Sob o sol da manhã de domingo, diante de um público reduzido de 300 pessoas, Olímpia e Santacruzense travaram um duelo que sintetizou as características da quinta divisão paulista: intensidade física acima da técnica, erros decisivos e pouca fluidez no jogo. O Olímpia, em sua estreia como mandante, manteve um esquema fixo no 4-2-3-1, buscando equilíbrio tanto ofensivo quanto defensivo. Já a Santacruzense começou com um 4-3-3 de caráter pragmático, utilizando dois volantes e um meia para tentar controlar o meio-campo – estrutura que manteve mesmo sem a posse de bola.
O início foi surpreendente, mas para o lado errado da torcida local: logo no primeiro minuto, a Santacruzense abriu o placar. Em uma jogada rápida em profundidade, o ponta aproveitou a saída irregular do goleiro do Olímpia e tocou para as redes. O gol precoce, porém, não se traduziu em um jogo aberto. O que se viu em seguida foi um embate truncado, marcado por bolas longas, faltas interrompendo o ritmo e duelos físicos que revelavam mais garra do que qualidade técnica. O Olímpia, apesar de ter a posse, mostrou pouca criatividade para furar o bloco adversário, enquanto a Santacruzense se contentava em administrar a vantagem sem grandes riscos.
Na segunda etapa, a equipe visitante recuou seu sistema para um 4-4-2, fechando ainda mais os espaços e priorizando a defesa da vantagem. O jogo seguiu previsível: bolas rebatidas, passes imprecisos e uma clara falta de repertório ofensivo de ambos os lados. Aos 60 minutos, porém, uma falha grotesca do goleiro da Santacruzense – que falhou ao tentar cortar um cruzamento – permitiu que o atacante do Olímpia empurrasse para o gol vazio, empatando o confronto. As substituições tentaram trazer novo fôlego, mas não alteraram a essência da partida: o placar permaneceu inalterado até o apito final.
No balanço tático, o Olímpia mostrou organização defensiva, mas pecou na construção – seu 4-2-3-1 não conseguiu integrar os alas com o atacante central, tornando o jogo previsível. A Santacruzense, por sua vez, acertou na solidez inicial, mas falhou na manutenção da vantagem, especialmente por erros individuais. O empate foi justo, mas o espetáculo deixou claro as limitações do nível da competição: um futebol onde a força e os lapsos concentram mais emoção do que a técnica.
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