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26/06/2022

Brasileiro Série C: Botafogo SP x Manaus

Uma manhã de domingo ensolarada com clima gostoso (que é a exceção em Ribeirão conhecida por ser muito quente). Botafogo e Manaus fizeram um duelo de seis pontos por disputa pela proximidade ao G8. Por essa questão, mais uma partida que foi ataque vs defesa. Muito por conta dos comportamentos defensivos do time manauara.  

O Botafogo veio numa mudança de plataformas de jogo: um 5-4-1 ora 5-3-2 sem a bola usando o 5-4-1 em bloco baixo e 5-3-2 quando a marcação era pressão; e um 3-2-5 com a bola usando os laterais como alas. Já o Manaus veio no 5-2-3 sem a bola e no 4-3-3 com ela usando a saída de 3 com dois zagueiros e um volante. 

O primeiro tempo foi de amplo domínio dos mandantes. Com muita posse de bola, o Botafogo tomou conta do jogo porém esbarrou na marcação do Manaus mesmo ela sendo deficitária (as linhas não era compactas e nem eram alinhadas, causavam confusão inclusive nos atacantes adversários). As maiores chances do Botafogo foram em transição veloz após interceptações ou desarmes no seu campo ofensivo. Mesmo após a expulsão de um jogador do Manaus não houve mudança no placar. 

Para o segundo tempo, o Botafogo manteve seu comportamento ofensivo porém, mudou sua forma de defender usando o 4-2-3-1. Já o Manaus, com um a menos, fez três substituições no intervalo e mudou sua forma de jogo para o 4-4-1 sem a bola, bem compacto e o 4-3-2 com a bola. Se no primeiro tempo o jogo já era um ataque contra defesa, no segundo tempo isso ficou mais evidenciado. Mesmo trabalhando a bola, rodando, tentando criar espaços nas duas linhas de quatro do Manaus, o Botafogo não obtinha êxito. Isso foi causando mais pressão pelo resultado por ter superioridade numérica. O placar só foi aberto após um pênalti duvidoso. Com o 1x0, o Botafogo manteve a posse de bola afim de manter o Manaus longe do seu gol e isso se manteve até o final. 

Grande resultado para o Botafogo. 

Brasileiro Série D: Ferroviária x Nova Venecia ES

O famoso jogo dos seis pontos marcou meu sábado de análise futebolística. Ferroviária de Araraquara e Nova Venecia (time do atacante Richarlyson) fizeram uma partida disputada e intensa nessa tarde. Líder da chave, o Nova Venecia se apresentou com um único propósito: não deixar a Ferroviária sair com a vitória. 

Para isso, o time visitante manteve sua plataforma de jogo das partidas anteriores: 4-4-2 ora 4-1-4-1 sem a bola (porém, hoje com marcação de bloco baixo) e o 4-3-3 com a bola usando apenas o jogo de transição em velocidade. Já a Ferroviária, tendo trocado sua comissão técnica, veio no 4-2-3-1 clássico sem a bola e no 3-2-5 com a bola fazendo uma saída de 3 com dois zagueiros e um volante e utilizando laterais como alas. 

O primeiro tempo foi chato. Essa é a palavra. Jogo irritado. Muito por conta da atuação e comportamento do Nova Venecia. Parando o jogo, simulando lesões, atrasando reinício do jogo e etc. A Ferroviária teve a posse de bola por todo o período. Mesmo com o esquema bem ofensivo, não conseguiu furar as duas linhas de quatro dos visitantes. Em contrapartida, poucas ações de construção de jogo pelo centro do campo foram feitas, mas sim, só jogadas pelos lados e cruzamentos. 

O zero a zero parecia ser eterno. No segundo tempo, ambos voltaram com as mesmas plataformas de jogo, porém, a tônica da partida foi a mesma: posse de bola da Ferroviária, pouca eficácia nas finalizações e o Nova Venecia na retranca. O duelo físico não deu lugar a intensidade do jogo e isso causou mais faltas e mais amarelos. O zero a zero se manteve e foi um belo resultado ao time visitante que praticamente não quis jogar. 

20/06/2022

Paulista Segunda Divisão: Francana x Batatais

Numa manhã fria de domingo, Francana x Batatais fizeram o clássico pela anti penúltima rodada do Paulista segunda divisão. Um público de apenas 100 pessoas presenciaram um jogo físico.

