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16/07/2018

Copa 2018 - dia 25: Final - França x Croácia

Venceu quem soube vencer. Não venceu o melhor time mas venceu quem foi mais forte e sólido: França bi-campeã.

JOGO 64 - FRANÇA 4 x 2 CROÁCIA

- Curiosidades: 5 partidas entre as seleções com 3 vitórias da França e dois empates. Um jogo em Copas: semifinal da Copa de 1998: 2 x1 França. França empata em números de títulos da Argentina e Uruguai. Deschamps (técnico da França) iguala Zagallo e Beckembauer sendo campeão como técnico e jogador. 

- Esquema: França: 4-3-3  /  Croácia: 4-2-3-1.



- Jogo: Historicamente, os jogos das finais de Copas do Mundo não são tão bons quanto outros jogos que aconteceram na mesma edição. A tensão do jogo mascara os riscos controlados dos times. França e Croácia foi um pouco diferente disso. Com 6 gols (quase igualando a final de 1958: 7 gols) e polêmicas, essa final foi bem diferente das três últimas (2006, 2010 e 2014) que foram para a prorrogação. Antes do jogo, o favoritismo francês era claro, não pela história, pela camisa e etc. (isso não ganha jogo) mas pelas propostas de jogo dos dois times. Na Copa inteira, a Croácia tinha um jogo de ter a bola, de propor o jogo enquanto a França tinha a proposta de fazer o jogo reativo (e como executou bem isso), de se defender e de contra atacar com velocidade (tanto é que as partidas em que a França melhor jogou, foram os jogos em que teve menos posse de bola). Churrascão rolava e a bola começou a rola. A França jogava no seu 4-3-3 com e sem a bola tendo o meio campo mais forte da Copa (Kante, Pogba e Matuidi), dando a bola para a Croácia e jogando no contra ataque e a Croácia jogava no seu 4-2-3-1 com Perisic e Rebic flutuando suas posições na linha de 3 e tendo o meio campo como um dos mais técnicos da Copa (Modric, Rakitic, Brozovic). A sensação era que a Copa ia ser decidida por bolas paradas. Não foi, mas começou a ser decidida por elas (42,5% dos gols da Copa foram de bolas paradas). Aos 18 minutos, 1x0 França: (não) falta em Griezmann (imagina se fosse Neymar) e gol contra de Mandzukic (primeiro gol contra em finais de Copas). Até ali, a França tinha 40% de posse de bola, nenhuma finalização (gol contra não conta), 58 passes (89%), 1 cruzamento certo e 10 lançamentos com 3 certos. A Croácia tinha 60% de posse de bola, sem nenhuma finalização, 102 passes (91%), 5 cruzamentos errados, 7 lançamentos com 4 certos. 1x1: lance originado de uma bola parada, jogada ensaiada que deu e não deu certo e gol de Perisic. Após o empate, a França continuava tendo mais ações defensivas do que ofensivas, mesmo tendo apenas 4 desarmes feitos e com Kante amarelado (e isso complicava demais os desarmes e a marcação do melhor volante da Copa). 2x1 França: Há quem diga que foi pênalti, há quem diga que não foi e enquanto melhores procedimentos não forem adotados ao VAR, tais questões nunca serão resolvidas: gol de Griezmann (e que Copa fez esse senhor). No final do último primeiro tempo da Copa, a França tinha 40% de posse de bola, 1 finalização certa e 2 gols, 90 passes (85%), 3 cruzamentos com 1 certo, 9 desarmes certos e 19 lançamentos com 7 certos. A Croácia tinha 60% de posse de bola com 6 finalizações, 2 certas e 1 gol, 194 passes (90%), 15 cruzamentos com 6 certos, 11 desarmes e 15 lançamentos com 8 certos. No segundo tempo, a Croácia volta diferente. Jogava como jogou o segundo tempo da semifinal: aproximou mais Raktic de Modric e recuou Brozovic jogando agora num 4-1-4-1. Tinha que ter feito isso para poder atacar com mais objetividade. Porém, não contavam com a França mortal e muito reativa no começo do segundo tempo mesmo com a saída de Kante para a entrada de N'zonzi pela estatura (bloquear os cruzamentos da Croácia) e jogando no 4-4-2. 3x1 França: desarme no campo de defesa, lançamento para Mbappe e gol de Pogba. Gol reativo. 4, 5 jogadores franceses na área para tentar a finalização. Depois de 5 minutos, outra bola roubada, jogada de Hernandez e assistência para Mbappe fazer o 4x1. E esse placar resumia bem quem melhor executava o jogo reativo da Copa. Em 22 minutos de segundo tempo, a França tinha 41% de posse de bola com 6 finalizações, 5 certas e 4 gols; 156 passes (87%), 5 cruzamentos com 1 certo, 14 desarmes, 29 lançamentos com 15 certos (um dado que evidencia o jogo reativo). A Croácia tinha 59% de posse de bola, 9 finalizações com 3 certas e 1 gol, 297 passes (90%), 23 cruzamentos com 7 certos, 18 desarmes certos e 23 lançamentos com 11 certos. As duas seleções não tinham errado nenhum desarmes até então. 4x2 França: Falha de Loris e nada mais. Depois disso, o jogo mais passou a ser de bloqueios defensivos da França para as tentativas de ataques da Croácia. Ao final, 41% de posse de bola para a França, 7 finalizações, 6 certas e 4 gols, 197 passes (82%), 6 cruzamentos com 2 certos, 19 desarmes sem nenhum erro e 42 lançamentos com 25 certos. A Croácia teve 59% de posse de bola, com 13 finalizações, 4 certas e 2 gols, 430 passes (91%), 34 cruzamentos com 8 certos, 24 desarmes sem nenhum erro e 30 lançamentos com 15 certos. França venceu, é bicampeã. Eu não queria pelo ranço das eliminações brasileiras para ela. Mas mereceu, assim como merecia a Croácia. A França não jogou o melhor futebol (que foi a Bélgica), mas foi a quem soube melhor vencer, jogando de uma forma defensiva (a única seleção grande que teve essa postura) e pragmática. Lembrando que no futebol há duas formas de vencer: a bonita e a pragmática e as duas valem sendo a pragmática a forma que mais decide os resultados desde a década de 90 (pragmático não é ruim!!!). Modric melhor da Copa, mas poderia ser também Kante, Griezmann ou Hazard. Não se deixe iludir pelo o que falam de Mbappe. Ele foi importante e decisivo sim, mas não jogou o que jogou Griezmann, Pogba e Kante. França campeã indiscutivelmente (eu não queria) e Croácia com um futebol técnico e bravo (de bravura).

- Destaque do jogo: Grizemann, Pogba e a arbitragem. 

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