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18/06/2018

Copa 2018 - dia 4

Montanha Russa de emoções. A dicotomia entre resultado e desempenho e o lembrar do passado para tentar acalmar os pensamentos. 

JOGO 9 - COSTA RICA 0 X 1 SÉRVIA

- Curiosidade: Como Sérvia (antes de 1991 era Iugoslávia) foi a primeira partida entre as seleções.

- Esquemas: Costa Rica: 5-4-1; Sérvia: 4-2-3-1.

- Jogo: Nos primeiros 15 minutos, os dois times fiéis as suas propostas de jogo. Costa Rica num 5-4-1 sem a bola e um 3-4-3 com a bola. A Sérvia abdicou do seu de seu 5-4-1 das eliminatórias e para a Copa veio num 4-2-3-1 com e sem a bola. Costa Rica no primeiro tempo era mais compactada, fazendo o perde e pressiona (recuperação rápida da bola) e sendo mais veloz para chegar ao gol por conta da sua proposta de contra ataque. A Sérvia propõe mais o jogo e tem seu estilo de cruzamentos na área como arma, trocou mais passe e jogava mais nos lados de campo (aconselhável para jogar contra os times com 5 defensores) mas exagerou na não conversão dessas ações em finalizações (3 finalizações e 1 finalização no gol e 5 finalizações para a Costa Rica e 2 finalizações no gol). Costa Rica apenas na defesa e joga no contra ataque. A chance da Sérvia era jogar na transição do 5-4-1 para o 3-4-3 da Costa Rica. No segundo tempo, Sérvia jogava na transição da Costa Rica e por isso criou em 15 minutos o mesmo número de finalizações de todo o primeiro tempo (3 finalizações, 2 no gol e um gol de bola parada). Costa Rica mostra sua fraqueza: quando se tem a bola fica fácil de tomar o contra ataque. Depois do gol da Sérvia, ela se defendeu num 4-4-2 para não tomar gol e contra atacar. A Costa Rica não mudou sua forma de jogar e passou a ter mais posse de bola e mais passes trocados porém, tinha menos finalizações que a Sérvia. (7 contra 9). Sérvia com maior número de desarmes, mostrando que no segundo tempo jogou na transição e sendo muito combativa. Número de cruzamentos: Costa Rica - 26 (só 4 certos); Sérvia - 20 (só 6 certos). Número de lançamentos: Costa Rica - 42 (29 errados) e Sérvia - 40 (20 errados). 
De fato, o time mais difícil para o Brasil é a Suíça.

- Destaque: Koralov (pela FIFA); Matic (por mim, pois é o motor do Sérvia).

JOGO 10 - ALEMANHA 0 x 1 MÉXICO

- Curiosidade: Eram 11 partidas entre as seleções com 6 vitórias da Alemanha, 4 empates e 1 vitória do México. Desses 11 jogos, 3 foram em Copas: 1978 (6x0 Alemanha); 1986 (0x0); 1998 (2x1 Alemanha). 

- Esquemas: Alemanha: 4-2-3-1 / México: 4-1-4-1

- Jogo: A proposta da Alemanha para o jogo foi ter a bola, construir as jogadas, fazer infiltrações pelas diagonais e ótimo aproveitamento de passes. Sem a bola, ela joga num 4-2-3-1. Já com a bola, vira um 2-3-5 (colocando os dois laterais nessa linha de 5 ofensiva). O México jogaria num 4-1-4-1 mas marcava num 4-4-2 e com a bola era totalmente veloz, móvel e utilizava muito os contra ataques. No primeiro tempo, o jogo era intenso e o México bastante objetivo (7 finalizações com 3 no gol). A terra do Chapolin executava muito bem aquilo que foi treinado. Fechava os espaços, dava a bola para a Alemanha e jogava no contra ataque (muito pelos lados porque os laterais da Alemanha tinham que compor uma linha de 5 com mais três atacantes quando a Alemanha tinha a bola). Com 60% de posse de bola, os alemães tiveram 8 finalizações com 3 no gol e o México com 9 finalizações, 4 no gol e 1 gol. No segundo tempo, as mesmas propostas de jogo, porém com o México mais recuado e a Alemanha mais ofensiva (até os 25 minutos, 15 finalizações com 6 no gol). Alemanha trocava mais passes mas não tinha como achar os espaços para jogar (Sané, que não foi convocado, era uma ótima opção por causa do dibre, da imprevisibilidade, da velocidade) e só jogava com cruzamentos (foram 27 com 23 errados). Após os 30 minutos do segundo tempo, o México abdica do jogo, coloca mais um zagueiro e vira uma linha de 5 (ferrolho) e assim, vira um jogo de handball (bola para cá, para lá circundando a área e nada). Ao todo, foram 25 finalizações da Alemanha com 9 no gol e 12 finalizações do México com 4 no gol e um gol. México jogou como nunca e não perdeu como sempre e o futebol é mágico. De todas as estreias de atuais campeões em Copas, foram 8 vitórias, 4 empates e 7 derrotas. A última seleção campeã que estreou na Copa seguinte com vitória foi o Brasil em 2006. 

- Destaques: Lozano (gol) e Uchoa (goleiro muito seguro).   