A Francana veio no 4-2-3-1 fazendo pressão alta na marcação e no 4-2-3-1 com a bola utilizando da saída de três com dois zagueiros e um volante. Batatais é o mesmo esquema de todos os outros jogos:o 4-2-3-1 com a bola, número dez é o meia amador mais recuado e um 4-4-2 sem a bola.

O primeiro tempo foi totalmente da Francana. Com amplo domínio no primeiro tempo com posse de bola, pressão alta na saída de bola do Batatais e bastante finalizações aproveitado os espaços deixados pelos visitantes. Porém, os maiores perigos de gol foram com transições rápidas e velocidade nas interceptações de passes. Já o Batatais, pecou muito no seu sistema defensivo sendo pouco combativo no meio-campo, deixa bastante exposto sua última linha.

Com duas alterações do Batatais para o segundo tempo, mudou-se sua forma de marcar: agora no 4-2-3-1 tentando recuperar o poder do meio campo e fazer seu jogo com o meia central nessa linha de três e dois volantes muito mais marcadores, porém os espaços são os mesmos.

Segundo gol da Francana, explica o que está sendo o jogo mesmo mudando a forma de marcação pro segundo tempo. O Batatais dando muito espaço, não tem um poder de marcação forte, deixa espaço pra infiltração, pra troca de passes, inclusive pra rebotes. E foi assim que nasceu o segundo gol da Francana aos cinquenta e oito minutos de jogo. Mesmo tendo o controle da posse de bola as maiores chances da Francana são de fato em jogadas de a recuperação depois de uma pressão na saída da bola do Batatais são as que geram os maiores perigos de gol.

O 2x0 foi um placar modesto para o que foi a domínio dos mandantes. Poderia ser mais.

14/06/2022

Partidas da Série C, D e da quarta divisão Paulista

Esse final de semana foi de intensas partidas de futebol por três diferentes campeonatos no Brasil. O de sábado pela série D do Brasileiro: Caldense x Nova Venecia; no domingo pela quarta divisão entre Batatais x Taquaritinga; e na segunda feira pela série C: Botafogo x Aparecidense. 

Começando pelo jogo de sábado: O Nova Venecia de Espírito Santo veio no 4-4-2 sem a bola e no 4-3-3 ou 4-2-3-1 com volante entre as quatro linhas. Esse mesmo volante que fazia a saída de três quando eles jogavam num 4-2-3-1 com a bola e quando não fazia saída de três jogavam no 4-3-3. Um jogo muito ruim de qualidade técnica apenas jogadas de lado e os dois gols do primeiro tempo, um aos vinte e três minutos de bola parada e o empate aos quarenta minutos da Nova Venecia do Espírito Santo também de bola parada.

Ambos os times voltaram já com a mesma formação pro segundo tempo e logo aos cinquenta minutos de jogo o Nova Venecia virou a partida com uma finalização fora da área. Bom depois do gol da virada, os visitantes pararam de marcar no 4-1-4-1 e passaram a marcar no 4-2-3-1 provavelmente fixando dois volantes pra conter o da Caldense que não fez o suficiente para empatar.

A partida de domingo foi pela quarta divisão paulista entre Batatais x Taquaritinga. Deu pra perceber desse começo de jogo que o Taquaritinga veio de uma formação diferente da que eu analisei anteriormente. 4-4-2 bem definidas sem a bola e um 4-3-3 com a bola muito ofensivo tentando uma verticalidade aproveitando o momento muito fraco do time do Batatais. E o Batatais como o último jogo que eu analisei jogou no clássico 4-2-3-1 porém com uma intensidade de jogo muito maior.
Um fato importante de ser descrito aqui no jogo foi o uso de bolas longas principalmente para os pontas. E foi nisso que a partida se deu o tempo todo. Só um ponto a se considerar é que o Batatais está mudado. O fato é que e possui um meia que ele é joga mais pela esquerda mas também flutua, joga centralizado e vem buscar a bola nos nos pés dos zagueiros e às vezes atrai uma marcação individualizada de um ou dois volantes do Taquaritinga e com isso abre um espaço pra que os pontas avancem. Além disso, os passes dele são sempre enfiadas para facões. Mesmo assim Taquaritinga mandou duas bolas no travessão em vinte e quatro minutos. Os dois times voltaram com as mesmas formas de jogo pro segundo tempo. O Taquaritinga abre o placar aos cinquenta e dois minutos num erro de domínio da bola do número dez do Batatais ainda no campo de defesa e uma bela triangulação. com o centroavante o camisa número onze pra fazer Taquaritinga um a zero. Porém, na saída de bola, o lance seguinte, uma inversão de bola pro canto para o Ponta, uma jogada de um contra um contra o lateral do Taquaritinga. infiltração na área e o passe para trás e o atacante número nove faz o gol de empate.

