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02/05/2022

Paulista A3 Semifinais: Votuporanguense x Comercial - Jogo 1

Há uma coisa muito legal de quem cobre jogos pelo interior de São Paulo: a presença de duas torcidas. Se tem uma coisa que fornece alma ao jogo é o duelo entre torcida mandante versus a torcida visitante. Embora as viagens podem ser longas, para a paixão não existe quilômetros. Foi assim a primeira perna do acesso entre Votuporanguense x Comercial. Estádio lotado, expectativas, foguetórios (embora me dão medo) e um belo jogo. Registro aqui minha crítica ao horário do jogo: 10 horas da manhã no interior de São Paulo é um calor de estourar os tímpanos. 

A quarta partida entre esses dois times na temporada requiriu maior cuidados defensivos. O Votuporanguense abdicou do seu 3-5-2 com a bola nos jogos anteriores para jogar no 4-2-3-1 não dando espaços quando perdia a bola para a transição comercialina mas manteve seu 4-1-4-1 sem bola com linhas baixas e seu volante entre linhas flutuando bastante de acordo da localização da bola. O Comercial veio como esperado: no 4-3-3 com a bola e no 4-4-2 sem ela. Porém, mais resguardado, afinal dois empates garante o acesso ao time de Ribeirão Preto. 

A minha expectativa era de um jogo tenso e parado. A arbitragem de série A de Brasileiro deu fluidez ao jogo. Lealdade e competitividade foram as palavras. Sem jogadas violentas mas jogadas mais físicas do que técnicas. No primeiro tempo, o jogo mais defensivo de ambas as partes fez-se presente. Mais pela parte do Comercial do que da Votuporanguense pois a não execução da pressão na saída de bola e marcação média-baixa deram o tom dos visitantes. O time da casa era uma pressão mais alta porém com última linha mais baixa guardando os espaços. Mesmo precisando de uma vitória para ter uma vantagem no segundo jogo, poucas ações ofensivas foi vista por parte da Votuporanguense e quase que nenhuma do Comercial já que todos os espaços eram anulados. Por isso, o 0x0 se deu. 

Já no segundo tempo, sem substituições, o Votuporanguense veio de forma diferente com a bola: usou o 4-3-3 pois precisava de uma resposta ofensiva para fazer um gol. De resto, ambos os times mantiveram suas plataformas. Contudo, a diferença no segundo tempo, foi uma ocupação de espaços melhor dos mandantes no ataque e uma desorganização das duas linhas de quatro dos visitantes. Essa mudança no ataque, de forma mais posicional da Votuporanguense, fez gerar espaços na defesa do Comercial que não conseguia compor suas linhas: a primeira linha era facilmente quebrada e a última linha ficava exposta, fazendo com o que seus defensores tivesses que ir na marcação por encaixes e assim deixando espaços vazios e superioridade numérica para a Votuporanguense. Isso gerou uma série de espaços pelos lados com triangulações e finalizações e cruzamentos bem perigosos ao gol do Comercial. Contudo, o gol não veio assim. Veio de uma bola parada, jogada ensaiada no segundo pau e gol aos 83 minutos de jogo. Esse resultado de 1x0 era injusto até o momento, já que pela produção ofensiva, a Votuporanguense merecia um placar maior. 

Entretanto, o time que ela estava enfrentando era o time de melhor campanha na A3. E aos 91 minutos, nos acréscimos, na única jogava de perigo do time de Ribeirão Preto, o gol veio após rebatida do goleiro e finalização para o gol vazio. 

O resultado de 1x1 teve as seguintes morais do jogo: Ficou barato para o Comercial, pois pela produção ofensiva do segundo tempo da Votuporanguense, o placar deveria ser maior; O empate é uma derrota para a Votuporanguense que precisará de uma vitória no segundo jogo; Respira o futebol do interior pelo grande espetáculo.  

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