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02/09/2020

Brasileiro Serie B: Botafogo SP x Cuiabá

O campeonato brasileiro da série B possui os jogos dos quais eu analiso que tem ou era para ter a melhor qualidade técnica, física e tática. Posso dizer que nesse duelo, essa afirmação foi comprovada mas o contrário também se fez presente. A cultura do futebol brasileiro de abdicar de ter a bola e de não atacar quando o resultado é favorável, provoca no jogo e nas ideias algo ruim de se ver e uma perda de esperança em qualquer evolução futura. 

Pois bem, o Botafogo usou as seguintes plataformas no começo do jogo: Um 4-2-3-1 com a bola e um 4-3-3 em linha sem a bola. Já o Cuiabá utilizou apenas o 4-2-3-1 fazendo saída de três com a bola (com dois zagueiros e um volate). 


No primeiro tempo, ambos os times com a bola jogam e apresentam as melhores criações e ações apenas na verticalidade e nas bolas longas. Poucas coisas são criadas com a bola trabalhada embora o Cuiabá faça a saída de 3 lavolpiana com a bola. O gol do time visitante sai aos 29 minutos de escanteio, pois era a forma mais perigosa de atacar desde então. Após o gol, Botafogo tenta aumentar a velocidade de suas ações ofensivas porém,  apenas levando perigo em bolas paradas e cruzamentos. Nada mais acontece no primeiro tempo a não ser faltas de um jogo que se tornou pegado. 

No segundo tempo, duas alterações para o Botafogo mudam a forma do time jogar (jogando ainda pelos lados porém privilegiando o confronto um contra um) mas manteve seu 4-2-3-1 com a bola já sendo mais agudo que o primeiro tempo. Também muda sua plataforma de defesa para o 4-1-4-1. O Cuiabá se mantém no mesmo esquema, recua e joga no contra ataque. Botafogo mais dominante e perigoso, controla o jogo e empurra o Cuiabá pra sua defesa. Cria duas grandes chances em 15 minutos. Após a pressão do Botafogo, o Cuiabá se fecha e faz um 4-4-2 defensivo abdicando totalmente de ter a bola. Botafogo tenta a criação apenas pelos lados mas leva mais perigo quando aciona seu ponta para o confronto 1x1. O gol de empate sai aos 40 minutos numa jogada que refletiu exatamente a proposta do Botafogo para o segundo tempo: o confronto um contra um quebra uma das linhas do Cuiabá e é feito o cruzamento para a segunda trave e assim, a finalização.

Abdicar de ter a bola quando se é visitante no Brasil não é só uma regra e sim, uma cultura que precisa ser revista. O Cuiabá, que era líder, abdicou do seu jogo e tomou o empate quando poderia ter a bola e criar mais chances. 

São escolhas e elas têm consequências.

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