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22/01/2019

Paulista A3 - 2019: Monte Azul x Barretos

Analisar, observar e trabalhar em divisões inferiores do futebol brasileiro requer uma paixão inestimável pelo esporte. Não pense você que já estou criticando o nível de futebol de um campeonato do terceiro escalão do Estado e por favor entenda que tentarei não fazer isso nas minhas análises futuras. Digo de ter a paixão na perspectiva de acompanhar tais jogos observando as estruturas, as condições e a sociologia cultural desses campeonatos não televisionados. 

O primeiro jogo profissional desse ano foi o clássico estadual entre Monte Azul x Barretos na cidade de Monte Azul Paulista. A estreia de um campeonato requer qualquer cuidado em relação às críticas e aos elogios que podem ser feitas para os times. O fato curioso é que desde o ano passado, percebe-se uma forma padronizada de se jogar futebol. É simples: o time da casa terá mais posse de bola e o time visitante será mais recuado e buscando o contra-ataque (o famoso jogo de transição). Além do mais, a quantidade de times usando a formação tática do 4-2-3-1 é enorme (por ser mais fácil de treinar e mais simples de explicar os modelos de jogo!?! Sinceramente, não sei). 

Os dois times começaram no 4-2-3-1. Tanto com a bola como sem a bola. Monte Azul mais na sua posse de bola e gerando mais ações ofensivas que o Barretos. Já o Barretos, bem recuado e compactado, marcando atrás da linha do meio campo. O que dita os jogos do campeonato da terceira divisão, da segunda divisão e até mesmo da primeira divisão é o fato de marcar o primeiro gol e depois recuar, jogar na defensiva e buscar o contra ataque. Será que deve ser por isso que times de futebol privilegiam formas de jogo e atletas de velocidade pelos lados de campo? Pode ser e não sei. Mas foi isso que aconteceu. Barretos marcou o primeiro gol e se já estava recuado, passou a recuar ainda mais. Por incrível que pareça (e ai foi onde o jogo me deixou feliz) o Monte Azul tentou o resto do jogo inteiro empatar mas não no chuveirinho ou no pagode (como preferem) e sim na troca de passes e nas infiltrações. Está certo que suas melhores chances fora pelo alto e pararam no excelente goleiro do Barretos. 

Por fim, a marca do técnico do Barretos (Paulinho Mclaren) prevaleceu: jogo por uma bola só e privilegiando a defesa e contra ataques. 

PS: Injúrias raciais foram ditas pelas arquibancadas. A intolerância parece que aumentou depois de primeiro de janeiro. E o esporte é um dos ambientes que mais reflete isso.   

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