Contudo, o Batatais teve um jogador expulso e não conseguiu fechar os espaços na defesa. Com isso, fez com que o Taquaritinga ampliasse o placar para 4 a 1. Taquaritinga manteve sua forma de jogo mesmo com um a mais. Estava no 4-3-3 com a bola e 4-4-2. Mas agora ele usa uma amplitude para atacar principalmente porque o Batatais agora só se defendia no 4-4-1.
O ultimo jogo foi na segunda a noite entre Botafogo x Aparecidense. Partida essa que envolvia um time que disputa alguma ascensão no meio da tabela que é o Botafogo e o time que busca sair da zona de rebaixamento que era a Aparecidense. Os visitantes vieram em busca de qualquer resultado que lhe desse pontos. Então, ele veio no 4-2-3-1 com e sem a bola até porque mudou a sua comissão técnica. Por isso, fizeram um jogo bem clássico, os laterais esticavam em bolas longas ou casquinha para o pivô ou em profundidade para os pontas. Já o Botafogo a princípio se defende 4-2-3-1sem a bola bem clássico porém quando ataca é um 4-3-3 com uma saída de três com um volante e dois zagueiros. Um golpe duro para os mandantes foi o gol da Aparecidense numa bola parada de escanteio mesmo o Botafogo tendo mais posse de bola e controle de jogo. Após o gol da Aparecidense de fato time que está na zona de rebaixamento do campeonato e precisa segurar o resultado faz o que? Duas linhas de 4 e passando a marcar 4-4-2. Isso fez com o que o jogo do Botafogo fosse dificultado com muita posse de bola sem nenhuma efetividade pois terminou o primeiro tempo sem nenhuma finalização ao gol mesmo tendo onzeescanteios. Para o segundo tempo, ambos os times mantiveram suas plataformas de jogo porém, a Aparecidense agora de fato joga num 4-4-2 sem a bola (às vezes até numa linha de 5 quando seu ponta acompanha o lateral do Botafogo até o final). O Botafogo continua no 4-2-3-1 sem a bola e no 4-3-3 com a bola.
De fato, o Botafogo está com uma intensidade maior tenta ser mais vertical. Porém, essa posse gerou mais finalizações e tentou trabalhar a bola um pouco mais, tentou conseguir o controle do jogo e a Aparecidense, de fato, recuou e só trabalhou no jogo de transição pra tentar marcar ou tentar manter esse resultado que favorece ela. Com um jogador a menos meio que dificultou para o Botafogo que por causa dessa inferioridade numérica, tomou o segundo gol numa finalização dentro da grande área para sacramentar o dois a zero fora de casa para a Aparecidense.

06/06/2022

Paulista Segunda Divisão (quarta divisão): Taquaritinga x Francana

Um dos melhores parâmetros de uma análise mais séria sobre o desenvolvimento do futebol no Brasil é, sem dúvidas, os campeonatos de divisão inferiores. Se neles estiverem inseridos comportamentos e ações contemporâneas ao que o melhor futebol faz hoje, é sinal de que dentro do campo podemos estar no caminho certo. 

Taquaritinga x Francana fizeram um duelo pela fase de classificação da quarta divisão do paulista. Como não cobri muitos jogos desse campeonato, fui com olhos bem abertos sobre como esse campeonato está se dando. E na cidade de Taquaritinga tive uma surpresa boa. Um ótimo duelo. O time da casa veio no 5-4-1 sem a bola e no 3-4-3 com a bola (o estilo sanfona de Antonio Comte no Chelsea em 2016). Já a Francana, veio no clássico 4-2-3-1 com e sem a bola. 

