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22/06/2018

Copa 2018 - dia 9

O resultado e o desempenho são para times preparados. Só o resultado, pode-se dizer que é para times medíocres. Euforia e paciência e as cretinices jornalísticas marcaram o dia. 

JOGO 24 - BRASIL 2 x 0 COSTA RICA

- Curiosidades: Eram 10 jogos: 9 vitórias do Brasil: Duas em Copas - 1 x 0 em 1990 e 5 x 2 em 2002. Uma vitória para a Costa Rica.

- Esquemas: Brasil: 4-1-4-1 / Costa Rica: 5-4-1



- Jogo: Acordei com febre, mal-estar e com ânsia de vômito. Mas levantei. Era Copa, era jogo do Brasil, pressão por resultado e a preocupação se Fagner iria dar uma voadora na beiça de um Costa-riquenho em 30 segundos. Numa entrevista antes da Copa, Guardiola foi perguntado quem iria ganhar o mundial. Sua resposta foi: "Quem tiver o técnico mais corajoso entre os 32 times". Hoje, Adenor foi. Além de corajoso...ousado. Mas não um corajoso e ousado desorganizado sem saber do que estava fazendo. Ele sabia, sabia tanto que mudou o jogo no segundo tempo. Não senti tanta dramaticidade e ruindade da seleção brasileira no primeiro tempo. Já era esperado que teríamos que ter paciência para furar o 5-4-1 da Costa Rica e eles se fecharam muito bem e bloquearam as ações do Brasil (não deixando ter as infiltrações, as formações de triagulações para os passes e colocando superioridade numérica dos seus jogadores no jogador brasileiro que portava a bola). O Brasil jogou no seu 4-1-4-1 com e sem a bola e a Costa Rica no 5-4-1 sem a bola e num 3-5-2 com a bola, usando só contra-ataques. Em 20 minutos, 70% de posse de bola para o Brasil mas apenas uma finalização errada. A Costa Rica, tinha 3 finalizações, as três erradas também e 6 desarmes sem nenhum erro. Estava difícil, truncado mas não por nossa culpa e sim pela perfeição da marcação da Costa Rica (lembre-se, é a Copa das defesas, dos poucos espaços, dos contra ataques). Neymar bem, chamando o jogo e a responsa, foi mais time, foi mais ele. Porém, as jogadas só pendiam para a esquerda (não só os ataques mas os contra ataques da Costa Rica também) embora o Fagner tenha se apresentado bem pela direita (aliás, fez um jogo seguro). Após os 30 minutos, foram 5 finalizações do Brasil, uma no gol e os pés se calibrando, mostrando que para o segundo tempo, quem não teria vida fácil era a Costa Rica. No segundo tempo, com toda aquela pressão e acontecimentos, deixei as anotações de lado. Mas aí, Adenor veio (Te amo, Tite - menos na época de Corinthians). Trocou Willian por Douglas Costa para ter mais velocidade, infiltração e agressividade pelo lado direito. Deu certo. Veio o pênalti, que foi, mas o VAR anulou (podia ser pela fama de cai-cai do Neymar ou se você quiser ir mais afundo: uma questão de retaliação à CONMEBOL e à FIFA contra o voto do presidente da CBF para as sedes da Copa de 2026). Brasil bem, trocando passes, rodando a bola, passes pelo alto, cruzamentos, infiltrações e apoio da defesa para bloquear qualquer contra ataque adversário. Veio Adenor de novo: tirou Paulinho (que talvez possa ser repensado sua função no time) e colocou Firmino, ou seja, sem as previsibilidades do último jogo. E ai que a Revolução começa. Tite recua Coutinho e avança Marcelo e passar a jogar num 2-3-5 com a linha de 3 tendo Coutinho, Casemiro e Fagner e a de 5 com Marcelo, Neymar, Jesus, Firmino e D. Costa (como a Alemanha jogou na Euro-2016) para espaçar a linha de 5 da Costa Rica, ter mais jogadores na área para finalizar, ter mais possibilidade de infiltração, maior mobilidade e enfim, ter a superioridade numérica nas ações de quem está com a bola. Foi mais tarde do que pensávamos, mas vieram os gols: a primeira jogada certa que Jesus fez como pivô e Coutinho infiltrando. Ahhh a febre, foi longe nesse momento. Depois, como todo mundo já esperava. Abria-se a porteira: Menino Ney, 2x0. É bom salientar que o Brasil terminou o jogo com 70% de posse de bola, 23 finalizações com 11 no gol e 2 gols. 652 passes trocados com 95% de aproveitamento e 42 cruzamentos com 8 certos. A Costa Rica, 4 finalizações todas erradas, 198 passes trocados, 19 desarmes com nenhum erro e 61 lançamentos (27 certos) evidenciando sua forma de atacar, o contra ataque. Cretinice de quem critica os jogadores, tanto jornalistas quanto torcedores. Neymar não é maquina não e o choro não é proibido. Ele sente e ele joga. Usar meios de comunicação para detonar o VAR, as atitudes fora de campo dos jogadores, cabelo e até usando o passado para tentar explicar o porquê o Brasil não tava marcando gols é CRETINICE demais. O time é ótimo e tenho duas ótimas notícias: ganhamos e o Brasil está se adaptando a essa Copa das defesas. Quarta feira, os Sérvios virão com duas linhas de 4 e teremos mais uma defesa pela frente. Temos que ter paciência e deixar nas mãos do Adenor (como é bom termos alguém preparado nesse cargo). 

