabia o que iria rolar: defesa compactada dos mandantes, reclamação com a arbitragem, faltas e nada de ofensividade do time visitante. 

Isso se perdurou pelo segundo tempo também. Tanto que, mantendo sua estratégia de jogo, o MAC amplia o placar aos 62 minutos pegando a defesa do Barretos aberta e com um passe em profundidade faz o segundo. Agora se confirmou o arrefecimento do jogo até a expulsão do goleiro do Barretos aos 75 minutos. Numa bobeira, ele sai da área e comete falta. Para mim, um ineditismo, o lateral foi para o gol porque o Barretos j[a tinha feito as cinco substituições. Mesmo com um não goleiro no gol, o MAC não fez nenhuma finalização no gol até o fim de jogo. 

Desesperadora a situação do Barretos no campeonato. 

Paulista A2: Comercial x Noroeste

Mais um duelo entre esses dois times que se cruzaram durante os últimos anos em partidas acirradas e decisivas. 

Comercial e Noroeste duelaram numa partida com um ar esquisito. O jogo foi na casa do rival do Comercial e o ambiente mais parecia um amistoso do que uma rodada da A2.

Falando sobre o campo, o Comercial veio no seu clássico 4-3-3 triângulo com a bola e ora no 4-3-3 ora num 4-4-2 sem a bola. Já o Noroeste de Bauru me surpreendeu. Veio no 3-4-3 com a bola e no 5-4-1 sem ela bem compacto. 

O primeiro tempo foi de controle de carga e intensidade por conta do forte calor. A estratégia dos mandantes era uma ofensividade rápida e desarmes e interceptações no meio campo para uma transição ofensiva em velocidade. O time de Bauru era o uso da amplitude de jogo e bolas invertidas para pegar sempre a defesa do Comercial em inferioridade numérica. 

Para o segundo tempo, mantendo as mesmas plataformas de jogo, ficou claro que a estratégia do Noroeste era, além de manter o que ja fizeram, ter paciência. E foi isso o que aconteceu. Em algum momento da partida, a amplitude e a invertida de bola ia dar certo. Aos 57 minutos de jogo, o 0x1 do Noroeste foi exatamente assim. O segundo gol veio aos 63 minutos, numa jogada em profundidade para aproveitar essa linha de 3 atacantes. Mesmo com o 0x2 no placar, nada adiantou para o Comercial. 

Mais uma vitória para o time de Bauru.

Paulista A2 2023: Rodada 8

Muito calor nesse dia de rodada dupla da A2 do Paulista e com fortes ameaças de temporais. Nenhuma gota caiu. 

A primeira partida foi entre Monte Azul, o lanterna, e Primavera. Com a troca de comando, havia a expectativa de mudança na plataforma de jogo. Porém, vieram da mesma forma: um 4-2-3-1 com a bola e um 4-4-2 sem ela. Já o Primavera veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com ela. Um jogo mais físico do que jogado e o Primavera aproveitou os erros defensivos do time visitante para fazer 3x1 no placar. Embora, mesmo com um a menos, o Monte Azul tenha sido melhor na partida. 

O segundo jogo foi entre Novorizontino e Linense. Confronto de rivais e um debate de ideas. O Novorizontino mudou seu jogo há três rodadas: vem no 4-4-2 com e sem a bola. Já o Linense veio 4-2-3-1 clássico. Os dois estilos de futebol bem antagônicos foi posto a prova. O Resultado final 2x1 para os mandantes.  

Paulista A3 2023: Votuporanguense x Itapirense

Fazia muito calor. Estava mormaço mas muito calor em Votuporanga. A partida era de tensão. Nenhum ponto conquistado até o momento pelo time da cidade e a lanterna na tabela deixava o clima apreensivo porém de otimismo. A Itapirense faz um campeonato legal e veio para aproveitar a fase ruim do adversário. 

A Votuporanguense veio no 4-2-3-1 com a bola a estilo clássico e no 4-4-2 sem a bola com muitos erros de posicionamento principalmente na linha de 4 no meio campo. Já a Itapirense veio no 4-4-2 com e sem a bola. 

Mesmo com o calor, podemos dizer que o primeiro tempo foi bem agitado. Três chances para os visitantes logo nos primeiros quatro minutos já minaram a expectativa dos torcedores mandantes em uma provável primeira vitória. E a chave para tantos perigos gerados pelos visitantes no primeiro tempo foi o espaço e os buracos deixados pela primeira linha de 4 jogadores no meio. Muito mal alinhada e mal coordenada nas subidas de pressões e nos encaixes de marcação e isso deixava a defesa bem vulnerável. Mesmo assim, a Votuporanguense se segurou e como única arma ofensiva era o jogo do pivô feita pelo seu centroavante. 

Para o segundo tempo, ambos os times voltaram com as mesmas plataformas e mantiveram suas estratégias. A diferença foi uma maior posse de bola dos mandantes. Nisso, gerou mais possibilidades de ataques e numa jogada em que se inverteu o ponta com o lateral (sendo este jogando por dentro) saiu o 1x0 aos 56 minutos de jogo. Devido a alta tensão e a busca pelos primeiros pontos, foi notório o recuo da Votuporanguense após o gol. A compactação e um melhor gerenciamento das duas linhas de 4 fizeram com que a Itapirense não sofresse tantos riscos. Porém, com muita cera dos mandantes, muitas faltas e cartões, a partida ficava mais parada do que a bola rolando. Nisso, gerou o cartão vermelho do meio campo da Itapirense. Com um a menos, os visitantes passaram a jogar no 3-4-2 com e sem a bola para que pudesse fazer cruzamentos na área. Entretanto, nada de muito perigo era visto. 