O primeiro tempo deu o dom do que seria a partida: Taquaritinga dominando o jogo e a Francana em seu espaço tentando tirar o melhor de si. O que deu para perceber é de que os mandantes possuíam uma consciência de jogo melhor do o time da capital do basquete. Amplo domínio para eles, tanto na fase defensiva quanto na fase ofensiva. O Taquaritinga dificilmente dava chutões e o tiro de meta era cobrado curto tendo a construção de jogo pela saída de 3. Na sua formação do 3-4-3, inversões de jogo eram feitas e bolas em profundidade eram enfiadas. A Francana quando tinha a bola tinha apenas uma estratégia: jogada pela lateral e bolas longas para os pontas. Obviamente tal estratégia não deu certo e o Taquaritinga abre o placar após grande falha do goleiro e pressão na saída de bola aos 35 minutos de jogo. 

Para o segundo tempo, duas mudanças foram feitas: um 4-4-2 sem a bola pelo Taquaritinga; e uma mudança comportamental da Francana: mantendo o 4-2-3-1 com a bola porém usando a saída de 3. Não deu muito certo pois o domínio do jogo continuou com o time mandante na mesma escala que foi o primeiro tempo. O jogo faltoso rendeu vários cartões amarelos: ao todo foram 9 e minaram o ritmo da partida. Logo aos 53 minutos em outra falha da defesa da Francana, fez o Taquaritinga ampliar para 2x0. 

O resultado poderia ser mais amplo pelo que foi o jogo. 

Fiquei feliz com o que vi na quarta divisão. 

Brasileiro Série C: Mirassol x Brasil de Pelotas

Cada vez mais estou gostando desse novo formato não regionalizado da série C do Brasileiro. Os embates com os diferentes de times dos mais variados Estados dão uma ótima competitividade ao torneio e um nível de futebol melhor do que edições passadas. 

A partida analisada de hoje foi o jogo entre o Mirassol x Brasil de Pelotas. Duelo opostos pelo torneio: enquanto o Mirassol é líder e tenta manter sua posição, o Brasil de Pelotas era o vice lanterna em busca de sair da zona de rebaixamento (inclusive o time do sul era treinado por um interino por justamente ter demitido seu ex técnico antes do jogo). 

A minha expectativa era de uma partida entre ataque versus defesa o tempo todo e se confirmou esse prognóstico. O Mirassol veio no seu habitual 4-1-4-1 com e sem a bola tendo seu primeiro volante flutuando de acordo com a posição da bola e com uma certa amplitude de jogo com pontas e laterais invertendo seus papéis já que o Brasil de pelotas montou um ferrolho de 5-4-1 sem a bola bem compacto e um 4-2-3-1 tímido com a bola já que a luta deles era por uma bola. 

O primeiro tempo, já como adiantei, foi ataque versus defesa. Compactado atrás da linha de meio campo, o Brasil de pelotas estacionou na frente da área e fazia de tudo para rebater bolas. Já o Mirassol com sua plataforma de jogo de amplitude não conseguia furar essa retranca da forma que melhor descreve a teoria (buscar abrir espaços, superioridade numérica em certos locais do campo, mobilidade dos seus meias), mas sim, tentava a qualquer custo bolas na área ou passes por cima da última linha tentando a profundidade. Por incrível que pareça, a melhor chance do primeiro tempo foi a do Brasil de Pelotas no único ataque que eles tiveram defendida pelo goleiro do Mirassol. 

No segundo tempo e sustentando um empate, o Brasil de Pelotas manteve sua marcação no 5-4-1 porém mudou sua forma de atacar para um 3-4-3 com objetivo de ficar mais com a bola e passar a agredir mais. O Mirassol manteve seu jogo mas agora passando a atacar com um estilo de 3-2-5 utilizando de sua arma mais letal: o ponta número 7 como falso 9 e não mais espetado no lado do campo. Deu certo pois, aos 63 minutos de jogo o Mirassol abre o placar exatamente com o camisa 7 Osman. Com o placar aberto, o jogo deu uma arrefecida e ficou morno. Sem qualquer perigo de ambos os lados o fim da partida mais próximo dava a entender que uma vitória simples seria decretada. Porém, aos 83 minutos de jogo, o Mirassol faz o 2x0. 

Com esse resultado, o Brasil de Pelotas virou o lanterna da competição e o Mirassol de manteve na liderança isolada.