O clima gelado de Araraquara na noite do Dia das Mães não congelou a fúria grená. Em um domingo marcado por polêmicas, a Ferroviária saiu do campo com um misto de frustração e revolta após o empate em 1 a 1 com o Corinthians, em jogo válido pela décima rodada do Brasileirão Feminino. O placar, no entanto, foi o menor dos problemas para as guerreiras do interior, que viram uma possível vitória escapar entre decisões arbitrais contestadas e acusações pesadas contra o trio de arbitragem.
Desde o primeiro apito, o duelo entre as duas táticas espelhadas – ambos os times alternando entre 4-3-3 ofensivo e 4-4-2 defensivo – foi marcado por tensão. O Corinthians saiu melhor, empatando o placar nos acréscimos do segundo tempo com um pênalti polêmico: Andressa foi penalizada por suposto toque no braço dentro da área, decisão que deixou a equipe grená em estado de choque.
O segundo tempo começou com a Ferroviária transformando sua pressão na saaída de bola em gol aos 70 minutos de partida num cruzamento rasteiro. Aos 80 minutos, Mylena Carioca balançou as redes em um lance que parecia dar a virada, mas o gol foi anulado por impedimento – outra marcação que gerou protestos acalorados. Nas laterais do campo, a técnica Jéssica de Lima explodiu: "Era nosso jogo, 2 a 0. Fomos roubadas", disparou após a partida, acusando a árbitra Adeli Mara Monteiro de conduta tendenciosa.
As críticas não pararam no gramado. Nicoly, volante da Ferroviária, foi além: "A bandeira é corintiana", afirmou, sugerindo parcialidade da assistente Maria Eduarda Silva Pires. Jéssica, em tom de desabafo histórico, questionou a capacidade da árbitra principal: "Conheço ela desde 2013. Não tem mais condições de apitar nesse nível".
Enquanto o Corinthians segue sua campanha, a Ferroviária vê o Cruzeiro – seu próximo adversário – abrir cinco pontos na liderança. Mas o prejuízo vai além da tabela: é a quarta vez que a equipe grená alega perder pontos por decisões arbitrais. "É como ser assaltada", resumiu a técnica, deixando no ar uma pergunta que ecoou no estádio vazio de tanto frio, mas quente de tanta revolta: até quando?
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