Aos 53 minutos do segundo tempo, uma falta frontal para os visitantes. Era claro que aquele seria o último lance. A falta foi cobrada não muito forte. O goleiro tentou fazer uma ponte e segurar a bola. Ela passa por suas mãos e entra. 1x1. Decepção de todos e tristeza do goleiro. Termina o jogo, todos os xingam, o técnico passa por ele, os adversários vão consolá-lo e ele se vira para as arquibancadas pedindo desculpas. 

Triste por essa cena. 

Paulista A2 2023: Novorizontino x Ponte Preta

Para segunda divisão, a qualidade do jogo foi melhor. Além do mais, a partida entre Novorizontino e Ponte Preta, dois times da série B do Brasileiro, me forneceria uma expectativa de um jogo muito bem jogado detalhadamente. 

Antes de começar, lendo a súmula pós jogo, ouve um caso de racismo relatado por conta de uma injúria racial feita por um gandula para um torcedor da Ponte Preta. nada foi feito e nenhuma repercussão foi dada a tão grave denúncia. 

O Novorizontino veio de uma forma diferente do que vinha jogando. Antes era uma linha de 5 na defesa e uma saída de 3 com a bola usando os laterais como alas. Agora foi diferente e pela entrevista coletiva pós jogo, o técnico Eduardo Baptista revelou que a mudança na forma de jogo foi em detrimento do adversário que iam enfrentar para povoar mais o meio de campo e fortalecer a defesa com duas linhas de 4. Assim, os mandantes vieram no 4-4-2 sem a bola (colocando mais um volante do que um meia de criação) e no 4-2-3-1 com a bola porém usando uma saída de 3. Já a Ponte Preta, invicta, veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-2-3-1 com ela. 

No primeiro tempo, se deu a clara estratégia do Novorizontino: espelhar o jogo da Ponte, fortalecer a marcação no seu meia central e no seu atacante central. Com a bola, era abdicar dela e ser veloz na transição. Algo incomum na história do Baptista. No entanto, com um gol aos 5 minutos, fez crer que essa estratégia dos mandantes pegaram de surpresa os visitantes e com a expulsão do zagueiro na metade do segundo tempo, mudou a forma como a Ponte teria que jogar. Após a expulsão, o Novorizontino manteve suas plataformas de jogo. Já a Ponte mudou, foi para o 4-3-2 sem a bola e no 4-2-3 com ela. 

Para o segundo tempo, as mesmas plataformas foram mantidas e com o segundo gol do Novorizontino logo no início do segundo tempo, já minou qualquer tentativa de ganhar o jogo da Ponte e passou a ser tomar menos gol possível. Mas logo aos 49 minutos do segundo o tempo, o terceiro gol veio e o 3x0 se sacramentou. Após isso, a partida se arrefeceu até o término dela. 

Grande jogo do Novorizontino. Parece que o time está se ajeitando.  

Paulista A3 2023: Matonense x Sertãozinho

Tem chovido bastante. As estradas ficam perigosas, os estádios sem coberturas não atraem público e o gramado fica bem castigado e compromete a qualidade do jogo. Na terceira divisão, já há alguma qualidade inferior na partida porém, com essas condições, mais difícil são as analises. 

Foi o primeiro jogo coberto da Matonense e do Sertãozinho. Os dois no meio para baixo da tabela, teriam em tese uma partida mais pendente a Matonense pela crise do visitante e a troca de comando desde a última partida. 

Com isso, a Matonense veio ora no 4-3-3 ou 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 com a bola. Já o Sertãozinho veio no ferrolho: 5-4-1 sem a bola e no 3-5-2 com ela. 

No primeiro tempo, a forma como se deu a partida já seria a tônica do jogo inteiro: jogo muito físico, Sertãozinho só na defensiva e nos chutões em busca de uma jogada de pivô e a Matonense na proposição do jogo sem muita efetividade na criação por não conseguir furar o ferrolho do touro dos canaviais. Como disse, a única jogada ofensiva do Sertãozinho era busca pelo pivô e a chegada em velocidade dos seus meias e alas. Foi nisso que se deu o único gol da partida aos 35 minutos. Uma bola lançada do goleiro, jogada de pivô e gol no rebote. 

Para o segundo tempo, a Matonense mudou. Não da plataforma de jogo, mas sim de peças que oferecessem maiores opções de ataque para furar a defesa. Com isso, colocou um lateral mais ofensivo e o transformou como um ala no 4-3-3 para tentar jogar pela amplitude e assim trabalhar o jogo entrelinhas e gerar buracos e espaços no ferrolho dos visitantes. Isso gerou mais perigos porém, só perigos com cruzamentos e escanteios para área. Com isso, o Sertãozinho só se defendendo, conseguiu manter o placar em 0x1.