JOGO 11 - BRASIL 1 x 1 SUÍCA

- Curiosidades: São 8 confrontos, 3 vitórias do Brasil, 3 empates e 2 vitórias da Suíça (agora são 4 empates). Uma dessas partidas foi na Copa de 1950, no Pacaembu, 2 x 2. O Brasil não estreava com uma não vitória desde 1978 (1 x 1 com a Suécia) e o histórico das estreias brasileiras são 16 vitórias, 3 empates e 2 derrotas. 

- Esquemas: Brasil: 4-1-4-1; Suíça: 4-2-3-1. 



- Jogo: Não quis escrever a análise minha do jogo logo após o final da partida. Estava na euforia com a derrota da Alemanha (sim, tenho rancor com eles) e tomamos uma água fria no otimismo com a seleção (que pode ser bom aliás). Acho que foi uma decisão acertada escrever mais tarde, pois não sabia qual era o real sentimento com empate. Agora, sinto uma desilusão com decepção mas com esperança e a espera de bons momentos (empate foi no momento certo - no primeiro jogo). Alertava meus familiares, minha namorada, meus amigos que a Suíça é o duelo mais difícil do grupo do Brasil, mas a soberba futebolística brasileira alimentava a euforia após os não tão bons desempenhos de Espanha, Argentina, França e Alemanha (tem a Bélgica e a Inglaterra por jogar). Essa Copa vai ser das defesas, das ocupações dos espaços e das seleções que souberem jogar com e principalmente sem a bola. De 11 jogos, as seleções que tiveram mais posse de bola não venceram em 8. O que mais pode justificar a má atuação do Brasil podem ser a forma espaçada como a Suíça marcou. Não foi como Portugal, Islândia, Austrália e México marcaram (jogadores próximos, abdicando de jogar e dando a bola para as seleções teoricamente mais fortes; A queda física dos jogadores brasileiros que perderam para o físico dos suíços, a falta de variação tática para a tentativa de uma mudança (embora houve criação de chances de gol) e o psicológico (há vários relatos de jogadores que dizem que a estreia é a pior partida para se jogar). Esquece o ferrolho da Suíça. Eles não jogam dessa forma há anos e não foi por isso que empatamos. Até os 25 ou 30 minutos do primeiro tempo, o Brasil, jogando num 4-1-4-1, pressionava a saída de bola dos suíços, realizava o perde e pressiona, triangulava (mais pelo lado esquerdo) tinha um aproveitamento de passes em 95% e criava as chances de gol (o gol foi feito aos 20 minutos). Nenhum time em sã consciência realiza a pressão que o Brasil realizou por todo o jogo. Isso consome a parte física dos jogadores e compromete o resto do jogo. Após os 30 minutos, o Brasil deu a bola para a Suíça jogar. Ela usava a saída de 3 (1 volante entre os dois zagueiros para liberar os laterais para o ataque utilizando os cruzamentos como a principal arma, já que a parte defensiva dos laterais brasileiros é considerada o ponto fraco do Brasil). No segundo tempo, gol no começo com o erro de posicionamento do time (os 11 jogadores dentro da área e só 5 suíços dentro dela e o que me preocupa é que esse posicionamento é treinado) mais a falta. Brasil não suportando a força física da marcação suíça (cansaço pela pressão no 1º tempo? Não sei, mas pode ser), Shaqiri comendo a bola pela esquerda, falta de variação tática do Brasil, previsibilidade das substituições, talvez a não entrada do Douglas Costa ou a não inversão de Coutinho para mais perto de Willian. Bagunçado, desorganizado, sem alma, conservador, indolente, Neymar cai cai (palavras de jornalistas que assumidamente não torcem por vitórias da seleção) são exageros, mas há o alerta. Para piorar, a Suíça ainda muda a forma de se defender. Passa de um 4-2-3-1 para um 4-4-2 bem fechado. Brasil ainda criou chances mas sem o gol. Tivemos 21 finalizações e 6 no gol com 1 gol, 94 % de aproveitamento nos passes e 26 cruzamentos (6 certos). A Suíça, 6 finalizações, 2 no gol e 1 gol. O que a história das Copas nos revela: A Inglaterra campeã de 1966 iniciou a campanha com um empate; a Itália campeã em 1982 foi mais além, passou para a segunda fase com três empates nos primeiros três jogos marcando um gol apenas; a Espanha campeã em 2010 perdeu o primeiro jogo para a Suíça por 1x0 e melhor...a Suíça não passou para as oitavas e a Espanha foi campeã. Dos cinco títulos brasileiros, em três deles tivemos empates: 1958 (Brasil 0 x 0 Inglaterra); 1962 (Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia) e em 1994 (Brasil 1 x 1 Suécia). O dado histórico que mais me preocupa é que nos últimos 5 jogos de Copas do Mundo, o Brasil ganhou só 1, empatou 2, e perdeu 2. O passado distante revela que dá, já o passado presente nos causa calafrios. O melhor a fazer é segurar a onda e esperar o segundo jogo. Vamos Brasil, vamos que dá. 

Destaques: Shaqiri (o melhor do jogo); Sommer (goleiro da Suíça) e Coutinho (rapaz, que golaço).  

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