- Destaques: Navas (seu cretino), Coutinho, Neymar, Tite, Brasil. 

JOGO 25 - NIGÉRIA 2 X 0 ISLÂNDIA

- Curiosidade: 1 partida entre as seleções: 1981 - 3 x 0 Islândia. 

- Esquemas: Nigéria: 3-5-2 / Islândia: 4-2-3-1

- Jogo: Primeiro que eu pelo desculpas. Depois do jogo do Brasil, a febre veio e veio forte. Por isso perdi o segundo tempo do jogo. A Nigéria mudou sua forma de jogar. Do 4-2-3-1 para o 3-5-2 para ter mais mobilidade e construção de jogadas com a bola. Sem a bola, jogou num 5-3-2. A Islândia manteve seu jogo: 4-2-3-1 com a bola e um 4-4-2 sem a bola. Aos 20 minutos do primeiro tempo, com mais posse de bola (64%) para a Nigéria, quem controlava e dominava as ações do jogo era a Islândia. Mesmo com 49 passes trocados tinha 3 finalizações com duas certas. A Islândia era bem tática e com suas duas linhas de 4 bloqueava as ações dos 5 jogadores de meio campo da Nigéria e usava o seu jogo reativo: dava a bola para a Nigéria e usava o contra ataque. No final do primeiro tempo, nenhuma finalização da Nigéria tendo mais posse de bola. Já no segundo tempo, se não teve nenhuma finalização da Nigéria no primeiro tempo, tivemos 16 finalizações com 5 no gol e 2 gols. Gols de contra ataque = a arma da Islândia. Após o primeiro gol, a Islândia teve mais posse de bola, tentando propor o jogo e o empate. Mas esse não é o jogo deles. Jogam no contra ataque e tomaram o 2x0. No final, a Nigéria teve mais posse de bola (58%) com 45 lançamentos e apenas 11 certos. A Islândia teve 9 finalizações com 3 certos (uma das erradas foi o pênalti) e 23 cruzamentos com só 4 certos e 51 lançamentos com 19 certos. Nigéria revive a Argentina e mostra que o jogo da Islândia, pode ser útil apenas contra seleções superiores. 

- Destaque: Musa. 

JOGO 26: SÉRVIA 1 X 2 SUÍÇA

- Curiosidade: Primeira partida entre as seleções; Primeira virada da Copa; Os dois gols da Suíça marcados por jogadores com descendência albanesa: maioria étnica do Kosovo = Nação declarada independente da Sérvia em 2008. Por isso, o símbolo de uma pomba, que não é a pomba da paz, mas sim, o símbolo da bandeira da Albânia. 

- Esquemas: Sérvia: 4-2-3-1 / Suíça: 4-2-3-1

- Jogo: A Sérvia veio no seu 4-2-3-1 com a bola e o habitual 4-4-2 ou até mesmo um 5-3-2 sem a bola. A Suíça jogou como enfrentou o Brasil no segundo tempo: 4-2-3-1 sem a bola e um 3-4-3 com a bola usando uma saída de 3. Em 15 minutos de jogo, mesmo com o gol da Sérvia aos 4 minutos, ela tinha menos posse de bola (40%) e mais finalizações: 5 com duas certas e um gol (o lance do gol é um perde-pressiona da Sérvia, cruzamento e gol). Nota-se que os dois times usam os lados do campo para atacar por conta das suas amplitudes. Na Sérvia são 7 cruzamento com 6 certos. Após os 30 minutos, a Suíça mostra ter o controle do jogo e das ações: 63% de posse de bola com 8 finalizações com uma certa. Já a Sérvia, dava bola para a Suíça e jogava no contra ataque: 39% de posse de bola e mantinha o número de suas finalizações. No segundo tempo, outro gol no começo. Como faz para vazar duas linhas de 4? Umas delas, virada de jogo (e o gol veio no rebote dessa virada). Em 10 minutos, o jogo aberto mas ainda com a Suíça demonstrando superioridade e controle e empurrando a Sérvia para a defesa: 11 finalizações com 4 certos e 1 gol. Já a Sérvia, 39% de posse de bola e com 10 finalizações com 3 certos e uma no gol. A Suíça era mais física, assim como foi contra o Brasil e o gol com a conotação política descrita acima, merecido e sendo uma questão de tempo para a Suíça virar. No final, Suíça teve 59 % de posse de bola, 18 finalizações com 7 no gol e 2 gols. 17 cruzamentos com 3 certos e 21 desarmes com 20 certos. A Sérvia, 41% de posse de bola, 11 finalizações com 3 certas e um gol, 22 cruzamentos com 11 certos e 20 desarmes com 17 certos. 

- Destaque: Shaqiri (pela velocidade e pelo gol político).     


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